Como eu sou novo aqui, prefiro pontuar alguns tópicos interessantes para você que já abriu esse link e quer saber dos nossos desafios quando pensamos em estratégias, sem enrolação, com links para explorar. Depois eu penso como esses pensamentos podem ser úteis para os nossos processos/entregas e onde queremos chegar.
Para gente não se perder, dividi o nosso papo em três tópicos. Começo falando o comportamento social das marcas, na sequência pontuo sobre conteúdo e finalizarei comentando sobre serviços e propaganda.
Primeiro, proponho que a gente pare de assumir que as pessoas querem se relacionar com marcas sempre. As pessoas se relacionam com pessoas. As marcas podem aparecer em algumas conversas quando faz sentido serem citadas dentro do contexto, e ainda assim não acontece com tanta frequência. Quase ninguém liga o computador para conversar com a tua marca, amigão. Sad, but true. Quando dissemos isso durante uma reunião com um cliente para nivelar o entendimento sobre o papel das estratégias sociais, os sócios riram, concordando e aceitando que se a gente não for interessante não vale a pena gastar dinheiro pra falar com ninguém ou com um público disperso e sem identificação com o propósito do negócio.
Se a gente começar a conversa assim, podemos sair dessa nuvem de expressões marqueteiras (tipo engajamento, amor, relacionamento, share value) para focar no que é necessário: pessoas conversam/amam/se relacionam com pessoas. Ou você se torna parte do que for interessante para as pessoas ou vai depender somente de publicidade paga pra tentar invadir a vida delas, e a casa vai cair toda vez que as regras mudarem – como está acontecendo com quem depende do Facebook para avaliar se tá ou não tendo sucesso na rede. Esse é o nosso desafio, vencer a indiferença das pessoas com relação ao nosso trabalho. E só vai funcionar se todas as experiências com o serviço/produto forem interessantes para as pessoas. É ao redor das percepções delas que as nossas ações precisam girar, primeiramente.
Relacionamentos 3.0
Para comprovar que o nosso foco está mudando, sugiro a análise do amadurecimento da internet. Que nada mais é que o reflexo dos nossos laços com pessoas e conteúdos desenhados para a web.
Note que a primeira fase permitiu que as pessoas compartilhassem documentos (intranets, lembra-se?); a segunda, que as pessoas pudessem interagir entre si (começo dos chats, blogs, mensagens instantâneas); agora a internet está sendo reconstruída ao redor das pessoas. Quer ver? Olhe para serviços como Airbnb, Netflix, Nike+, Facebook, Instagram, Whats App etc. Para falar de campanhas, dá uma olhada no que a Oreo fez.
Sendo assim, a gente precisa entender muito mais sobre comportamento social pra ser relevante a partir de agora. O Paul Adams (ex Facebook e Google+) sugere que a gente pense a internet assim como pensamos na eletricidade, “ela está sempre lá; assim como os nossos comportamentos padrões de relacionamento com as pessoas, que estão sempre ao nosso redor esperando uma oportunidade interessante para interagir”. E pontua o início de seu livro “Grouped” com alguns padrões para demonstrar como as pessoas socializam:
- Nós falamos para sobreviver;
- Nós falamos para ter recompensas sociais;
- Nós falamos para ajudar os outros;
- Nós falamos para administrar como as pessoas nos percebem;
- Muitas das nossas conversas são sobre pessoas;
- Nós compartilhamos sentimento, não fatos;
- Nós conversamos sobre as coisas que estão ao nosso redor;
- E por ai vai.
Esses precisam ser os focos iniciais, os grupos de pessoas e suas relações. A nova campanha do Facebook para explorar os Grupos na rede é mais uma evidência pra contextualizar a nossa jornada.
Eles sabem que nós movemos a rede, instigam a nossa participação e, por tabela, o consumo daquele post patrocinado. Sim, o negócio somos nós.
Por enquanto é isso. Dá uma olhada nos links e a gente continua no próximo post, quando vou falar sobre o conteúdo que prende a atenção das pessoas e qual é o papel da agência no direcionamento estratégico para os nossos clientes. [Webinsider]
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Leia também:
- Estratégia de conteúdo é falar para o cachorro (e ele entender)
- As marcas devem dialogar com as pessoas
- A percepção do valor da sua marca pelos clientes
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Brunno Apolonio
Brunno Apolonio é Estrategista, entusiasta dos paranauês e ideias digitais/sociais e também tá nessa de entender como as pessoas, as marcas e o mundo podem se relacionar sem bullshitagem.