Quando falamos em carros autônomos, podemos não nos dar conta da enorme quantidade de desafios a serem superados no processo de transição do modelo atual.
Esta passagem de veículos conduzidos 100% por pessoas para semi ou totalmente autônomos é mais drástica do que a migração das carroças a cavalo para o motor a combustão e, por isso, um pouco mais complexa.
À parte dos dilemas morais e jurídicos envolvidos, espera-se que a adoção de carros autônomos reduza em até 90% o número de acidentes que, em sua maioria, são causados por imprudência ou imperícia dos motoristas humanos.
O que falta para o carro autônomo
Ocorre que algumas tecnologias disruptivas não se realizam por si só, senão, dependem de outras mudanças estruturais (por exemplo, carros elétricos não serão populares se não houver pontos de carregamento espalhados pelas cidades); com os carros autônomos é a mesma coisa.
Primeiramente vale dizer que os veículos autônomos devem ser encarados, no momento, de duas formas: os AVs, Autonomous Vehicles, e os CAVs, Connected Autonomous Vehicles.
O primeiro, AVs, são auto gerenciáveis e contam com sensores e dispositivos embutidos para detectar a faixa de rolamento, outros veículos, semáforos, pedestres e outros elementos de tráfego, geralmente integrados a um sistema de GPS; porém, em essência, segue sendo um veículo atuando de forma isolada.
Os CAVs, porém, estão conectados uns aos outros e, com isso, conseguem trabalhar em uma malha viária inteligente, olhando toda a cadeia de movimento ao redor.
O resultado? Movimento contínuo:
Contudo, para que isso seja possível, seria necessário um ambiente controlado, ou seja, um ambiente onde TODOS os veículos sejam autônomos e conectados a esta rede de gerenciamento de tráfego. O problema: nossas ruas e estradas já estão construídas e, ao menos no momento, estão longe de estarem conectadas. Uma possível solução: criar um novo ecossistema de tráfego à parte do atual.
Trilhos subterrâneos
Muitos pensaram nos carros voadores (que, segundo o filme “De Volta para o Futuro”, já deveriam estar cruzando os nossos céus! Shame on you, montadoras de automóveis!). Com o perdão do trocadilho, o buraco é mais embaixo…
Em algum momento nos últimos dias você assistiu ao vídeo com a última investida do Tony Stark Elon Musk: The Boring Company.
Tudo começou (publicamente) com este tweet (quem já dirigiu nas “free”ways de Los Angeles vai entender bem a frustração):
E isso avançou com o desenvolvimento de um sistema de túneis subterrâneos para conectar médias e grandes distâncias através de trilhos e plataformas que ‘carregam’ veículos embaixo da cidade de Los Angeles:
https://www.youtube.com/watch?v=u5V_VzRrSBI
Na via convencional, o carro dirige a um plataforma, que o transfere para este novo ambiente de controle autônomo, permitindo-o viajar à 200 km/h até pontos específicos da cidade de Los Angeles.
Este sistema não apenas segrega o tráfego gerenciado remotamente (ou de forma autônoma), mas também realiza a transição dos veículos “burros” para plataformas conectadas, potencialmente transformando qualquer carro em um CAV.
Assim, temos um sistema inicialmente de transição com potencial para se tornar o novo padrão para o transporte individual ou coletivo do futuro.
Não à toa a Tesla (empresa de automóveis de Musk) tornou-se este ano mais valiosa que a General Motors e a Ford Motors, alcançando um market cap de U$ 51 bilhões em abril.
Way to go, Tony! [Webinsider]
http://br74.teste.website/~webins22/2017/04/30/mensurando-os-valores-culturais-o-modelo-hofstede/
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JC Rodrigues
JC Rodrigues (@jcrodrigues) é publicitário pela ESPM, pós-graduado pela UFRJ, MBA pela ESPM. Foi professor da ESPM, da Miami Ad School e diretor da Disney Interactive, na The Walt Disney Company.