Não é de hoje que as empresas exigem profissionais qualificados para desempenhar bem suas funções. Traçando uma linha cronológica, há 100 anos, 8 em cada 10 brasileiros eram analfabetos.
Na década de 40, as empresas começaram a exigir o diploma do curso primário. Já em 1955, o curso ginasial e de datilografia eram considerados diferenciais profissionais.
Em meados dos anos 60, 1 em cada 5.000 brasileiros tinha o curso superior e somente a partir de 1970 a graduação passou a ser considerada o grande diferencial frente às exigências do mercado daquela época.
No período de 1980 e 1990, foram o inglês e a informática e, nos dias atuais, a pós-graduação.
Há 50 anos, o jovem precisava de 3.000 horas de estudos para alcançar seu lugar ao sol. Hoje, para alcançar o mesmo posto, é necessária uma carga de mais de 10.000 horas. Não parece justo, mas é a exigência do mundo contemporâneo.
Nenhum profissional sem formação consegue se estabelecer no mercado competitivo que vivemos.
Itens como conhecer as ferramentas de gestão, entender como funciona o mercado global e a cultura, acompanhar as tendências econômicas e políticas, estar conectado às redes sociais e perceber que o desenvolvimento sustentável é um caminho são pré-requisitos fundamentais e devem fazer parte da bagagem do profissional de sucesso.
Partindo desses pressupostos, entramos no papel do educador. Temos que pensar na Universidade como laboratório e o profissional da educação deve ter a capacidade de encontrar elementos para equilibrar a balança das diferenças e apontar caminhos, sugestões e questionamentos a respeito dos problemas do mundo.
Educar não é somente explicar o modus operandi aos discentes: é formar cidadãos. Esta afirmação chega a ser utópica na sociedade brasileira por uma série de razões: falta de responsabilidade do governo, corrupção, a cultura de levar vantagem em tudo, criminalidade, falta de incentivo à cultura, entre outras.
Pensar na educação somente como suporte para ajudar o aluno a conseguir uma boa posição no mercado de trabalho é limitar o poder de transformação daquela que é considerada a peça fundamental para construção de um mundo mais humano e solidário. [Webinsider]
…………………………
Leia também:
- A brincadeira como sinônimo de aprendizagem
- A publicidade tem que se conter diante das crianças
- O futuro do meu filho e os games
- A psicologia organizacional na contratação de professores
- Um olhar voltado para a Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Cíntia Oliveira Pires Galego
Cíntia Oliveira de Souza Pires é coordenadora pedagógica e Docente Universitária .
10 respostas
Os tempos que vivemos são outros e o mundo está mudando numa velocidade incontrolável, antes o Magistério era a aquisição necessária para lecionar, hoje, uma simples graduação não representa muita coisa, cabe o profissional de educação buscar adequar-se as exigências do mercado. E quem tem compromisso com a sua profissão,anseia por mais conhecimento e mais qualificação. Conhecimento é a base da superação.
Texto inteligente e muito bem escrito.
Explicou exatamente o que vivemos hoje desde o passado no Brasil.
O artigo deixa claro como o mercado capitalista exige dos profissionais,porém nesse caso específico da educação,sendo o professor no Brasil,desvalorizado em todos os níveis,da esfera pública a rede privada.Contudo necessário ressaltar que o país em nenhuma momento de sua história teve a educação como prioridade,até mesmo pelo fato de vivermos mergulhados na corrupção em diversas esferas de governo,indo de município ao federal,assim sendo a má qualidade de educação sempre foi “plano de governo.Faculdades que prezam pela quantidade(maioria),não tendo dessa forma profissionais preparados para entrar nas unidades escolares,é preciso formação adequada,mas se faz de vital importância conscientização da população de maneira geral,para que dessa forma se comece a revolução interna de cada um.A exigência do mercado tende a aumentar cada vez mais,hoje se “cobra” pós,amanhã doutorado,pós-dou,e assim sucessivamente,contudo a educação não se faz com “TÍTULOS”,”PAPEL”,é preciso uma mudança de baixo da sociedade,a mudança não vai chegar de cima,esfera governamental,para que a educação ganhe qualidade,necessita de alunos(a) conscientes de sua função,nome de instituição não forma,oferece oportunidades que outras não,portanto para ter melhor educação a mudança vem de consciência.
Muita coisa mudou realmente ao longo dos anos. Este artigo nos faz refletir como os valores mudaram e como se estabelecer no mercado de trabalho nos dias de hoje. Hoje mais do que nunca precisamos da figura do Educador em nossas vidas.
Realmente é muito bom ler este artigo tão bem redigido e se deparar com visões parecidas.
O professor é um protagonista neste cenário que grita por socorro.São tantas exigências e muitas vezes pouco reconhecimento.
Cabe a nós que escolhemos traçar por este caminho, unir forças em prol de algo que sabemos que vai muito além da sala de aula.
Estou muito feliz em saber que ainda existe proficionais na educação que se compromete com o ser humano como você, pois ao meu entender em nenhum pais do mundo o ser humano é destratado na sua formação educacional como em nosso pais.Fora do brasil as pessoas são valorizadas e incentivadas para entrar em uma entidade de ensino superior em nosso pais eles acham que quanto mais burros melhor.Então adorei isso tudo que você sabiamente nos fez refletir parabéns!
O caminho, mais preciso mediante a tantas coisas acontecendo no nosso pais, mesmo havendo leigos que não acreditam em um caminho melhor é por vez a Educação.
Educar é incentivar o aluno a pensar… dar base para descobrir novos caminhos… se questionar…
Professores que se doam e alunos abertos para receber é o início de uma aventura ao mundo maravilhoso do aprender.
O compromisso dos Professores não é á simples necessidade de repassar conteúdos acumulados no decorrer das aulas,mais para além disso pois cabe a nós professores despertar e aprimorar o senso crítico para que nossos alunos possam participar efetivamente da construção de uma sociedade mais humana e justa.
Precisamos passar conhecimentos e conteúdos que de suporte para sua formação profissional porem precisamos nos atentar em qual tipo de profissionais queremos formar. Parabéns pela reflexão.
Aline
Nos dias atuais, a sociedade vem moldando cidadãos, para serem maquinas funcionais que simplesmente reproduzem, não seres pensantes que possam mudar as barreiras pré-estabelecidas pela sociedade, devemos procurar metodos e fórmulas para mudar o nosso meio e tentar melhorar nosso Brasil.