Leio na Folha que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que os atos de vandalismo registrados em manifestações na cidade têm sido estimulados por organizações internacionais na internet.
“A internet permite um nível de comunicação que não se tinha no passado”.
E Cabral descobriu a internet, o ciberespaço, o não-lugar (como preferem alguns teóricos) onde tudo acontece, onde brasileiros conectados trocam ideias entre si e com o mundo. Onde internautas colam, copiam, editam, sintetizam e multiplicam nas redes sociais, em milhares, milhões de tweets e posts as constantes péssimas notícias sobre o comportamento de nossos políticos.
O virtual é horizontal, aberto, em rede, em nuvem, uma entidade parte cibernética, parte humana, uma entidade viva, efervescente, caótica e descontrolada. E ultimamente por aqui, extremamente motivada, com uma causa comum: mudar a forma de se fazer política no Brasil.
“Quando um ativista digital publica um tweet, enviando uma mensagem sobre um incidente envolvendo a polícia, ele ou ela não estão simplesmente “informando” mas também provocando uma reação física naqueles que receberam a mensagem.
Esses ativistas digitais não estão “dando ordens” pra ninguém. No entanto, sua mensagem influencia a maneira pela qual as pessoas agem em conjunto, definindo a cena em que sua ação coletiva acontecerá ou, para usar os termos deste livro, através da construção da coreografia coletiva.”
Paolo Gerbaudo – Tweets and the Streets – Social Media and Contemporary Activism
#ogiganteacordou #vemprarua [Webinsider]
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Ricardo Murer
Ricardo Murer é graduado em Ciências da Computação (USP) e mestre em Comunicação (USP). Especialista em estratégia digital e novas tecnologias. Mantém o Twitter @rdmurer.