Gestão de pessoas: indo além dos vinte centavos

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A história ainda demandará mais tempo para poder analisar fielmente, e com mais precisão, as recentes manifestações que tomaram conta de inúmeras cidades brasileiras nas últimas semanas. Entretanto, há um fato inegável, cuja inobservância poderia levar a futuros problemas: nenhum dos cidadãos que se manifestava ali estava pela quantia de 20 centavos.

O interessante é que, a despeito de não serem o motivo que levantou as insurgências contra políticas e governos, os tais 20 centavos não são desprezíveis. Foram eles o início dos protestos. Mas carregavam consigo outras e maiores insatisfações. E a demora em perceber isso, gerou atraso na resposta dos governos. E o atraso só trouxe maiores e mais marcantes manifestações.

O exemplo das ruas pode ser trazido e adequado para o mundo corporativo. Quem lidera pessoas deve exercitar sempre a sensibilidade e a capacidade analítica de ouvir mais do que o que foi dito, ler o que não está escrito, enxergar além do que está exposto.

Pesquisas, reuniões de feedback, avaliações de desempenho são ferramentas úteis e necessárias para trazer uma análise geral sobre o clima interno, pontos fortes e oportunidade de melhoria na organização. Na avaliação dos dados, porém, é essencial  questionar-se sempre: “Onde estão os 20 centavos nessa informação?”.

Uma reclamação sobre a falta de uma impressora pode revelar a sensação de desprestígio em relação a outra área da empresa. A falta de hábito na leitura de determinado veículo interno pode esconder a instatisfação com a forma da liderança se expressar. O fraco engajamento em determinada campanha interna pode ser indício de distanciamento entre o time e valores corporativos da companhia.

Evitar a “miopia corporativa” exige ferramentas, estratégias e, principalmente, líderes atentos, capazes de perceber as mudanças de suas equipes e os sinais que elas incessantemente enviam, dia após dia. E para isso, a observação é o melhor exercício. Não se deixe levar pela “egomesamania”, levante-se, circule, converse, misture-se e, claro, observe. Ao observar seu time e antecipar, de maneira planejada e estratégica, demandas futuras, você pode garantir a economia de R$ 0,20 que podem custar muito mais caro à frente. [Webinsider]

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Raphael Santos é publicitário, especialista em endomarketing, palestrante e sócio da Ilumminatti Comunicação e Design.

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Uma resposta

  1. Perfeito! As organizações precisam perceber que manifestações são uma constante e estão no dia a dia das empresas. É preciso mais que percebê-las, entendê-las e ver nelas a oportunidade de mudança e melhoria. Parabéns pelo texto.

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