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“Não se consegue resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas.” Albert Einstein

Sempre fui fã da frase acima. Por genial que foi seu autor, ela traz em si a ironia fina, que não debocha do leitor, mas o incomoda ao nível suficiente de tirá-lo da letargia e inércia comuns ao ser humano. Então, vira e mexe, resolvo fazer coisas simples, básicas, banais do dia a dia, de uma maneira diferente. Para quê? Para nada. Só por fazer. E quem sabe, na expectativa zerada que tenho, não me surpreendo com alguma descoberta inusitada?

Dia desses, inovei ao chegar em casa e decidi manter o apartamento no escuro. A primeira dica: não é fácil! Com toda a escuridão, objetos simples que normalmente alcançamos sem nem olhar, parecem sumir. “Ué, o porta-chaves não ficava aqui?”. “Ai! Esse degrau sempre existiu?” “Ui! A mesinha da sala sempre teve a altura da minha canela?” Esses são os primeiros pensamentos. Doloridos, mas breves. Não leva muito tempo, sua vista se acostuma. Os demais sentidos parecem se aprimorar e o que antes era puro breu ganha forma. Os objetos, antes sumidos, aparecem. E o que parecia impossível, torna-se mais fácil. E quando resolvi acendi a luz, eu desacostumara dela. A luminosidade, antes indispensável, agredia os olhos. E pedia tempo para eu me reacostumar.

No mundo corporativo, é mais ou menos por aí. Se há mudanças, a primeira reação é a sensação de cegueira. Insegurança, tropeços, medo e desconfiança. Será bom pra mim? O próximo passo me fará cair? Se você se prende ao medo, não avança. Para. E se a luz acende, está no mesmo lugar. Se você esquece a prudência e resolve enfrentar a escuridão como se luz houvesse, o resultado pode ser desastroso. Bate em tudo, há quebras, dor e perda.

No retorno da luz, você parece o mesmo. Mas está mais fraco. Agora, se você se permite avançar com cautela, você percebe que seu olhar não cegou, apenas pede um ajuste. Aos poucos, de forma precavida, você começa a definir o foco novamente e o caminho, que era breu, volta a aparecer na sua frente. O poder de decisão volta aos poucos e é possível escolher para onde ir. Quando o cenário se reorganiza, e tudo se clareia novamente, você evoluiu, está mais à frente e com uma experiência que te deixou mais forte.

Se a única coisa constante da vida é a mudança, permita-se encará-la de uma forma positiva. Mudar não é sinônimo de perda. Do contrário, pode ser sinônimo de ganho, aprendizado, força. Pense nisso. E, ao menos uma vez, ao chegar, apague a luz. [Webinsider]

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Raphael Santos é publicitário, especialista em endomarketing, palestrante e sócio da Ilumminatti Comunicação e Design.

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