Somos uma espécie em extinção por seleção natural. O tempo dos abonados que inspiravam a plebe já era. Nós não somos aspiracionais de ninguém mais.
É uma revolução tranquila que opera há muitos anos no Brasil. Uma revolução alegre. Novos valores, novas estéticas e novos sonhos percorrem as periferias e o fetichismo dos comedores de brioche – nós – ficou ridículo. Talvez nos confinem, um dia, num museu de história natural e morramos de tédio enquanto riem de nossos modos.
Já acontece, devagar.
Ainda chamamos de safari a visita à selva onde moram os normais mas já habitamos um vetusto museu. Temos a pretensão de achar que as pessoas nos imitam como macacos desajeitados mas os animais mal adaptados somos nós.
Embora ainda possa se falar em aspiração entre classes sociais, o espelho mudou de lado. Quem se inspira em quem mesmo?
É mais tendência emular o molejo do funkeiro, se vestir de skatista da zona leste, falar com traquejo de bandido do que usar foulard de seda, mocassim sem meias e preferir “Orange is the new black” a “Vai que cola”.
Está um pouco na hora de parar de achar que pobre se inspira em rico. É uma espécie de preconceito. Não, os consumidores não prezam necessariamente nossa imagem nem desejam acima de tudo ser nossos semelhantes. [Webinsider]
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