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O início do ano de 2015 verá o lançamento oficial dos protótipos de reprodutores de mesa para Blu-Ray em 4K. Tudo faz crer que os lançamentos serão feitos na tradicional feira de exposição eletrônica americana CES, que começa em janeiro, mas o lançamento do produto final poderá acontecer lá pelo fim do ano.

A Panasonic já adiantou na feira que se iniciou dias atrás o protótipo do seu primeiro modelo, omitindo, porém, alguns detalhes sobre o tipo de disco que será usado.

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Este novo reprodutor da Panasonic será capaz de reproduzir material de vídeo com conteúdo HDR (High Dynamic Range), o que significaria maior detalhamento de imagem nas zonas de sombra registradas pelas câmeras. A tecnologia HDR vem sendo encaminhada desde 2013 pelo esforço dos laboratórios Dolby, com o nome de Dolby HDR.

Além disso, a imagem poderá atingir até 2160p a 60 Hz (ou 60 quadros por segundo). No atual padrão de upscale nas imagens fonte de 4 K o máximo que se consegue é 2160p @ 30 Hz.

A cor da imagem ganha uma expansão de espaço (YCbCr) dos atuais 8 bits para 10 bits, o que na prática aumenta a gama de reprodução e portanto a textura da imagem. Os novos reprodutores serão, neste particular, obrigados a obedecer as normas BT.2020 (ou Rec.2020), estipuladas para o padrão de imagem 4K/8K.

Finalmente, o bitrate se estende até o máximo de 100 Mbs (Mega bits por segundo), bem além, como se vê, do atual limite de 40 Mbs dos discos Blu-Ray convencionais. Supostamente, o novo protocolo HDMI 2.0, já explicado aqui na coluna, deverá suportar a largura de banda necessária à transmissão deste tipo de sinal.

 As incertezas que perduram no momento

Embora não se possa subestimar a capacidade da Panasonic, empresa que esteve desde o início na liderança na fabricação de players e na autoração de discos Blu-Ray, de estabelecer com segurança os novos padrões para a reprodução de discos 4K, algumas dúvidas ainda não foram devidamente esclarecidas:

Que tipo de disco BD-V será usado? O padrão atual máximo gira em torno de um disco com 50 GB de espaço de memória, em camada dupla. Pela Internet, alguns falam em discos com uma capacidade de até 100 GB, em camada tripla. Se for assim, fica patente que novos pick-ups óticos teriam que ser desenvolvidos. Isto quer dizer também que os atuais reprodutores não serão capazes de tocar discos 4K, a não ser que eles tenham uma camada retro compatível.

O codec de alta resolução usado para sinais 1080p é o H.264 e será substituído pelo H.265 (HEVC). Os atuais players com upscaling para 4K não são capazes de reproduzir este tipo de conteúdo. Mesmo nos computadores high end, o processo de reprodução não é tão fácil assim. Na realidade, o único player para ambiente Windows disponível até agora que eu conheço é o PotPlayer, fornecido gratuitamente pela chinesa Daum, em versão de 64 bits:

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O PotPlayer é desenhado com a capacidade de incorporar o decodificador H.265, sem o qual não é possível reproduzir arquivos 4K. Mesmo no computador pessoal, a demanda na reprodução de material 4K é enorme. Na maioria das vezes é preciso ter instalado um cartão gráfico com GPU veloz o suficiente, trabalhando em uma plataforma multinúcleo de alta performance.

Não se fala ainda em Blu-Ray 4K 3D. No atual formato de upscaling a imagem 3D não atinge 4K, ela continua em 1080p. É possível que os atuais protótipos não reproduzam 3D em 4K por falta de um padrão estabelecido, ou mesmo pela ausência de um chip decodificador adequado.

Uma outra coisa que eu pelo menos ainda vou querer ver será a imagem 4K quando a mesma atingir 50/60 Hz, e será preciso saber se existe de fato alguma utilidade nisso. Nos atuais processadores de vídeo para upscaling a imagem 4K vai a 30 Hz, e o resultado, a meu ver, é mais do que satisfatório. A transmissão de sinal UHD a 50/60 Hz exige cabeamento HDMI confiável, bem como seus transmissores e receptores de sinal.

Finalmente, resta uma questão sobre a melhoria da imagem. Inegavelmente, a imagem 4K tem cor e detalhes bem superiores, mas desde que o usuário tenha uma tela de tamanho agigantado. Eu creio (e aí posso estar redondamente enganado) que telas menores do que 55 polegadas não conseguirão exibir as diferenças entre 1080p e 2160p. E aqui é bom lembrar que muitos dos bons discos Blu-Ray disponíveis no mercado foram autorados com varredura em torno de 2K, mais do que suficientes para transferir o fotograma 35 mm de forma correta.

Sobre o HDR, não há dúvida que os atuais televisores 4K terão que ser substituídos e é possível que sejam introduzidas novas e emergentes tecnologias de telas. O que é desanimante, sob vários aspectos, principalmente para aqueles que acabaram de investir parte do suado orçamento ou poupança em uma tela 4K moderna.

Por outro lado, não há dúvida que a tecnologia de displays tende a mudar, mesmo e apesar da presença de telas OLED 4K no mercado. A presença de filtros com nanotecnologia, por exemplo, poderá alterar drasticamente os rumos do mercado.

De qualquer forma, com novas tecnologias de telas ou não, somente o decorrer do ano deverá elucidar algumas destas dúvidas e posicionar o avanço em relação ao prejuízo do usuário atual de 4K. Certamente que um desses potenciais “desânimos” irá se referir ao colecionador de mídia. Passar de DVD para Blu-Ray já foi um esforço financeiro considerável, mas pelo menos necessário. Passar de 1080p para 4K eu tenho cá as minhas dúvidas, na maioria dos casos! [Webinsider]

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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5 respostas

  1. Minha opinião vai mais ou menos na linha da do colega Nolan. Uma parte razoável das pessoas já não dá muita bola pra BD em relação a DVD (conheço gente que acha q não tem tanta diferença, gente que vê razoável diferença mas não o suficiente pra investir no equipamento, e até, pasmem, gente que afirma não ver praticamente diferença alguma – se bem que aí já é caso pra encaminhar ao oftalmo….. Fora isso, mesmo entre entusiastas de filmes (como este que vos escreve) um BD bem autorado em uma TV de alta resolução já “resolve a parada”. Lógico que quanto mais qualidade melhor, mas tenho 900 DVDs e uns 250 BDs, que com um bom player e uma Panasonic Plasma já me atendem. Não comprarei tudo de novo…

  2. Olá, José Carlos,

    Concordo totalmente contigo, a respeito dos catálogos e das boas gravações, em mão de uma meia-dúzia de empresas que não conhecem o valor de cada título ou não têm interesse em colocá-los de volta nas prateleiras das revendas.

    Já aconteceu de alguns selos disponibilizarem alguns destes títulos em download ou por CD-R, mas não são em muitos casos acessíveis, por causa dos direitos autorais.

    Assim, a dificuldade de recuperar títulos continua. Por coincidência, há poucos dias atrás eu consegui achar uma informação sobre a reedição de um disco gravado pela extinta MPS, relançado em 2006, sem muito alarme. Pois bem: virou disco de colecionador, quem tem estoque esta cobrando mais de quatrocentos dólares, acredite se quiser.

    Eu tive o Lp desta gravação, remasterizei para CD, mas queria uma cópia feita em estúdio. Com este preço, ficou impraticável.

    Depois reclamam da pirataria!

  3. Acho que estou fora do assunto.

    Sobre estas novas tecnologias, eu as vejo da seguinte maneira. Não vou trocar ou refazer a minha coleção de dvds e blu rays para assistir as mesmas produções no novo formato 4K. Se eu pudesse influir em alguma decisão sobre isto eu inovaria ou buscaria tecnologias que me trouxesse de volta obras artísticas valiosíssimas que estão se perdendo por conta de rivalidades entre DECCA records, EMI Odeon e outros conglomerados gigantes donos de boas obras de artes que ainda não saíram nem no dvd comum. Todo apreciador de Wagner, no mundo inteiro, espera ansioso pelas interpretações do Der Ring des Nibelungen com o Maestro Georg Solti. Mas, cadê? Eu digo isto, porque eu tenho um DVD da Deutsche Grammophon comprado na Amazon que nos mostra Artur Rubinstein tocando o concerto para piano de Grieg, gravado na década de 70 numa qualidade de imagem semelhante a um blu ray. Melhoramento de imagem incrível. Eu acho que também envolve Direitos Autorais e enquanto essa rivalidade não for resolvida, se depender de mim estas novidades não prosperarão.

  4. Caro Nolan,

    Você tem toda a razão, porém a introdução do Blu-Ray 4K é inevitável, por conta da demanda do mercado, mesmo que ele não esteja no mesmo nível de consumo dos outros produtos de vídeo.

  5. Como sempre o teu artigo está perfeito Paulo.Mas o que os fabricantes não entendem é que o publico normal não se interessa pela qualidade da imagem acima de determinado nivel.Tanto que aqui e nos USA a venda de DVD’s continua bem maior do que blurays…Além do mais eu particularmene não acredito mais no disco com suporte para dados.Vide o CD.Vai acontecer a mesma coisa com video.Streaming.E não adianta ficar criando ou mudando padrões ao sabor de novas tecnologias.Eu tāo cedo não troco meu televisor.Pobre Panasonic,jogando $$$ fora,
    Abração

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