Segundo as Nações Unidas, até 2050, 75% da população mundial viverá em centros urbanos. Se por um lado isso significa progresso em termos de saúde, educação e saneamento, por outro, o caos se instala nas grandes aglomerações, com o aumento da população. Será capaz a tecnologia ajudar a reverter este quadro?
A cidade de Nova Iorque acredita que sim. Nos últimos anos, a Big Apple vem utilizando a tecnologia para se tornar uma cidade mais conectada com seus moradores e turistas, facilitando suas vidas. A prefeitura abriu dados públicos da metrópole, como consumo de energia por CEP, censo de árvores por rua ou mapas de bebedouros de água da cidade, entre outros milhões de dados para que programadores construam aplicativos mobile que simplifiquem a vida de quem esteja em Nova Iorque.
Desde 2010 existe na prefeitura de Nova Iorque um departamento digital, que busca oferecer maior acesso à internet em locais públicos, tenta trazer maior transparência nas ações governamentais e ampliar o engajamento dos moradores em assuntos da cidade. O prefeito Michael Bloomberg leva tão a sério o projeto, que se matriculou neste ano em um curso de programação, como forma de incentivar outras pessoas a programarem.
Estas iniciativas de Nova Iorque deveriam servir de exemplo para as grandes cidades brasileiras, a começar por São Paulo, com 20 milhões de habitantes em sua região metropolitana e com problemas urbanos que crescem em proporções assustadoras. Já imaginou uma solução que o orientasse a escolher o vagão mais vazio no metrô? Ou um dispositivo que aposentasse o velho cartão de Zona Azul? A lista de necessidades não caberia neste espaço e muita destas invenções já foram criadas por startups fora do Brasil.
Apesar de São Paulo se firmar como o principal polo tecnológico do país, com sede de grandes empresas de hardware e software e ainda ser o maior terreno de desenvolvimento de startups do Brasil, a cidade ainda utiliza pouco a tecnologia para melhorar a vida de seus moradores e turistas. A prefeitura até tentou criar o São Paulo Ideias Novas (SPIN), para estimular o empreendedorismo dentro das universidades, mas o projeto ainda não saiu do papel.
Em um cenário em que a competição econômica será menos entre países e mais entre cidades, desenvolver-se no campo digital não significa apenas trazer conforto para seus moradores, mas é também uma questão de vantagem competitiva. A cidade de Songdo, na Coréia do Sul, desenvolveu um moderno sistema de telepresença, que permite que seus moradores façam consultas, reuniões e assistam aulas sem sair de casa e assim não pressionem o sistema de transporte público. Enquanto isso, em São Paulo a SPTrans acaba de lançar um sistema que permite acompanhar o deslocamento dos ônibus em tempo real. Uma boa iniciativa, mas que não conta sequer com um aplicativo mobile. Em ano de eleições, eis um tema que não pode ficar mais de fora do plano de governo de qualquer candidato. [Webinsider]
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Leandro Ramos
Leandro Ramos (@leandrohramos) é administrador de empresas e sócio-fundador da agência Javali Digital e da rede de indicações Indike.