No artigo de hoje compartilho com vocês uma entrevista minha sobre o papel das redes sociais na construção de uma imagem profissional e pessoal positiva.
O mais comum é ouvirmos sobre os males do excesso de exposição e do “oversharing“, aquela necessidade de compartilhar tudo o que fazemos em redes como o Facebook e o Instagram.
Na minha opinião, cabe aqui uma reflexão sob outro ângulo:
Em uma busca rápida pelo próprio nome no Google, tenho absoluta certeza que serão as mídias sociais os primeiros resultados apresentados.
Pode parecer cruel – e de fato o é – mas somos o que o Google diz que somos. Se tudo que encontrar ao pesquisar seu nome é uma lista de vestibular ou um comentário malicioso em um fórum, bem, aquela é a única primeira impressão que você pôde deixar sobre si mesmo.
Sou contra a visão de “caça às bruxas” e de completa exclusão de perfis em mídias sociais, justamente porque as interpreto como ferramentas para deixar uma excelente primeira (ou segunda) impressão. Ali somos editores de nosso próprio conteúdo! Recortes do cotidiano que mostram alguém realizado em sua vida pessoal e profissional, capaz de se relacionar e fazer networking, são muito mais valiosos do que uma porta fechada – analogia ao cadeado dos perfis fechados. Para mim, a maior proteção é a ideológica, aquela na qual restringimos conteúdo e frequência, respeitando aquilo que ainda temos de mais precioso em tempos de tamanha exposição – nossa privacidade.
Para tais decisões, não temos regras, apenas interpretações. São trechos destas mesmas interpretações que compartilho com vocês na entrevista abaixo.
Boa leitura!
– As empresas dão valor para perfis em redes sociais na hora de uma contratação? O quanto isso pode afetar na escolha do candidato?
A maioria, sim. As pesquisas realizadas apontam que recrutadores conferem as redes sociais dos candidatos para buscar por eventuais “comportamentos inadequados” na web. O curioso é notar que não existem parâmetros aplicáveis a todos os casos para que um comportamento seja considerado inadequado, isso depende da cultura da empresa, da percepção de quem avalia e até mesmo da área de atuação do candidato. Nas redes sociais somos editores do conteúdo que produzimos e por consequência, responsáveis pelas postagens. É um espaço no qual expomos opiniões e recortes do nosso cotidiano. Na minha opinião, não é necessário ser radical e manter perfis completamente profissionais e sérios, mas é possível “ser você mesmo” e evitar comentários preconceituosos, o excesso de exposição e as brincadeiras ofensivas. Reclamar de tudo e de todos também costuma ser um comportamento mal visto pelos recrutadores e chefes. É importante ressaltar que não existe somente o lado negativo do uso de mídias sociais, que podem ser ferramentas expressivas de marketing pessoal e fazer a diferença no processo seletivo.
– Como uma pessoa pode utilizar as redes sociais para buscar um emprego? É um bom local para fazer contatos?
As redes sociais podem auxiliar – e muito – aqueles que as utilizarem como ferramentas de marketing pessoal. Além de favorecer o networking e o relacionamento, são canais de compartilhamento de informação. Manter um blog sobre determinado tema costuma contar pontos positivos no âmbito profissional, já que trata-se de um projeto pessoal que consome tempo e exige dedicação e disciplina. O ato de gerar conteúdo relevante e propagar informação de qualidade também é favorável em processos seletivos. Redes sociais profissionais como o LinkedIn – na qual você pode ser recomendado por suas competências – e de compartilhamento de conteúdo, como o Slideshare, são fortes aliadas dos candidatos. Outros pontos importantes dizem respeito aos perfis, que devem estar bem cuidados e atualizados, com foto, descrições completas e em bom português. Uma sugestão é fazer uso de aplicações como o Klout (http://klout.com/) e o Reppler (http://www.reppler.com/), ambos com objetivo de mensurar a influência nas redes sociais, através da relação com temas frequentes nas postagens realizadas. O lema é: “você é o que você compartilha”.
– Principalmente no Facebook, muitos grupos que publicam vagas de emprego têm surgido. Para empresas é uma boa tática usar a rede social como meio de divulgação?
Para as empresas, o primeiro passo é definir os objetivos da atuação em redes sociais, para que as estratégias e táticas possam ser consistentes. É muito comum que as organizações utilizem esses para estar onde o público alvo está, visto que 97% dos internautas brasileiros possuem pelo menos um perfil em alguma mídia social. Também é importante respeitar o desejo do público alvo por informação. Bombardear o usuário com vagas e anúncios e marcar pessoas compulsoriamente em postagens são práticas mal vistas pelos candidatos.
O LinkedIn apresenta ferramentas bastante úteis e focadas para recrutadores, contando inclusive com anúncios segmentados. Já o Facebook e o Twitter são canais muito utilizados para compartilhar informação. É comum que as pessoas lembrem-se de amigos quando se deparam com alguma oportunidade e nesse momento é criado o impulso da viralização, que é potencializado pelas funcionalidades nativas das redes, como o RT, o Compartilhar e a marcação de pessoas específicas em postagens. As redes sociais são canais de relacionamento e de diálogo facilitado entre empresas e candidatos, uma via de mão dupla. [Webinsider]
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Camila Renaux
Camila Renaux (@camilarenaux) é consultora e palestrante em Marketing Digital. Mantém o blog Marketing Drops.
Uma resposta
Parabéns pelo artigo, muito bom.