Vivemos o fim de uma era no país.
Mais do que o fim da Era PT, vivemos o fim ou o início do fim da ilusão marxista, como salvadora da pátria.
Desde a ditadura militar, um grupo de pessoas foi considerada os heróis do povo, que lutaram pela liberdade e pela igualdade. Criamos um mito de que eles eram os salvadores da pátria.
Hoje, depois de 12 anos de poder, um conjunto grande de pessoas, principalmente de classe média, o berço do PT, pois os metalúrgicos do ABC eram também de classe média. Somados a intelectuais de todos os tipos, se tem claro os furos do projeto marxista.
Antes de tudo, a cultura marxistas é antirrepublicana e anticapitalista e procura criar uma centralização de poderes no Estado protetor. O populismo torna isso mais evidente, mas as experiências do século passado reforçam essa visão. Tudo é centralizado, o que torna a sociedade menos dinâmica, com problemas graves de produção.
Digamos que estamos passando o sonho marxista, ou de uma república com estado forte e protetor, mas o que colocaremos no lugar?
Petismo e tucanismo
O contraponto ao Petismo é o tucanismo, uma social-democracia, no qual o Estado é menos protetor dos pobres, mas é protetor dos amigos do rei.
No qual, as organizações privadas conseguem ter forte influência no estado, o que seria a marca do neoliberalismo, ou mercantilismo, ou capitalismo de estado.
Hoje, acredito que temos que começar um movimento pós-neoliberal no Brasil, não confunda com neoliberal, que é a refundação da república e do sistema econômico, através de melhoria de suas virtudes e valores.
Na minha análise e diagnóstico o século XX teve uma forte concentração não pelo demérito nem da república e nem do capitalismo, mas vivemos sob a influência de dois movimentos em paralelo:
- o aumento vertiginoso da população;
- e a concentração de mídia.
Uma reforçando a outra, o que nos fez assistir fortemente a concentração de poderes e renda.
O movimento progressista do novo século é pós-republicano e pós-capitalista, em que procura preservar os valores dos dois sistemas, mas inovar, através do novo potencial da nova mídia, como fizeram os liberais clássicos, com o papel impresso, a partir de 1450.
Plataformas digitais colaborativas
É preciso reduzir a ineficiência dos monopólios estatais e privados, criando organizações mais abertas para a sociedade.
Isso se dá com a implantação de Plataformas Digitais Colaborativas nas quais o cidadão/consumidor passa a se empoderar, de baixo para cima, para criar uma sociedade não só dinâmica, mas muito mais participativa.
Mantemos, como é o projeto da república e do capitalismo, uma melhor qualidade produtiva, com mais participação social, evitando que o rabo balance o cachorro como é hoje.
Assim, um pós-liberal defende um estado limitado, mas também a luta contra os monopólios privados, que conseguiram em conluio com o estado, manter a sociedade em um estágio primitivo de participação.
Note que o projeto do Podemos da Espanha, por exemplo, que procura dar uma resposta a atual crise filosófica republicana, não é pós-liberal, pois procura com um discurso tech centralizar o poder, ao invés de descentralizá-lo. (Vide o apoio que os seus líderes deram a Hugo Chavez, inclusive profissional em troca de dólares para montar o modelo do socialismo do século XXI).
Assim, a democracia digital passa pelo resgate dos princípios dos liberais clássicos daquilo que eles têm de valores, adaptando-os ao mundo digital.
É isso, que dizes? [Webinsider]
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Leia também:
- O crescimento da população e a mídia descentralizadora
- A solução dos problemas da sociedade é uma questão política
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Carlos Nepomuceno
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