Demitido? Sorte sua! Esse é o título do livro que a jornalista Chantal Brissac escreveu em coautoria com Silvia Lenzi quando passou pela dor de ser demitida. Elas comentam nessa publicação sobre uma pesquisa realizada pelos médicos norte-americanos Thomas Holmes e Richard Rahe, que aponta que o despreparo diante do inevitável faz a demissão ser a terceira maior dor da vida de uma pessoa, superada apenas pela perda de um filho, do cônjuge ou dos pais.
Mas será que, ao ser demitido, a preocupação com a sobrevivência é a que mais dói? Infelizmente não! O que mais atormenta os desempregados é o sentimento de rejeição ou de humilhação por não estar produzindo. Como o ocorrido, de modo geral, é encarado pela sociedade como fracasso, o impacto da demissão fica ainda é dramático, especialmente do ponto de vista emocional. A autoestima e a segurança costumam despencar, enquanto surgem a revolta, a culpa e a tristeza. Às vezes, a depressão se instala e a pessoa leva anos para se levantar. O que fazer com esses sentimentos que atrapalham a vida? Segundo o livro, é encontrar forças para transformar tais emoções negativas em estímulos para crescer.
E o maior estímulo nesse momento de transformação vem da família e dos amigos. A ajuda dessas pessoas próximas não é apenas motivacional. É principalmente pelo networking. Várias pesquisas de recursos humanos apontam que as indicações e recomendações de amigos respondem por aproximadamente um quarto das recolocações profissionais, quase tanto quanto o uso de headhunters. Tanto isso é verdade que muitas empresas de headhunting estão “terceirizando” o recrutamento à quem possa indicar bons profissionais para os seus clientes. Essas empresas criaram, inclusive, programas de incentivo, que pagam prêmios a quem indicou (o famoso QI) tal candidato caso ele venha a ser contratado no final do processo.
Se está mais que provado que o networking é a melhor maneira de se recolocar no mercado de trabalho, então basta distribuir currículos aos seus contatos para encontrar um novo emprego, certo? Errado! A rede de relacionamento só trabalha a seu favor se for com transparência, reciprocidade e gratidão! Logo, se você nunca se preocupou em cultivar suas relações, essa rede não dará os frutos quando for acionada.
Se coloque no lugar daquele colega que há anos não ouve falar de você. Certo dia ele recebe um e-mail seu falando: “Estou em busca de novos desafios e gostaria da sua ajuda para me indicar para novas oportunidades.” O que você, no lugar desse seu colega, faria com tal e-mail? (Seja educado!) A maioria nem se dá ao trabalho de responder à mensagem. E essa falta de resposta derruba ainda mais a autoestima de quem está procurando ajuda. Por fim, o sentimento de rejeição faz você se perguntar: “Será tarde para começar a trabalhar o networking?”
Anime-se! Nunca é tarde para começar! Mas a abordagem tem que ser totalmente diferente. Procurar seus amigos somente quando você precisa de ajuda te faz parecer uma pessoa interesseira. Aproveite o seu tempo livre para se reconectar com as pessoas que realmente foram importantes para você, tanto pessoal quanto profissionalmente. Elas certamente se preocupam contigo e se empenharão em ajudá-lo nessa fase de transição. Cuidado para não cair na armadilha de priorizar os colegas que potencialmente têm mais conexões profissionais. Se o seu grau de relacionamento com elas for fraco, você só terá perdido o seu tempo e ficará ainda mais desanimado.
O meu blog está recheado de dicas de como proceder nessa hora. Comece pelo post “Será que o networking pode mesmo ajudá-lo a conseguir um emprego?”. E aproveite que está no computador para atualizar seu perfil no LinkedIn. Ele é sua vitrine virtual para o mercado de trabalho. Saiba como tirar o melhor proveito dessa rede no post “Como transformar o LinkedIn em uma poderosa ferramenta de networking?”
Desejo muito boa sorte na sua procura. Acredite na sua capacidade. Acredite no seu networking! [Webinsider]
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