Qualidade de vida no trabalho é estratégia competitiva

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Definir qualidade de vida é difícil, pois o termo tem sido utilizado de maneira aleatória e indiscriminada. O conflito está no fato de essa questão ser de cerne subjetivo, ou seja, refere-se ao indivíduo; por isso há diversos pontos de vista.

É possível resumir qualidade de vida em modo de viver bem, ou bem-estar. A satisfação na esfera biológica, referente a bem-estar físico, saúde; na esfera psicológica, que diz respeito à autorrealização, autoconhecimento; e também na esfera social, que se refere à interação, à convivência com os demais indivíduos.

É claro que, à medida que uma necessidade é satisfeita, logo surgem outras, o que impulsiona o ser humano a sempre buscar melhorias. É o que se chama de motivação, fator fundamental na manutenção da qualidade de vida. Como já foi citado, essa é uma questão essencialmente subjetiva, pois, o indivíduo se considerará satisfeito nesses “campos” de acordo com a realidade em que vive. E por esse motivo, uma definição plena do que é qualidade de vida torna-se complexa.

Com relação à qualidade de vida no trabalho, o ser humano a busca desde que começou a trabalhar, ou seja, desde os primórdios. Prova disso é a lei das alavancas, de Arquimedes, que data da Grécia Antiga e tinha como objetivo diminuir o esforço físico de muitos trabalhadores da época. Porém, após a Revolução Industrial, cujos únicos objetivos eram a produtividade e o lucro, a qualidade de vida no trabalho era inexistente, haja vista as péssimas condições às quais os trabalhadores eram submetidos.

Henry Ford (fordismo) considerava o ser humano uma peça de sua grande engrenagem produtora, conceito que perdurou por décadas e, infelizmente, ainda ecoa seus sussurros nos dias de hoje. Um exemplo desse reflexo é o fator mão de obra ainda ser visto como custo pelas organizações.

Entretanto, essa visão tem mudado nos últimos anos. A economia está globalizada e as empresas, cada vez mais competitivas. E se antes o foco estava no produto, hoje, o foco é a qualidade de produtos/serviços e manutenção de clientes. Para isso, faz-se necessário que as empresas passem a ter uma visão humanizada.

Embora o objetivo seja o mesmo, o lucro, os meios para obtê-lo têm se voltado cada vez mais para o homem, que é quem compõe, de fato, as organizações. Chega-se então ao fator crucial: a qualidade de vida no trabalho, que pode ser resumida, considerando as esferas já mencionadas, em satisfação proporcionada por boas condições de trabalho, físicas e psicológicas, remunerações condizentes com as funções, segurança, benefícios auferidos, relacionamento interpessoal, liberdade de decisões e exposição de ideias, entre outros itens que propiciem o bem-estar do trabalhador.

A era da alta produtividade foi deixada para trás para dar lugar à era do conhecimento, da valorização humana, na qual o capital intelectual é o mais importante para o crescimento da organização. Com o aumento das exigências qualificativas, o empregado tornou-se mais seletivo e exigente, e requer mais participação nas decisões. O gerenciamento desse ambiente, no qual todos devem sentir-se livres e seguros, é de responsabilidade do gestor. E tudo isso, embora pareça benéfico apenas para os subalternos, irá se refletir no faturamento das organizações.

Funcionário satisfeito, que se sente parte integrante da organização, produzirá mais e melhor; prestará um serviço melhor, o que fidelizará clientes. Portanto, mais do que uma postura “generosa”, a busca pela qualidade de vida no trabalho é uma estratégia competitiva, pois a harmonia no tripé clientes – empregados – fornecedores é o diferencial que levará qualquer empresa ao aumento dos lucros, e isso só pode ser alcançado por meio da busca pela melhoria contínua.

Exemplos de ações na busca pela qualidade de vida no trabalho

Como explicado, as empresas têm buscado a QVT como forma de aumentar sua rentabilidade, além de proporcionar um bom ambiente de trabalho, fidelizando seus funcionários. Alguns exemplos de atitudes que propiciam essas boas condições:

  • Maior autonomia no ambiente de trabalho, promovendo mais participação dos funcionários nas decisões importantes;
  • Remuneração adequada;
  • Investimento em gestão de pessoas: o RH como recursos humanos e não apenas o departamento de pessoal, responsável pela parte burocrática (holerites, folha de ponto, etc.);
  • Ginástica laboral;
  • Realização da Sipat (semana interna de prevenção de acidentes de trabalho), como forma de esclarecer e promover a segurança do trabalhador;
  • Plano de carreira;
  • Investimento educacional, quando a empresa arca, total ou parcialmente, com os custos em cursos profissionalizantes, graduação, pós-graduação, etc.;

[Webinsider]

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Avatar de Cíntia Oliveira Pires Galego

Cíntia Oliveira de Souza Pires é coordenadora pedagógica e Docente Universitária .

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19 respostas

  1. É de suma importância que as pessoas dediquem mas o seu tempo a atividades direcionadas ao bem estar das outras, criando artigos importante como este que a senhora Cíntia Oliveira nos prestigia.

  2. Cíntia,seu artigo fala tudo,muito interessante infelismente ainda tem empresa que não prioriza o bem estar a saúde a qualidade de vida,na realidade só querem sugar o trabalhador

  3. Artigo muito importante, pois acabo de sair de uma empresa que não tem nenhuma gestão de pessoas, não praticam ações basicas como elogios, trabalho em equipe entre outras motivações em geral, na verdade só querem resultados e esse artigo só comprova esse fato.

  4. Pingback: Oito passos para melhorar a sua liderança | Webinsider
  5. Creio que muitas pessoas são infelizes em seus ambientes de trabalho por falta de uma motivação da parte da gestão empresarial. Hoje, mais do que um bom salário, o funcionário busca bem-estar na empresa, busca adaptar-se melhor ao seu ambiente de trabalho. Propiciando um ambiente com uma boa qualidade de vida no trabalho, a empresa faz com que seus colaboradores fiquem satisfeitos, aumentando, consequentemente a produtividade e responsabilidade. Benefícios para ambas as partes envolvidas (funcionários e empresa).

  6. SE ENTREVISTAR A A MAIORIA DOS TRABALHADORES EM QUALQUER RAMO DE ATIVIDADE ,VEREMOS QUE UM GRANDE PORCENTUAL ESTA EXERCENDO ATIVIDADES QUE NÃO QUERIAM , E POR MOTIVO DE NECESSIDADES OU POR NÃO TER TIDO OPORTUNIDADES .
    E POR ISSO ESTÃO MUDANDO A FORMA DE PENSAR DOS EMPRESÁRIOS , LIDERES ETC .
    É A FORMA DE TRAZER O SEU FUNCIONÁRIO PARA SEU LADO E DEIXANDO MAIS FELIZ NO RAMO EM QUE ESTA EXERCENDO . “NÃO É O QUE SONHEI MAIS ESTOU FELIZ AONDE ESTOU”
    ESSA É O NOVO MODELO DE SE COMANDAR ,GERENCIAR É SE TORNAR UM LÍDER HUMANÍSTICO.
    E O ARTIGO ESTA MOSTRANDO QUE A MAIOR ESTRATÉGICA DE MERCADO É A QUALIDADE DE VIDA
    PARABÉNS PELO ARTIGO

  7. Muito coerente o texto! Esse tema precisa ser mais discutido nas organizações …o capitalismo vigora na sociedade ainda hoje, o que tornou o trabalho humano cada vez mais mecanico, mas não podemos esquecer que a qualidade de vida influencia diretamente a produtividade. Sucesso Cintia! Muito bom!

  8. Olá professora é isso ai se naõ houver valorização aos funcionários e motivação.Fica dificíl da empresa alcançar as suas metas pq além de tudo o funcionário tem a suas realizações pessoale acaba deixando de responder aquilo que a empresa propõe por isso os dois tem que andar juntos para ambos ter valores alcançados!!
    Beijos

  9. Qualidade de vida e Bem-estar é o que todos nós queremos hoje em dia, tanto na vida profissional como na pessoal.Não é a toa que somos o 2° País mais estressado nos últimos anos!

    Acredito que daqui alguns anos, isso tudo vai mudar e pra melhor claro! (:

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