Ao ouvir a palavra Facebook tenho certeza que vem à sua mente o formato do site, suas cores, as últimas coisas que publicou por lá etc. O mesmo vale para o Twitter, certo? Em outras palavras, é muito claro para você o que são e onde estão essas redes sociais.
Por outro lado, pode ser que não seja muito claro para todos o que essas redes vêm fazendo com nossos dados. Poucos sabem, mas mesmo quando você não está com a página do Facebook aberta, há armazenado no seu computador um pequeno arquivo chamado “cookie” que permanece seguindo seus passos pela web. Tudo que você faz é reportado para o Facebook, que combina isso com seus dados de perfil e com informações provenientes de todo tipo de coisas que você liga ao Facebook. De posse de tudo isso são gerados aqueles cada vez mais chatos anúncios que aparecem por todo o site e nos mais diversos formatos.
Não estou aqui para discutir ética ou legislação. Em realidade acho totalmente legítimo o que o Facebook está fazendo. Eles criaram um modelo de negócios e nós aceitamos essas “regras” ao aderir e incluir conteúdo no site.
Também não me incomoda muito o que fazem com meus dados pois não ligo quase nada ao Facebook e tenho muito pouca coisa informada no meu perfil pessoal. Mas há duas cosias que têm me irritado:
- 1. O excesso de publicidade, que aliás não para de crescer e começará também a inundar o Instagram;
- 2. Controle zero sobre os arquivos e informações que adiciono no meu perfil ou nos grupos e páginas das quais participo.
Esses dois itens estão também presentes no Twitter. A rede fará seu IPO em breve e precisará cada vez mais mostrar resultados para os acionistas. Atualmente o Twitter é quase rentável e imagino que por essa razão o número de tuítes patrocinados se multiplica a cada dia. Creio que querem chegar à rentabilidade na mesma data ou pouco tempo depois do IPO.
Modelo freemium e sem publicidade
Twitter e Facebook não estão sós nessa jornada. Todas as outras redes – Google+, Tumblr etc. – seguem este modelo. Mas há pessoas pensando diferente. Em 2012 surgiu uma rede social que adota o conceito “freemium”, ou seja, é de graça até um determinado ponto e para usar os demais recursos é preciso pagar.
Pagar? Sim! isso mesmo!
A filosofia da rede App.net (apelidada de ADN) é muito simples e clara. Não há publicidade, não há uso de seus dados pessoais e tudo que é publicado na rede pertence a quem publicou, ou seja, você!
Há também uma preocupação com os desenvolvedores de aplicativos e serviços. Os fundadores da rede social não querem competir com essa gente. Por essa razão ao aderir ao serviço você será apresentado a uma interface bem simples e com poucos recursos. Você não reconhecerá a “cara da rede” como acontece com o Facebook, Twitter etc. A cara da rede é na realidade dada por cada um dos desenvolvedores. Eles utilizam um conjunto de regras (as chamadas APIs) para montar um aplicativo simples ou algo mais complexo. E tudo funciona com o mesmo nome de usuário e senha que você cadastrou no ADN.
O ADN começou em “formato” de Twitter, porém com possibilidade de inclusão do dobro de texto em cada postagem. Hoje a rede abrange uma gama de serviços tão grande que seria impossível falar de cada um deles aqui. Fotos ao estilo Instagram, vídeos ao estilo Vine, armazenamento de arquivos ao estilo Dropbox, chek-in ao estilo Foursquare etc. As possibilidades são tantas, que até mesmo um diário eletrônico já foi criado com base no App.net. Recomendo a leitura destes outros artigos caso queira se aprofundar um pouco mais.
Porém volto a insistir, você não verá tudo isso “empacotado” como acontece nas outras redes. Cada desenvolvedor utiliza os serviços que desejar na criação do seu aplicativo. O importante é que tudo ficará salvo no seu diretório de arquivos do ADN. Contas gratuitas têm menos espaço de armazenamento, enquanto as pagas podem guardar até 10 GB de arquivos.
Os arquivos guardados por qualquer aplicativo podem ser usados por você ou até mesmo por outros aplicativos. E você tem controle total. Se quiser tornar aquela foto, vídeo ou áudio em um arquivo privado, basta alterar o seu status. Se quiser compartilhar com alguém, basta enviar o link público para a pessoa.
Quer trocar mensagens privadas com a certeza de que não será rastreado por robôs do Gmail e Facebook para lhe apresentar publicidade com base no que está conversando em particular com outras pessoas? O ADN conta com um serviço desses também!
Vamos a um exemplo prático. O Favd é um aplicativo que tira fotos com filtros e as armazena no seu diretório de arquivos do ADN. Essas fotos aparecem também na sua “timeline” e podem amanhã ou depois ser utilizadas por outros aplicativos de fotos que venham a surgir. Você mesmo pode utilizar qualquer uma delas a qualquer momento para enviar a um amigo ou incluir no seu blog. Elas são suas e estão no seu diretório de arquivos do ADN. E se o Favd deixar de existir, suas fotos ainda estarão lá. Agora eu te pergunto: o que acontecerá com as suas fotos se o Instagram deixar de existir ou mudar seus termos de uso? Difícil de responder, não é?
O App.net começou nos Estados Unidos e por essa razão grande parte do conteúdo ainda está em inglês. Mas isso tem mudado. Outras línguas começaram a invadir a rede e é possível, por exemplo, encontrar jornais famosos como o El Pais publicando por lá em espanhol. No Brasil, até onde eu pude pesquisar, apenas o Estadão, dentre os principais jornais e revistas, está por lá.
Porém, todos podemos ajudar no crescimento do conteúdo produzido por brasileiros. Caso você tenha um blog ou algum tipo de publicação frequente, recomendo que utilize o PourOver para automaticamente publicar links ligando seu conteúdo à rede. Assim teremos mais português por lá.
Webinsider está no ADN
Vale o esforço de inclusão de conteúdo nacional, pois de um modo geral a mídia estadunidense e europeia já aderiu fortemente ao ADN. Do Huff Post ao The Guardian, todos estão por lá. Cabe aos jornais e revistas brasileiros também começarem a entender que não é preciso vender a alma ao Facebook e Twitter. O App.net é uma alternativa bem diferente com foco no usuário. E publicar links para matérias usando o PourOver é absurdamente simples.
Tenho privilegiado o serviço e publicado cada vez mais por lá. Já é minha rede principal em termos de publicação. O Webinsider também aterrissou no ADN esses dias e o iTech Hoje está lá desde o começo!
Te convido, portanto, a experimentar uma rede social realmente diferente. Desde o início projetada pensando no respeito ao usuário e desenvolvedor. Resgate seu convite para uma conta gratuita aqui ou me siga se desejar e vamos juntos criar uma web diferente! [Webinsider]
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Leia também:
- Tumblr ou WordPress?
- Privacidade, que bicho é esse?
- Antes de abandonar seu blog pelo Facebook conte até cinco
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