Abre-se o Estadão no celular e lá vem a propaganda de Rolex.
A crise da mídia tradicional é justamente esta. É uma mídia de massa com anúncios de massa. O futuro aponta para uma mídia de missa para anúncios de missa.
Eu quero consumir agora algo sobre fotos de pássaros, como coloquei na pesquisa do Google ontem, e não Rolex.
Obviamente, que o anunciante de Rolex não vai ficar satisfeito com o resultado do anúncio exibido para mim no Estadão, pois ele está investindo em alguém que nunca vai comprar um Rolex.
Estão juntando pessoas que não querem fazer negócio.
O novo mundo é o mundo que consegue juntar desconhecidos, que antes não podiam, mas agora querem e vão fazer negócio!
O grande salto que teremos no futuro é justamente a junção das demandas com ofertas personalizadas entre desconhecidos. E isso só pode ser feito, pela ordem, numa plataforma digital participativa que:
- armazene num banco de dados mais e mais os meus interesses sempre mutantes;
- que tenha um conjunto de ofertas cada vez mais diversificada e apontada pelos interesses mutantes;
- um algoritmo que consiga aproximar oferta e demanda de conteúdo e de anúncios;
- e um sistema de avaliação que permita que haja uma confiança para que um desconhecido possa fazer negócio com outro.
A crise da mídia tradicional é justamente a incapacidade de deixar de se basear num modelo vertical, de massa, com editores para um novo modelo horizontal, de missa, com curadores.
Sai o gestor de conteúdo e entra o curador de relações entre oferta e demanda.
Compreendo que há ainda dinheiro sendo gerado no modelo antigo e que haja uma insistência no mesmo, deve haver, pois ninguém joga reais pela janela. O que não compreendo é não ter um projeto piloto de inovação disruptiva para colocar algo no lugar no futuro.
Não, não quero Rolex. [Webinsider]
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Carlos Nepomuceno
Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.