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linux_mintNa mês passado eu recebi uma mensagem da Microsoft oferecendo que eu fizesse gratuitamente o upgrade do sistema operacional do meu computador de casa. E você sabe como é tentadora qualquer proposta que venha com a palavra “grátis”.

Ignorei que a mensagem tinha sido enviada contra a minha vontade por um programa da Microsoft que não pode ser desinstalado. Também ignorei a suspeita de que – pelo menos no caso das corporações – não existe almoço grátis, tudo tem um preço.

Não posso afirmar categoricamente que meu computador tenha dado pane especificamente por eu ter me registrado para meu computador ser cobaia de testes do Windows 10. Mas é tentador pensar isso.

No dia seguinte ao meu “aceite”, não consegui mais ter acesso ao computador. O programa que gere os perfis de usuários do Windows parou de funcionar. Tentei inúmeras vezes restabelecer as configurações anteriores, sem sucesso.

A alternativa seria ligar para a Microsoft e depender do telefone e da disponibilidade deles para tentar fazer o sistema voltar. Mas eu não tinha tempo nem considerava isso justo. Foi quando a ideia de tentar de novo usar o Linux reapareceu.

Uma pesquisa rápida me informou que a melhor distribuição (um tipo de versão) do Linux pra usuários com pouca competência técnica é o Mint. Ele exige menos esforço para instalação e facilita a instalação dos programas que a gente geralmente usa – tipo Skype, video player etc.

Usei um tutorial pra criar, usando outro computador, um pendrive para iniciar o computador via Linux Mint e a partir daí apenas tive que seguir instruções fáceis para apagar os discos e fazer o computador passar a funcionar apenas com o Linux.

Fiquei positivamente surpreso com a facilidade do processo. Esse computador é para a casa e uso principalmente para acessar a internet, escrever e administrar arquivos de foto e vídeo. Eu não esperava ter um sistema operacional surpreendente, mas uma solução básica, estável e simples de usar.

Acontece que o Linux Mint é mais do que isso. Por exemplo, fui usar um segundo monitor e só precisei conectá-lo e funcionar automaticamente, não refletindo a mesma imagem do monitor principal, mas como um segundo monitor. E mais ainda, similar ao sistema operacional da Apple, o Mint também tem áreas de trabalho que podem ser acessadas por ‘hotspots’ nos cantos da tela. (Se você não sabe o que é isso, é só procurar exemplos no YouTube.)

A experiência me fez pensar na relevância do Windows no mundo hoje. O Windows 10, por exemplo, serve exatamente pra quê? A impressão que eu tenho, pelo pouco que eu conheci do Windows 8, é que o programa é mais pirotécnico do que eficiente – e que tem que ser assim para justificar uma vantagem. Tem que ser pirotécnico porque – será? – não tem no que competir em termos de eficiência com produtos grátis e descomplicados como o Linux Mint.

Temos visto a Microsoft perdendo relevância – não me lembro de ouvir opiniões claramente positivas sobre o Windows 8. O Windows também aparentemente perdeu a competitividade em relação a sistema operacional para smartphone. E está se complicando em relação à sua base de usuários atual ao se mostrar mais invasiva e controladora. E agora também usando estratégias como essa de dar ao cliente a dor de cabeça para testar esse produto novo sem explicar claramente as possíveis consequências. [Webinsider]

Avatar de Juliano Spyer

Juliano Spyer (www.julianospyer.com.br) é mestre pelo programa de antropologia digital da University College London e atua como consultor, pesquisador e palestrante. É autor de Conectado (Zahar, 2007), primeiro livro brasileiro sobre mídia social.

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