O ensino no século 21 será apoiado na curadoria digital

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket
Educacão e curadoria por algoritmos

O ensino no século 21 será apoiado na curadoria digitalSe percebemos que a sociedade está mudando e o ensino seguirá o mesmo rumo, o debate sobre o ensino do novo século na verdade é casado ao da sociedade do novo século. Para onde a sociedade for, o ensino irá atrás.

Dito isso vamos entender para onde vai a sociedade.

A grande mudança que estamos passando não é apenas a descentralização de mídia, a oxigenação das ideias e a passagem de um ambiente informacional que sai da escassez e vai para a abundância.

Isso também ocorreu no Grécia e na Europa com as chegadas do alfabeto grego e da prensa, respectivamente. É algo que os antropólogos cognitivos (que estudam rupturas de mídia no passado) já observaram.

A revolução digital é muito mais disruptiva, pois:

  • Introduz uma nova forma de comunicação, através dos rastros digitais, um misto de ícones, cliques, comentários.
  • O novo modelo de comunicação permite que um conjunto de práticas administrativas possa ser alterado, pois viabilizamos que muito mais gente possa tomar decisões sem que isso signifique aumento do custo dos processos.
  • Estas mudanças permitem que possamos sair do modelo administrativo, que chamamos de Gestão, e passamos a algo mais sofisticado que batizei de Curadoria Digital.

A Curadoria Digital, do que o Uber e o Waze são os exemplos mais conhecidos, permite, pela ordem:

  • Reduzir ou acabar com a necessidade de intermediadores, cuja função é organizar informação, processos e pessoas (inclui gerentes, políticos, professores, editores).
  • Iniciar uma nova etapa para o Sapiens 3.0, que muda de forma disruptiva o modelo administrativo da sociedade.

Esta é a grande mudança em curso, pois altera as bases religiosas, filosóficas, teóricas e metodológicas de como pensamos a sociedade e resolvemos problemas.

A Curadoria Digital será a base para pensarmos o Ensino 3.0 para o século XXI. O Ensino 1.0 foi o gestual. O 2.0 o oral e escrito. E agora temos o 3.0, o digital.

Há duas vertentes aí para pensarmos:

Uma é o coletivo, que determina como o que chamamos de escola será alterado – a forma, a topologia da nova escola. Outra vertente é o individual, com as demandas que o cidadão do século XXI terá – o conteúdo.

Temos que entender o processo de ensino coletivo em três camadas:

O ensino, a gestão e a curadoria digital

Se analisarmos as mudanças que tivemos até aqui podemos observar que:

  • Tivemos mudanças com a massificação da educação a distância digital (pois educação a distância sempre existiu)
  • Novos projetos na última década, como o Veduca, que dá o conteúdo de graça a distância, mas cobra a certificação.

Prevejo, entretanto, que:

  • Cada vez mais a produção de conteúdo perderá valor, pois mais e mais alternativas estarão disponíveis, forçando a queda do custo.
  • A certificação idem, pois mais e mais se valorizará o que se sabe, com fontes alternativas de certificação, e não aonde aprendeu, tirando o valor dos antigos centros.

O roteiro

O problema principal que teremos nos remete ao item menos badalado, que é o roteiro.

Mais do que nunca o que precisamos hoje, mais do que produção de conteúdo ou certificados, são “roteiristas eficazes” que possam nos ajudar a saber o que é importante e o que não é para nossa jornada.

O problema é que estamos falando do encontro de bilhões de pessoas com bilhões de conteúdos e isso não pode ser feito por pessoas de carne e osso.

Não que não se possa ter em pequena escala, mas quando falamos do futuro de ensino, temos que pensar na formação de bilhões de jovens que precisam aprender algo para sobreviver melhor.

E bilhões de adultos que precisarão estar o tempo todo se reciclando, numa sociedade cada vez mais veloz, mutante e inovadora.

Assim, percebo como grande tendência para geração de valor um modelo de ensino que será fortemente baseado na “wazerização do ensino”. Significa a chegada da inteligência artificial, que será capaz de criar roteiros individuais dentro da massa gigantesca de opções.

Os wazes educacionais terão como missão:

  • Ajudar na escolha de problemas.
  • Definir melhores roteiros, a partir da experiência de quem já passou por aquilo.
  • Retirando o que não é necessário e dando destaque no que é fundamental, sempre através da participação de massa, como já ocorre no Waze.

Ao defender essa ideia, muitos já me disseram que o Waze é algo simplório e não podemos pensar o ensino tendo como base esse modelo.

Se pensarmos tudo como uma foto, chapada e parada, realmente é difícil projetar, mas se imaginarmos um filme e o gradual aculturamento social para esse tipo de inteligência artificial amiga.

E se pensarmos na complexidade, demanda, e na projeção do que virá, não é tão difícil, com um pouco de criatividade e lógica, perceber que esse caminho não é opcional, mas obrigatório.

Na parte 3, falarei da demanda da formação individual. Parte 1 aqui.

É isso, que dizes? [Webinsider]

. . .

Pós-escrito do livro Ensino 3.0: a wazerização da escola. Baixe aqui.

Leia também:

Avatar de Carlos Nepomuceno

Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *