Há sempre um momento – ou muitos deles, durante toda a história de uma corporação – em que é preciso parar para avaliar friamente aspectos relevantes de uma empresa. Geralmente, esses são os momentos em que fazemos um mea culpa em termos de gestão, percebendo que nossa equipe foi enfraquecendo do ponto de vista da inovação e de outras capacidades pertinentes ao negócio, constatando que os investimentos em infraestrutura, treinamento, tecnologia e inovação estão bastante aquém em relação às novas exigências do mercado. Não importa o setor de atuação. Sempre há esse momento em que é preciso parar, olhar, estabelecer prioridades e seguir em frente.

Quase sempre, também, você chegará à conclusão de que para restabelecer a saúde da sua empresa é fundamental investir no aumento de eficiência e eficácia, contando com melhores práticas. Também perceberá que é preciso investir na inovação de produtos e serviços, além de adotar uma nova política de preço e volume de negócios. O sucesso dessa operação dependerá, sem dúvida, do modo com que você identifica seu próprio negócio e é capaz de integrar conhecimento gerado, competências e clientes.

Os clientes, aliás, são o focus point para a maioria dos negócios. O mundo todo pode mudar, mas o cliente sempre será quem nos impulsiona a produzir, comunicar e entregar valor. Daí a importância de contarmos com todas as ferramentas disponíveis que nos possibilitem ter uma empresa ágil, eficiente, criativa e, principalmente, que satisfaz seus clientes – muitas vezes superando suas expectativas.

Nesse processo de renovação, é importante checar as lideranças e se o que elas vêm comunicando está sendo bem compreendido e colocado em prática. Talvez se perceba que é preciso investir no capital humano da empresa, aumentando seu nível de conhecimento, treinamento e desenvolvimento. Aqui, um parênteses é necessário: qualquer que seja a mudança, principalmente cultural, há grandes chances de esbarrar numa certa resistência por parte dos colaboradores. Daí a importância de oferecer soluções simples e motivadoras, que entusiasmem as pessoas a adquirir novos conhecimentos sabendo que também serão mais valorizadas pelo mercado. Estabelecer metas e objetivos claros no curto e médio prazo também são medidas relevantes. Afinal, é importante saber por que e com qual finalidade fazemos alguma coisa. Sem metas, a burocratização do trabalho pode comprometer todo o sucesso da empresa.

A questão financeira não é menos importante. Felizmente, apesar dos impostos, hoje contamos com inúmeras linhas de crédito para investir em equipamentos e tecnologia. É claro que uma indústria pesada demanda investimentos desproporcionalmente maiores do que uma fábrica de sorvetes ou uma empresa de vendas pela internet. Mas todas devem contar com soluções tecnológicas para incrementar o que chamamos de “inteligência”. Hoje, por exemplo, há ferramentas aplicadas à inteligência nos negócios que dispensam a integração com os sistemas de informação em uso nas empresas, resultando na diminuição dos riscos operacionais, atuando na prevenção e correção de problemas em tempo real, reduzindo drasticamente a perda de oportunidades de novos negócios, e, finalmente, aumentando os lucros.

Numa época em que muito se fala no conceito “Big Data”, é importante ressaltar a importância de atingir um nível elevado de inteligência operacional, a ponto de obter informações fundamentais para a tomada de decisão mais acertada com velocidade, volume, variedade, veracidade e valor – os cinco V’s. Com as novas tecnologias disponíveis, é possível derrubar as paredes das organizações, integrando departamentos e pessoas, fornecendo informações em tempo real para a tomada de decisão de forma ‘online’, e, como resultado, resolvendo rapidamente as áreas problemáticas para atingir o máximo aproveitamento das oportunidades que surgem. Isso é criar valor nas empresas. [Webinsider]

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Maria Cristina Gelmettti

Maria Cristina Gelmetti é gerente de Gestão de Pessoas da Unione Consulting.