Na busca de novos saberes e de novas perspectivas, as práticas pedagógicas devem ser estratégias que sejam efetivas na produção do conhecimento e que além de estar em consonância com as diretrizes educacionais da educação básica devem favorecer o aprendizado.
Diante deste cenário, a educação não deve ser apenas compreendida e centrada na escola, mas com uma educação concebida com aprendizado constante, em que o aluno seja o autor principal deste conhecimento, vislumbrando de novas técnicas, aquisições e novas estratégias que favoreçam um aprendizado de forma dinâmica e esclarecedora.
Conforme descreve Skinner, (1972 pag. 31) com muita maestria, o melhor processo para favorecer a aprendizagem do aluno é o que ele domina de reforçamento pelo sucesso em sua capacidade de operar no meio.
Nesse caso, esse processo ocorre quando o aluno aprende algo e esse algo é capaz de fazer com que ele seja capaz de melhor compreender, modificar e agir no seu ambiente e sendo reforçado por esse ambiente.
Na visão de Skinner (1972 pag. 25), o “aprender fazendo” não faz com que o aluno aprenda, o que reforça a ideia inicial de que o aprendizado não pode e não deve ser centrada na escola.
Apenas praticar não significa que o aluno tenha aprendido a fazer de modo eficaz e também não vai elevar a probabilidade de ocorrer novamente à resposta emitida.
O autor alerta para a importância da transmissão da cultura aos alunos e que a eles deve ser propiciado o acúmulo de conhecimento, de práticas sociais, de aptidões etc, o que não é possível por uma simples descoberta.
Estar em contato com o ambiente não resulta diretamente na aprendizagem, para tanto as práticas pedagógicas devem ser elementos norteadores na busca de novas estratégias que visem enobrecer tanto o mestre como o educando.
Conceitos de práticas pedagógicas
Não há uma única definição para práticas pedagógicas e sim várias concepções, uma vez que não se pode definir uma prática apenas como modelo, ao contrário. Se assim o fosse perderia sua função de propor novas estratégias e modelos na transmissão do conhecimento.
Práticas: seria realizar ações, algo que gostaria de transmitir ao outro e não de contribuir algo com o outro. Geralmente uma prática deve estar ligada a um objetivo e que está ligado a uma estratégia e finalmente a um resultado.
Segundo Vasconcelos (1995), o qual coloca que a elaboração de um planejamento pedagógico acontece tendo como referência três dimensões da ação humana consciente: realidade (ponto de partida, o que?), finalidade (o que é e o que deve ser?) e mediação (caminho a ser seguido para transformar a realidade).
Essas formas de dimensões relacionam-se de maneira dinâmica, dialética: uma supõe, nega e supera as demais.
Diante desse paradigma, entendemos que as exigências vão além do conhecimento; é necessário saber transmitir, de forma consciente, com clareza, planejamento e ações que permitam ao outro a compreensão, legitimando assim o conhecimento.
O mediador das boas práticas
1. O professor como mediador de boas práticas pedagógicas.
Ter uma boa escola depende de uma série de fatores, que devem ser levados em conta por seus gestores e professores para que haja uma organização e construção do saber.
Assim, professores são peças fundamentais na articulação de uma proposta pedagógica, que viabilize o conhecimento e as necessidades do aluno. Portanto vale ressaltar a importância de um projeto político pedagógico bem estruturado e de conhecer a realidade do aluno, da família e da comunidade em que a escola e estes estudantes estão inseridos.
Por outro lado é necessário acolhê-los para que façam parte do todo e o aprendizado seja significativo; desta forma o professor passa a ser o facilitador incentivador ou motivador da aprendizagem, que colabora ativamente para que o aluno atinja os objetivos esperados.
É importante que o professor esteja em processo constante de capacitação. Ainda dentro deste contexto, o mediador precisa querer ensinar o conteúdo com tal paixão que fará tudo que tiver ao seu alcance para ensinar e orientar da melhor forma possível.
Elemento motivador em sala de aula
2. Práticas pedagógicas como elemento motivador da sala de aula.
A construção do saber acontece à medida que o sujeito se propõe a aprender e compreender como esse aprender passará a fazer parte de sua vida.
Ao levar em consideração a escola como a única instituição marcada com a possibilidade da construção sistematizada do conhecimento pelo aluno, foi de fundamental importância a criação de algumas estratégias, possibilidades e condições favoráveis, nas quais os alunos e professor puderam refletir sua prática e passaram a atuar de forma mais condizente com a realidade de uma escola e de suas práticas pedagógicas.
É necessário que se faça uma reflexão acerca do papel do professor frente às suas práticas e de como o aluno pode contribuir neste processo, visto que traz consigo na bagagem toda uma experiência de vida demarcada pelo tempo.
Atualmente conta-se com novas propostas pedagógicas, com elementos motivadores; no entanto nem todos estão preparados para as mudanças ou até mesmo negam-se a aprender ou capacitar-se, uma vez que o ensinar é algo que requer não só uma formação acadêmica adequada ou uma formação técnica, mas domínio do que se ensina e a utilização de métodos pedagógicos capazes de proporcionar a eficiência em sala de aula. E é nesse sentido que consiste o papel do professor e de suas práticas pedagógicas.
A escola precisa ser reencantada, precisa encontrar motivos para que o aluno vá para os bancos escolares com satisfação, alegria.
Existem escolas esperançosas, com gente animada, mas existe um mal-estar geral na maioria delas. Não acredito que isso seja trágico. Essa insatisfação deve ser aproveitada para dar um salto. Se o mal-estar for trabalhado, ele permite avanços.
Se for aceito como fatalidade, ele torna a escola um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar, pensar e criar (Gadotti, 2000). Para tanto é necessária uma reflexão importante no que tange as práticas pedagógicas e suas aplicabilidades. Não por responsabilidade e sim por prazer de ensinar.
Considerações finais
Consideramos neste artigo que cabe ao professor mediar, orientar e intervir com práticas pedagógicas que impulsionem para o aprendizado de forma consciente e esclarecedora, práticas em que o aluno vislumbre os novos saberes.
Freire (1986) ressalta que a educação não é só uma questão de métodos e técnicas e que passa pelo estabelecimento de uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade.
Diante desta constatação percebe-se que há um estreitamento entre as crenças e as práticas pedagógicas, ou seja, o que é considerado prática, muitas vezes está calcado em um sistema arcaico sem objetivos. As práticas por si só são resultados de técnicas ultrapassadas, que não acrescentam muito ao aprendizado.
É necessário reinventar a educação e buscar novas estratégias que possam contemplar um aprendizado eficaz; desta maneira será possível lançar mão de práticas pedagógicas como estratégias do conhecimento.
Sem contar que é um momento especial para a consagração das práticas em um cenário que viabilize o conhecimento, individualize as situações de aprendizagem e considere todos os aspectos do ser humano.
Dados bibliográficos
FREIRE, Paulo & SHOR, Ira . Medo e Ousadia: O Cotidiano do Professor. 10ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1986.
GADOTTI, Moacir. em entrevista para a revista Nova Escola, edição de novembro/2000.
PILETTI, Nelson.Psicologia da aprendizagem: da teoria do condicionamento ao construtivismo/Nelson Piletti, Solange Marques Rossato.-1ª Ed., 1ª reimpressão.- Sâo Paulo: Contexto,2013.
VASCONCELLOS, Celso do Santos. Planejamento: Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo – elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, v.1, 1995.
[Webinsider]
http://br74.teste.website/~webins22/2016/11/20/escola-pos-moderna-sociedade-do-bem-comum/
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Leia também:
http://br74.teste.website/~webins22/2016/09/28/o-ensino-da-gestao-para-a-curadoria-digital/
11 respostas
Belas palavras prof°, eu como futura pedagoga acredito que podemos sim fazer um amanhã melhor que hoje, buscar, orientar e fazer com amor e dedicação, estimular o educando a ir para escola buscar seu aprendizado e não apenas ir por uma obrigação.
Profa. Geneci,
Texto incrível!
Gostei do trecho onde salienta que “praticar não significa que o aluno tenha aprendido a fazer de modo eficaz e também não vai elevar a probabilidade de ocorrer novamente à resposta emitida.” A prática deve estar ligada à teoria, fazer o aluno pensar. Infelizmente, nos bancos das universidades, encontramos muitos estudantes com a mentalidade “operação”. Parabéns, mais uma vez!
Passamos por um processo extremamente delicado na Terra. Acredito que a educação seja chave para a transformação. Por isso, concordo muito com o que o texto coloca, a educaçao deve ser reinventada e se tornar uma ferramenta mais eficaz a cada dia. Além disso, nosso querido Paulo Freire também aborda, em muitos de seus textos, uma forte conexão entre educação inovadora e educação ambiental! Essa é a chave da mudança.
Texto esclarecedor!
Realmente são inúmeras as práticas pedagógicas facilitadoras para a aprendizagem do aluno, o professor como fator principal é o facilitador e mediador da aprendizagem , valorizando sempre o aluno como um todo ,que já traz consigo um conhecimento do lar em que vive e da comunidade local em que esta inserido, diante dessa abordagem há várias metodologias para lapidar o conhecimento que o aluno já traz consigo. Hoje temos vários caminhos para o avanço da educação no Brasil , várias ferramentas para serem utilizadas no caminho do saber, o que faz com que o professor aprenda com o aluno e o aluno com o professor com a finalidade de chegar ao objetivo principal do desenvolvimento humano.Parabéns Profª Geneci Vergara por sua abordagem clara e objetiva , levando ao docente a uma bela reflexão das diversas formas de abordar as metodologias de ensino diante da realidade em que esta inserido o aluno, relevando sempre a auto estima e valorização do discente despertando o interesse em continuar a busca do saber.
Texto claro , amei a parte que fala sobre aprender e não decorar, porque na maioria das vezes é isso que acontece ! O método de ensino tem que ser diferenciado !! E não poderia faltar a palavra “Paixão” no teu texto ! Parabéns , texto perfeito!!?
Muito bom, pois o educador pode usar diversas formas para estimular o aprendizado!
Garantir que a bússola das práticas pedagógicas norteiem o aprendizado é o desafio do gestor do século XXI. O artigo ,de forma assertiva, ressalta pontos importantes para que avaliemos nossa atuação na sala de aula, e também nas situações extra- classe.
” A escola precisa ser reencantada, precisa encontrar motivos para que o aluno vá para os bancos escolares com satisfação, alegria. ” ??????? Ótimas palavras … Necessitamos de muitas outras pessoas encantadas pra reencantar nossas escolas. Muito obrigado por ser uma dessas encantadoras pessoas. Parabéns !!!
Texto rico em informações esclarecedoras, sobre tudo o que viemos absorvendo nas aulas, todo o reforço positivo aplicado, geram resultados significativos de forma igualmente positiva, as metodologias no ensino também são de grande valia, na construção do saber, do educando. Temos uma geração que não para de nascer e uma outra que não para de “estudar” (para construir seres pensantes, calçados de empatia, respeito e educação), aprendemos quando ensinamos.
Amei a publicação, professora. Parabéns!
A educação básica do Brasil possui um planejento perfeito no papel o grande desafio está na prática.
Parabéns muito bem elaborada a análise professora.
Excelente texto professora! Concordo exatamente quando diz “Não há uma única definição para práticas pedagógicas e sim várias concepções, uma vez que não se pode definir uma prática apenas como modelo, ao contrário.” Como futura pedagoga acredito que meu papel será sempre de busca constante de novas estratégias para um aprendizado real e motivador…