A indústria da música foi uma das mais sacudidas com a chegada da internet.
As gravadoras encolheram, sofreram o pão que diabo amassou (merecidamente, diria você) e agora, tanto tempo depois, a poeira baixa e uma nova realidade se acomoda.
O que parecia claro desde lá atrás hoje se consolida – a maior parte do faturamento das gravadoras nos Estados Unidos já vem do digital, cerca de 2/3 atualmente.
Em poucas palavras foi assim: o CD substituiu o vinil, mas logo perdeu para o MP3. E, com a banda larga, lá vem o streaming correndo por trás como o novo padrão.
(Estamos falando aqui do que é pago, sem contar CDs piratas e os plataformas P2P. Os mais antigos vão se lembrar do rebuliço causado pelo Napster.)
Até que no ano passado, nos Estados Unidos, pela primeira vez a venda de música por streaming ultrapassou os CDs em receita.
Segundo números das gravadoras, os CDs venderam U$ 1.86 bilhões em 2014. Os serviços de streaming (Spotify, Pandora, iTunes Radio) venderam um pouco mais, US$ 1.87 bilhões, em um total de quase US$ 7 bilhões.
Destes quase US$ 7 bi, a maior fatia veio do download: US$ 2.58 bilhões, mas o gráfico indica padrão de queda e mostra que os consumidores começam a adotar os serviços de streaming. O número de assinaturas pagas para ouvir música por streaming triplicou em três anos: de US$ 1.8 milhões para US$ 7.7 milhões.
E o que isso significa para nós no Brasil? Não muito, pois os músicos entenderam que têm que se virar sozinhos, que precisam ter presença nos canais online e que o faturamento vem de shows. Nem todos se preocupam em ter CDs gravados. Essa realidade já era evidente há 15, 20 anos na China, com pirataria no nível 10.
Gráfico mostra vendas de música nos Estados Unidos
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[Webinsider]
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Vicente Tardin
Vicente Tardin (vtardin@webinsider.com.br) é jornalista e criador do Webinsider. É editor experiente, consultor de conteúdo e especialista em gestão de conteúdo para portais e projetos online.
2 respostas
Oi Fabio, já que você contou como é com você, eu diria que dispersei minha coleção de CDs, coloquei numa caixa os antigos discos de vinil e ainda não aderi ao streaming. Tenho em arquivo digital alguns poucos discos antigos que gosto e tinha em vinil ou CD. Também não curto ouvir música em headphones. Ou seja, bagunçou tudo.
Eu não consigo optar pelo streaming com música. Pode me chamar de saudosista, de velho (tenho 38), do que quiser, mas eu não entro nessa, pelo menos, não com música. Ok, eu aderi ao Netflix (o custo benefício é fora do comum, mesmo com acervo capenga em relação aos EUA, 17 pratas por mês é molezinha)mas utilizo ele apenas pra ver documentários e proporcionar acesso a dezenas de seriados que minha esposa gosta. Quando o assunto é filmes, coisa que eu gosto de ver e rever, aí eu os coleciono (pois é) fisicamente; VHS, DVD e Blu-ray. Velhos hábitos são difíceis de abandonar.O mesmo vale pra música, eu tenho um gosto meio limitado (rock, hard rock, heavy metal e blues) e dificilmente curto coisas novas (95% do que eu escuto provém dos anos 70, 80 e 90)então acaba me desagradando a ideia de que terei que acrescentar mais um gasto às minhas já combalidas finanças pra pagar uma mensalidade pra poder escutar música. Gosto mais, valorizo mais o “ter”. Compro um CD, vinil ou eventualmente um álbum via download, mas pago de uma vez e é meu pra sempre. Mês que vem, se as contas estiverem apertadas, não compro nenhum, mas os que já são meus continuam disponíveis pra serem escutados quando e onde eu quiser, sem restrição alguma. Outro fator é que a patifaria que chegou aos planos de internet móvel (qdo estoura seu limite vc não tem mais a velocidade diminuída, tem o acesso cortado), segundo eu li aqui e ali, em algum momento não muito distante, chegará aos planos de internet residenciais, e aí streaming vai ser “tráfego jogado fora”… Entendo que seja uma tendência irreversível, mas por diversas razões eu não me entrego…