A partir de brincadeiras, a criança aprende valores como cidadania, respeito ao outro, ouvir e expressar sua opinião, em parceria com o mediador, que pode ser o professor, os familiares e a comunidade.
Quando um grupo de crianças brinca de “esconde-esconde” aprende a respeitar as regras (nos jogos livres e nos dirigidos) e a respeitar a vez do outro, até que o último colega seja encontrado. E a brincadeira se torna uma aprendizagem.
Apesar de o senso comum considerar a brincadeira e o jogo formas de passatempo e entretenimento, cada vez mais se tem reconhecida a importância do lúdico como ferramenta facilitadora no processo de aprendizagem. Muito mais que uma simples ferramenta pedagógica de auxílio ao professor, os atos de jogar e brincar auxiliam no desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da imaginação, do intelecto e das habilidades motoras, além de facilitar o processo de socialização do indivíduo, ajudando-o a interagir consigo mesmo, com o outro e com o mundo ao seu redor. (Rodrigues e Moura, 2014)
A partir da brincadeira, também podemos notar que a criança realiza e rememora uma série de atitudes que os adultos praticam em seu dia a dia e que variam desde uma discussão em casa até as brincadeiras vivenciadas em uma viagem. Desta forma, a brincadeira em espaços escolares e não escolares se fazem presentes e no caso, o professor e/ou educador assume o papel de mediador e observador das brincadeiras, interagindo e transmitindo valores presentes em nossa sociedade de forma lúdica e prazerosa.
A criança está em constante processo de aprendizagem – aprende em casa na hora do almoço com o irmão mais velho, na rua com um estranho a falar um palavrão, na hora de dormir com a mãe, com a música que ouviu no trânsito, com os funcionários da escola etc.
E aprende também com o que ela mais gosta de fazer, no seu passatempo favorito que é brincar com os amigos, os colegas, o irmão.
Esse conceito ainda não é bem visto por todos, pois muita gente ainda pensa que brincar é distração apenas. É preciso quebrar essa barreira de preconceito.
Professor, família e comunidade deveriam pensar assim e deixar as crianças serem crianças, sem tentar destruir essa fase tão linda da infância.
Nada a ver as velhas reclamações:
– Meu filho não fica quieto, ele é uma peste.
– Não aguento mais a minha classe, esses alunos são o capeta.
– As crianças de férias atormentam a minha vida.
E por aí vai, reclamações em cima de reclamações. Crianças não são robôs, elas precisam brincar.
A criação de um espaço lúdico contribui para quebrar a característica de que escola e faculdade estão voltadas apenas para o ensino. São também um local privilegiado de interações humanas e de aprendizagens múltiplas para todos. [Webinsider]
Foto de Huzzatul Mursalin.
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Cíntia Oliveira Pires Galego
Cíntia Oliveira de Souza Pires é coordenadora pedagógica e Docente Universitária .
7 respostas
Brincadeira é coisa séria, pelo menos deveria ser tratada como tal. A Brincadeira é a principal atividade da infância que constitui um indivíduo. Ao invés de resgatar as brincadeiras humanizadas, como brincadeira de roda, pega pega, e entre outras, as brincadeiras tornaram-se superficiais, utilizadas como mero passa tempo, por meio de aparelhos eletrônicos. Os pais mal sabem o mal que fazem aos seus filhos por não oportunizarem se sujarem e aprenderem brincando com suas próprias experiências que os humanizam.
Cíntia,
Seu texto é bem claro e de fácil interpretação.
Não podemos deixar nossas crianças se transformarem em robôs com a nova era dos jogos em celulares e outros. Não só as crianças, como também os jovens.
Seu artigo é bem claro na didática do brincar e do aprender, facilita o aprendizado não só dos educadores, como também de nós pais.
Parabéns Cíntia, excelente texto!! Seu artigo vem reforçar o que diz o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.
É verdade, a gente aprende brincando…, ainda mais se você começar a criar seus próprios brinquedos e inventar suas próprias histórias…, comigo foi assim e com meus irmãos. Somos todos criativos ao extremo, desenvolvemos habilidades artísticas e musicais, inclusive esportivas. Brincando aprendemos e descobrimos o mundo. Parabéns Cíntia por seu artigo.
Esse artigo vem reforçar ainda mais de como cuidar de nossos filhos. Brincadeiras saudáveis, que mexem com a auto estima das crianças. Hoje infelizmente o que se vê são crianças solitárias, muitas das vezes com celulares e outros equipamentos eletrônicos jogando, esquecendo assim daqueles que estão próximos.
Como é bom poder brincar de pega-pega, bolinha de gude e outras brincadeiras em comunidade.
Parabéns Cíntia, ótimo texto para reflexão de como lidar com nossas crianças.
Muito bom,tenho grande interesse pelo lúdico na educação e concordo que não é apenas uma brincadeira e muito menos que sua finalidade seja para distrair.
Parabéns pelo artigo Cíntia, a forma lúdica de ensinar deixa grandes aprendizados. Todo forma de ensino é válida para que as crianças gravem as lições. Beijos!