Sobre e-books, contos de fada e a cultura irrestrita

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Esta história está apenas começando e muita coisa ainda vai acontecer. Se a personagem chapeuzinho vermelho parece representar os leitores perdidos no meio de uma floresta nova e misteriosa (e-books, e-pubs tablets, e-readers, etc.), as editoras também podem ocupar o lugar da vovozinha, que aguarda a chegada da netinha. O próprio lobo mau poderia ser representado pelos grandes grupos editorias ou os gigantes digitais de venda direta na web.

Mas os tempos são outros e todos já sabemos que a realidade não se divide mais entre o bom e o mau.

Os leitores atuais são exigentes e sabem o que querem. Por causa da variedade de oferta e de tipos de produtos, sabem escolher melhor o que compram e avaliar os preços que estão pagando.

E em termos de oportunidades de títulos editoriais e bons preços, a história dos livros em versão digital mais parece a fábula da lebre e da tartaruga.

É claro que  os aplicativos são a lebre da história, oferecendo opções atrativas, multimídia, e a preços baratíssimos, para não falar de versões grátis que alcançam milhões de downloads.

Dizer que as pessoas não querem gastar com livros é bobagem, pois nunca se teve tanta informação disponível e se leu tanto na internet.

Mas o que encontramos de opções baratas de livros digitais são apenas de autores antigos e disponíveis gratuitamente ou títulos que já caíram no domínio público.

A oportunidade de aproveitar este mercado crescente parece ser grande e oportuna para países com problemas  de educação e acesso a leitura como o Brasil.

E o final deste conto não precisa terminar na hora de fechar o livro.

Com a internet acessível por computadores, lan houses e celulares, podemos  aproximar leitores e autores de qualquer parte do mundo.

É a chance de usar o poder da web e das redes sociais para fazer isso de forma criativa e direta, sem tratar o livro como objeto isolado e fechado.

É quase como se o mundo de ficção pudesse estender suas asas para outro universo, permitindo maior troca de ideias, diálogo e interação direta.

Podemos estender as possibilidades da história contada para outros campos (produtos, aplicativos, objetos, vídeos, sites, outras áreas de criação).

Vemos nos grandes sucessos atuais de livros, filmes e novelas que tudo acontece em várias mídias, pois as pessoas gostam de se envolver, torcer e sofrer com as personagens preferidas.

Se a internet aproxima tanto editores, livrarias, autores e leitores, deve existir muitas oportunidades de aumentar a oferta e baratear custos para todos. Assim mais gente pode ler e escrever, e mais fácil será distribuir e publicar novos títulos e autores.

Como nos contos em que brinquedos tomam vida de repente, os livros talvez queiram continuar contando histórias, mas também sonhem em falar, cantar, pular e dançar.

Ou de serem lidos de qualquer forma e em qualquer tela, em pé, na rua, no trem, no escuro.

Digital ou impresso o valor da literatura ainda continuará dependendo da palavra escrita e da história  bem contada. [Webinsider]

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Roberto Tostes (@robertotostes) é profissional de comunicação e web na área de marketing digital e design gráfico. Publicitário e escritor. Possui o blog robertotostes.com/.

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