Ser único também é sinônimo de chegar ao topo no universo da gestão da informação digital – mas poucos são os que se aventuram nesta missão.
Informação é poder, e informação abrangente tem um poder de fogo bem maior. Ainda são muitos, porém, os que trabalham com conteúdo sem conhecer as peculiaridades imbatíveis da mídia digital e desperdiçam tempo, dinheiro e público.
Sistemas de informação como sites e portais são repositórios ideais para trabalhar um conteúdo amplo, abrangente, que cerque a informação por todos os lados e entregue ao usuário o que ele deseja. É preciso, contudo, estar bem ciente da grande vantagem de trabalhar a informação na web: ela pode ser expandida, esmiuçada, retrabalhada. Quando o raciocínio é compreendido, é possível, então, começar a trabalhar a abrangência, o atributo mais fascinante do conteúdo digital, da maneira apropriada.
A abrangência, capacidade de um sistema de informação de abarcar o máximo de dados sem a criação de ruído – e, portanto, sem prejuízo na criação de informação –, pode ser trabalhada de três maneiras em sites e portais:
Abrangência horizontal
O conteúdo ‘livre’ da web existe para ser usado sem limite, e talvez esse seja o ponto mais fascinante do trabalho da abrangência horizontal: contar com o conteúdo de outros para complementar o nosso, informações que estão ao alcance, mas não em nossa ‘casa’. É muito comum referenciar páginas em outros sites ou portais para contextualizar melhor uma informação – e não há nada de errado nisso: o uso deste cruzamento de informações está na base da explicação de por que sistemas de informações digitais (sites e portais) são excelentes para a construção de conhecimento, ou seja, informação + informação.
A informação na web caracteriza-se justamente pela ligação incessante de informações, e desperdiçar o recurso da abrangência horizontal é subaproveitar ambientes perfeitos para a interseção de conteúdos, verdadeiros ‘criadouros’ de conhecimento’.
Abrangência vertical
‘Desdobrar para conquistar’ é o lema da abrangência vertical. Diferentemente da abrangência horizontal, a vertical trabalha com o conteúdo olhando para si próprio, e não para outros além de sua ‘fronteira’. A elaboração de um conteúdo desdobrado é o trabalho de ‘dissecar’ uma informação, esquadrinhá-la e investigar cada um de seus aspectos. Um por um, cada aspecto da informação – ‘o que’, ‘por que’, ‘quando’, onde’, ‘como’ e ‘quem’ – cresce em quantidade e importância, criando espaços (páginas) próprios.
São ‘crias’ de conteúdo que, muito mais que explicar detalhes que foram abordados de forma superficial na página onde está a informação principal, ampliam a capacidade de criação de conhecimento (informação + informação), de persuasão e de fidelização – você sabia que as páginas apontadas a partir de ‘saiba mais’ são as mais valorizadas pelos usuários hoje em dia e as grandes responsáveis pelo seu retorno?
Abrangência transversal
O conteúdo, antes mesmo de ser aprofundado, pode ser expandido – e para o lado. Cruzar informações contidas em uma página é um recurso que se confunde com a criação do hipertexto e, consequentemente, da web. Qualquer informação permite expansão, e nos conteúdos adjacentes está boa parte da origem de um trabalho bem feito: são temas relativos ao que está sendo tratado em uma página, mas não propriamente o tema que está sendo abordado pelo conteúdo.
Muitas informações se explicam melhor justamente quando são cruzadas com outras; a visão de uma informação ‘vizinha’ pode acrescentar um entendimento que vai além do que a nossa informação é capaz. São como ‘matrioshkas’, bonequinhas russas de madeira que se encaixam umas dentro das outras: um conhecimento se constrói com informação mais informação, e muitas vezes ele só é produzido quando casado com outro que está em seu site e portal, mas em outras páginas.
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Vale observar que as três formas de abrangência devem ser trabalhadas simultaneamente. É o trabalho em conjunto que cria uma abrangência de conteúdo eficaz.
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A informação digital existe para viver para sempre – mas ela precisa ser manipulada por profissionais que entendam do riscado e acreditem em seu potencial. O grande beneficiário será, sempre, o usuário. Acredite!
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Sobre meus próximos cursos “Webwriting”: o curso presencial no Rio de Janeiro será em março na FACHA; o curso a distância, via iMasters PRO, em vídeo e ao vivo, começa em abril.
Para ambos, as inscrições já estão abertas 🙂
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- SEO e webwriting: uma visão crítica
- A utilidade do conteúdo
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Bruno Rodrigues
Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.
6 respostas
Elubian, concordo, sim, mas acho que – por mais que pareça estranho – ainda é uma questão de amadurecimento dos meios de comunicação. Ainda chegamos lá! 🙂
A abrangência do conteúdo é essencial para a compreensão da realidade.
Só acho que os meios de comunicação deveriam ter uma preocupação de mostrar as fontes de dados, assim como as pesquisas científicas. Mostrar que o conteúdo é uma interpretação da realidade daquelas fontes. Quanto mais diversidade de fontes … melhor e aí sim, mais abrangência do conteúdo!
De nada, Alessandro, que bom que você gostou 🙂
Bruno, muito obrigado pelo texto!
Guilherme, você foi perfeito em sua análise – todos ganham, o produtor de conteúdo e o consumidor de informação. Obrigado! 🙂
Muito interessante a definição desses conceitos. São práticas que beneficiam os dois lados: o consumidor de conteúdo é contemplado com informações mais completas e contextualizadas, e o produtor, além de trabalhar sua própria capacidade de associação e até aprender coisas novas, ganha credibilidade com um produto bem apresentado ao público.