Escrever de pé era comum no século passado. A chegada dos computadores colocou todo mundo sentado, o que é uma das coisas mais passivas que alguém pode fazer.
Quando vi um filme sobre Ernest Hemingway, um detalhe me chamou atenção: ele escrevia de pé e não sentado. Fui pesquisar um pouco e soube que era por causa da ferida de guerra que ele tinha na perna. De toda forma, resolvi experimentar, quase como inspiração para escrever e acabei gostando muito.
Curiosamente, não era nada extravagante fazer isso antigamente. Thomas Jefferson, Winston Churchill e Wolfgang Von Goethe são exemplos de pessoas que trabalhavam assim.
No século passado mesas para trabalhar em pé eram bastante populares, mas com o tempo e a chegada dos computadores seu uso passou a ser menos comum. Especialistas em ergonomia dizem que em pé o ajuste do corpo traz muito menos riscos de lesões por esforço repetitivo do que sentado.
Fazer exercícios e depois ficar sentado o dia todo não adianta muito.
Pesquisando mais um pouco, sobre os impactos para a saúde, descobri que “mesmo que você corra toda manhã ou faça academia regularmente, se você passa o dia todo sentado está aumentando o risco de obesidade, diabetes, doenças cardíacas, vários tipos de câncer e uma morte prematura. Em outras palavras, mesmo quem faz exercícios vigorosos, passar logos períodos sentado faz mal pra você”. [1]
Ficar sentado é uma das coisas mais passivas que alguém pode fazer. Você queima mais gordura mascando um chiclete do que sentado parado em uma cadeira.
Quando está em pé, você tem que tensionar os músculos da perna e usar os músculos das costas e ombros, além de alternar de uma perna para a outra.
Tudo isso queima energia.
Com os músculos contraídos o corpo produz várias substâncias que têm um efeito benéfico na maneira que o corpo usa e armazena açucares e gorduras.
Resolva a sonolência da tarde
Aquela preguicinha um pouco antes do almoço e no fim da tarde, que é comum em qualquer escritório, também pode ser combatida trabalhando em pé. Algumas pessoas trabalham em pé somente nestes períodos.
Então, se você não ligar para parecer um pouco estranho para os seus colegas, os benefícios vão falar por si mesmos: mais energia para trabalhar, mais queima de calorias e uma produtividade melhor.
Fontes:
Olivia Judson, Bióloga, para o New York Times: Stand up while you read this.
Rick Young, para o Yahoo: The Benefits of a Stand Up Desk at Work
[Webinsider]
Gilberto Alves Jr.
Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.
5 respostas
Infelizmente o dentista é um profissional que sofre vários impactos e lesões, como dores no ombro, pois trabalha o tempo todo sentado e realizando movimentos repetitivos. Até mesmo o preenchimento da ficha do cliente, por ser realizado em um computador, não permite se livrar da cadeira!
Eu também gosto de trabalhar em pé (claro que não o tempo todo). De pé as coisas tomam um caráter mais de urgência e rapidez criativa, pelo menos para mim. O ideal para mim é a mesa ao lado uma bancada mais alta.
Pode ser, Felipe. Pode ser também que eu escreva sobre porque as pessoas deixam de acreditar na ciência só porque o progresso do conhecimento faz com que descobertas amplamente aceitas na comunidade cientifica tornem-se obsoletas.
Mas isso não é um artigo acadêmico, de um médico, para uma revista cientifica. É a *opinião* de um cara que gosta de trabalhar em pé, compartilhando aquilo que encontrou sobre o assunto, em fontes como o New York Times.
Daqui a 1 ano, você mesmo vai escrever uma resenha falando dos benefícios de se trabalhar sentado.
Interessante é que a turma dos jogos já percebeu os benefícios de se jogar em pé. A grande mudança ocorreu com a chegada da plataforma Wii, cujos títulos de games estimulam os jogadores à prática esportiva.