Neste país, com este modelo de economia que temos, com nossas vidas repletas de atividades e compromissos, obriga muitas pessoas a não mais frequentar a escola regularmente e, como consequência, levando no bojo desses problemas nossas crianças da vida escolar. Somam-se a esses problemas econômicos a falta de incentivo governamental, as precárias condições de vida e moradia e por que não dizer a falta de incentivo da família que cerca esta criança. São obrigadas a trabalhar muito cedo, ocupando lugar em empregos informais e pior, em subempregos muitas vezes insalubres para sua tenra idade ou, simplesmente para cuidarem de seus irmãos mais novos para assim liberarem os adultos a sair para ganhar o pão e assim por diante.
As crianças que hoje não vão à escola, serão os futuros jovens e senhores semianalfabetos que não tiveram a oportunidade de passar pelas cadeiras da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e tão pouco do Ensino Médio. Sentem-se muitas vezes desvalorizados pela sociedade, são os chamados alienados úteis, sem grandes perspectivas de trabalho bem remunerado, muitas vezes desvalorizados pelo mercado, que é mais e mais exigente.
As dificuldades são inúmeras para os que abandonam a escola, passando por momentos que, para nós leitores, são desconhecidos tais como: pegar ônibus sozinho, fazer uma compra seguindo uma lista, anotar um recado importante após uma ligação, perder uma vaga de emprego por não saber ler ou não ter a qualificação desejada no perfil, sem possibilidades de crescer na carreira e tantas outras situações. Para Paulo Freire:
Aprender a ler e a escrever é mais do que a aquisição de um sistema de código alfabético, é a possibilidade de que os sujeitos percebam “o que realmente significa dizer a palavra: um comportamento humano que envolve a ação e reflexão.
Sabemos que esta responsabilidade com o EJA não está voltada apenas para o professor e sim para os representantes governamentais. Mas cada um deve fazer a sua parte e cabe a nós, educadores, termos um olhar voltado para eles, pois o EJA é um público de pessoas aposentadas, trabalhadores, pessoas em busca de uma nova oportunidade na carreira, e se não tivermos consciência do nosso trabalho e da nossa responsabilidade, seremos apenas mais um profissional passando por suas vidas sem deixar nenhuma marca acadêmica significativa.
Segundo Paulo Freire (1997), “ensinar exige pesquisa” e “ensinar exige paciência”.
Estamos nós conscientes do nosso dever?
Referências bibliográficas
Freire, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
Souza, Maria Antônia de. Educação de Jovens e Adultos / Maria Antônia de Souza – 2. ed. rev., atual. e ampl. – Curitiba: Ibpex, 2011.
[Webinsider]
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Cíntia Oliveira Pires Galego
Cíntia Oliveira de Souza Pires é coordenadora pedagógica e Docente Universitária .
26 respostas
Oi…Tenho 18 e estou no 1° do ensino médio
Penso em fazer faculdade de Engenheiro Agrônomo. Mais preciso completar o ensino médio primeiro,e não posso para de trabalha pois tenho que ajuda em casa
Fazer o EJA é uma boa ideia ?
Ótimo posto, vamos lutar por uma educação de qualidade.
A EJA é uma grande oportunidade para jovens e adultos que não tiveram oportunidade de estudo na idade própria.O sentido da EJA é propiciar a todos a construção de conhecimentos por toda a vida.
É importante que o professor de EJA seja capacitado para lecionar e que venha para uma sala de aula para fazer a diferença e deixar marcas que venha contribuir para o educando. É importante também que o governo ajude as escolas a incentivarem os adultos a estudarem, pois oque mais se vê é a mídia anunciando, apoiando propagandas que não trás cultura, e não se ve o anuncio de um teatro ou de um museu, para que as pessoas saibam da cultura, é preciso rever muitas coisas que envolvem a educação, para que o EJA seja um motivo, uma alegria para o adulto e que ele não deseje parar antes de terminar os estudos.
É importante que as escolas públicas do EJA sejam bem estruturadas, sabemos que é uma modalidade pra jovens e adultos, essas pessoas procuram essas escolas com objetivo de realizar seus sonhos e muitas vezes esse sonho acaba em frustração devido o despreparo de alguns educadores. Um ensino de qualidade é aquele que contribui para o desenvolvimento dos alunos.
EJA: Educação de Jovens e Adultos
A EJA e não O EJA!
Penso que a EJA, tem grande importância e
relevância, para que jovens e adultos que náo tiveram acesso ao ensino regular, possam fazer parte de nossa sociedade. Apesar dos avanços na educação de jovens e adultos, ainda é necessário mais investimentos pois o numero de de analfabetos no Brasil ainda é bastante elevado. Os educadores devem mostrar a estas pessoas que nunca é tarde para voltar a estudar, que conhecimento nunca é ruim e demais e sempre ajuda na formação da pessoa.
Quando falamos em Educação de Jovens e Adultos (EJA) estamos falando de uma modalidade de educação básica, reconhecida pela a LDB nº 9.394/ 96 no art. 37.
Realmente neste país com este modelo de economia que temos, fica tudo complicado para nós. Assim algumas pessoas são obrigadas a deixar ou não frequentar a escola para poder trabalhar, e um dos fatores que contribui para isso é a falta de incentivo e interesse dos governantes.
Hoje em dia a maioria dos alunos da EJA são pessoas que não tiveram acesso a escola na idade adequada, pessoas em busca de melhores condição de emprego por repetência e desistência no ensino regular dentro outros.
Portanto o Educador hoje para EJA não deve encarar essa modalidade de Ensino básico como um bico, e muito menos esse educador poder ser uma pessoa que sabia somente ler e escrever, mais sim um educador que sempre esteja em busca de uma formação continuada.
A EJA veio para ajudar jovens e adultos que não tiveram ou perderam a oportunidade de estudo na idade própria a regatar sua cidadania. Conhecer a realidade desse aluno é um passo importante para ajuda-lo a se tornar agente de seu conhecimento.
EJA Educação de Jovens e Adultos instrumentos de conquista da cidadania, onde o individuo torna-se consciente de seus direitos e deveres tanto pela escrita quanto pela leitura, diminuindo a descriminação,preconceito exclusão, tornando seres humanos críticos.
precisamos ter a comprometimento de todos começando do governantes, estados,municípios que compõe nossa politica lutando assim por uma boa educação para todos e formação continuada de professores e educados qualificados cada vez mais os jovens e Adultos que sera o futuro de amanhã]
Conclusão: Este texto esclarecer para mim que não podemos ignorar o analfabetismo pois a muitas pessoas que precisa desce conhecimento, devidos as necessidades econômicas foi obrigada a priorizar o trabalho deixando os estudos ser sentido ignorada pela sociedade e agora busca seu lugar a qual nunca deixo de ter na sociedade.
Enquanto educadores, temos a obrigação de buscar por novas possibilidades, estar em constante formação. Para ministrarmos aulas
na EJA é necessário estarmos muito bem preparados; devemos saber reconhecer os valores e experiências que os alunos dessa modalidade já trazem consigo. O principal objetivo dos educadores ~em relação a aprendizagem, não deve se restringir apenas a decodificação do código linguístico, mas sim formá-los para a vida e carreira, tornando-os sujeitos críticos.
HÁ anos conheci o EJA e percebi a importância de termos profissionais qualificados,acima de tudo qualificados para lidar com a realidade de uma sala de EJA,a determinação vem acompanhada um olhar de socorro pedindo uma ajuda a qual não tiveram oportunidade no passado.
Parabéns Cíntia,pois vejo este artigo como um resgate para vidas que não tinham uma esperança e hoje acreditam que são capazes e podem fazer um futuro melhor
Conheci o (EJA) quando voltei a estudar em 2002, graças a ele me formei no ensino médio e hoje estou fazendo a Faculdade de Pedagogia, demorou para sair do papel esse projeto, levando a atitude governamental, porém ela abriu caminhos na educação, permitindo que jovens e adultos voltassem a estudar.
• Conheci ensino de jovens e adultos, vi na prática como funciona. Percebi que para uma atuação nessa modalidade eu teria que me aperfeiçoar que somente o que aprendi na faculdade fica muito vago para a prática, pois essa modalidade necessita de atenção diferenciada. O perigo que os profissionais dessa escola corre com alguns alunos que estudam nessa instituição, onde são mal intencionados e usam a forma que eles tem para alcançar o que desejam e dessa forma fica difícil, o profissional que estuda, se esforça, lutar para ensinar alguém que vai sair dali e vai continuar roubando, vendendo drogas e matando inocente. Esse profissional tem que ter seu psicológico muito bem para não sofrer e não cair em desânimo.
parabens cintia isso ajuda nos jovens e os adultos tambem a saberem a realidade que se acontece agora.. n
Concordo com o que você falou, se a pessoa não frequenta a escola e não tem nenhum ensino, vai mesmo se sentir excluída perante os outros que têm. Temos que fazer nossa parte para que isso não ocorra e que o ensino e o mundo melhore.
Bjs
Cíntia,
Parabéns pelo artigo, o que vejo hoje são as buscando uma qualidade de vida melhor onde não se tem a oportunidade por estarem muitas vezes foram de suas qualificações exigidas pelo mercado e a sociedade.
Acredito que podemos mudar a realidade nos dedicando com os nossos conhecimentos e oportunidades que hoje temos de repassar o saber.
Podemos mudar sim, mas para isso requer “querer”.
A sociedade os afligem e nós podemos dar uma esperança de uma realidade melhor.
Perfeito o seu artigo…se tivermos bons educadores e pessoas que realmente se importam com o proximo,podemos fazer valer a pena!!! adorei,bj
Muito bom o artigo professora Cintia. Creio que cada vez mais é preciso abrir espaços para essas pessoas afim de realmente busquem aquilo que por motivos de força maior foram impedidas de ter na infância, que é justamente a Educação.
Acho que temas como este nos faz pensar o papel do professor, do pai, diante dos desafios que o mundo nos traz. Uma sociedade que prioriza a educação promove uma revolução, mesmo que lenta, na forma de pensar e agir frente ao desenvolvimento. Parabéns! Iniciativas e trabalhos que mexam com aqueles que normalmente são excluídos, ajudam na retomada de uma sociedade mais justa.
Parabéns, muito bom está é alinha de aprendizado, a vivência somado a vida academica.
Bjs
Acredito muito que para um “mundo melhor” é necessário “pessoas melhores”; e para isto é a formação acadêmica é quase que fundamental. Hoje, Dia Nacional do Voluntário, vou aplicar um programa da Junior Achievement (www.jabrasil.org.br) que se chama “As Vantagens de Permanecer na Escola” que mostra a relação entre a Educação, opções de Carreira Profissional, Renda e outros assuntos como Orçamento Pessoal. E como trabalhos como este espero contribuir com uma Sociedade melhor.
Escutei a pouco tempo uma frase que gostei muito: Muitas vezes dizemos precisamos deixar um “Mundo Melhor para nossos Filhos”, mas talvez seja mais sensato deixar “Filhos Melhores para nosso Mundo”… apenas para refletirmos… Abs e fiquem com Deus
Parabéns, professora Cíntia.
Vivemos num país de canalhas, corruptos e que, infelizmente, não basta somente o esforço dos educadores (aqui, em todos os níveis). A ação governamental é fundamental e o mais engraçado é o efeito dominó que ocorre em nossa sociedade. Um tira vantagem daqui, outro acolá… E seu artigo só vem reforçar o que o Estado de S. Paulo publicou ontem em seu portal: “No ensino superior, 38% dos alunos não sabem ler e escrever plenamente”. Acesse o link e confira, vale a pena! http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,no-ensino-superior-38-dos-alunos-nao-sabem-ler-e-escrever-plenamente-,901250,0.htm
Gostei do artigo. Se cada educador tiver a consciência de que esses estudantes estão a procura de um mundo cheio de curiosidades e buscando um conhecimento que lhes foi tirado a alguns anos atrás por terem que trabalhar cedo ou porque se casaram jovens e por consequência vieram os filhos aos quais se dedicaram para criá-los. Devemos ter um olhar atencioso para cada um deles, não pela da idade avançada e não devemos “relaxar” nos ensinamentos. Somos proliferadores de um novo conhecimento que eles estão famintos a querer saber. Um trabalho de extrema importância e de caráter emergencial deverá ser proporcionado a eles para que possam absorver um conhecimento que foi tirado a alguns anos atrás.
Parabéns Cíntia,
Gostei muito do seu artigo, infelizmente é a mera realidade, mas nós professores com muita responsabilidade e compromisso podemos mudar esta visão eu acredito nisto!!!
Beijos,
Ivanilda
Adorei o artigo, ficou ótimo. Temos que ter consciência que o EJA é extremamente importante tanto quanto o Ensino Fundamental, pois são pessoas querendo mudar de vida, querendo um mundo melhor pra si e para as pessoas que eles amam.. se todos nós pensássemos um pouquinho mais no outro, faríamos todos sem saber um pouco mais por nós mesmos!