Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Como meditar? O que é meditação?

Ultimamente, várias pessoas me perguntam como meditar. Não que eu seja uma grande expert no assunto. Medito há uns 10 anos. Tenho fases super disciplinadas, de passar meses acordando às cinco da manhã e meditando uma hora, todo dia.

Intercalando períodos de total “disconexão”, com uma dificuldade extrema de conseguir centrar cinco minutos que seja.

E entre um extremo e outro passo por todo tipo de dinâmica e diferentes constâncias de práticas meditativas.

Aprendi a não me cobrar muito. Quando o assunto é meditação estou sempre buscando um equilíbrio e parei de julgar e me criticar pelos momentos em que fico meio “fora do prumo”. Acho que faz parte do caminho.

Como meditar?

Mas então. O que é meditar? Como meditar? Quais os efeitos desta prática na minha vida?

Comecei a meditar com o Reiki, quando aprendi a meditação Gassho. É algo que faço de forma mecânica: junto as mãos na frente do coração, respiro fundo umas três vezes e repito os preceitos que todo praticante diz/mentaliza antes da prática:

Somente hoje: Eu abandono a raiva; Eu me desfaço das minhas preocupações; Eu sou gentil com todos os seres vivos; Eu faço meu trabalho honestamente e Eu dou graças por todas as bênçãos em minha vida.

Apenas o fato de repetir essas afirmações quase que diariamente, nos últimos anos, tem me deixado mais leve, mais serena com relação ao futuro e mais tranquila nos momentos de crise.

Isso começou em 2007. Nesse mesmo ano, num curso de Jornalismo Literário, aprendi a trabalhar com a tela mental e a visualização criativa, que acabam sendo formas de meditação. Alguns anos de terapia yungiana facilitaram esse contato com conteúdos internos através da imaginação e da intuição.

Participava de um grupo de estudos da obra de Alice Bailey e me reunia uma vez por semana com outro pessoal que promovia uma meditação “interdimensional”. Estudávamos sobre a Fraternidade Branca e os Mestres Ascensos. Foram anos de grande aprendizado.

Merkaba

Aprendi o Merkaba, o veículo da geometria sagrada que nos leva a contatar outras dimensões… e o Deus interno. Tinha visões e experiências fantásticas… Mas, no fundo, uma vozinha dizia para desconfiar de tudo o que estava vivenciando. De tudo que eu acessava, ou que minha mente criava.

O fato de ser desconfiada sempre me colocou com o pé no chão. A dúvida de estar realmente “no caminho” com todas as experiências esotéricas me fez procurar aprender mais sobre meditação. Há cerca de 2 anos fiz um retiro Vipassana: a meditação que Buda praticou para se iluminar.

Quanta pretensão. Foi, sem nenhuma sombra de dúvida, a coisa mais difícil que fiz na vida. Dez dias meditando dez horas por dia. E não, isso não era uma figura de linguagem. Voto de silêncio, completamente alheia ao que se passava no mundo externo. Ao chegar no retiro entregamos os celulares e não temos nenhum acesso a nenhum veículo de comunicação ou gadget eletrônico. Dez dias voltados para os meus pensamentos e todas as sensações do corpo. Sem poder fazer exercícios ou caminhadas. Sinceramente, é muito, muito chato.

Vipassana

Meditar é realmente sentar e ficar parado, prestando atenção na respiração e estar 100% presente no momento. Não é algo que te leva a alguma coisa. É. E ponto.

Quando se pratica Vipassana, não tem mantra, não tem luzinhas coloridas, nem visões ou epifania. Só atenção ao momento presente. Você viu luzes dançando num túnel furta cor e começou a flutuar. Volte a atenção para a respiração. São apenas distrações da mente. Deixe passar e volte para o momento presente.

Você não consegue parar de sentir dor nas costas e quer se mexer? Volte a atenção para o momento presente e preste atenção na respiração.

Nada deve fazer você sair do momento presente e da respiração. Lógico que eu pensava um milhão de coisas, via outras tantas… tive sonhos bizarros e muito lúcidos. Mas o fato de não poder escrever e nem compartilhar essas experiências com ninguém, fizeram com que elas ficassem apenas na memória, e que fossem impermanentes, como tudo mais.

O único refresco que se tem num retiro desses são as palestras de Goenka. “Anicca”. Que alegria ouvir o som do antigo iPod da professora, onde os estalidos indicavam que era hora de “anitchaaaaaaa”.

Impermanência

Todas as palestras começavam com essa palavra do idioma pali que significa “impermanência”. Na hora das perguntas e respostas também podíamos dar uma pausa na observação interna e perceber que, por mais que seja uma experiência individual, era tudo muito parecido pra todo mundo: “Minhas costas doem muito, o que posso fazer”; “ Meu corpo todo dói.”; “Eu sinto que saí do corpo, comecei a flutuar”; etc. E sempre as mesmas respostas: “Volte a atenção para a respiração.” “Respire na dor até ela passar.” “Volte a atenção para o corpo, se você sai do corpo não é Vipassana.”

O dia no retiro Vipassana começa às 4h30 da manhã. Somos acordados por um sino que diz: hora de ir pro salão meditar. Um salão comprido, onde os quadrados marcados de fita adesiva no chão sinalizam o espaço de cada aluno. Homens de um lado. Mulheres de outro. Na frente, sem altar, ou incenso, a cadeira da professora. Você coloca sua almofada no seu quadrado e esse é o seu espaço de prática durante 9 dias.

Às 6h30 toca o sino para o café da manhã. Café, chá, mingau de aveia, pão integral e alguma fruta. Às 8h, toca o sino avisando que é hora de voltar para o salão. Mais 3 horas meditando e às 11h, novamente o sino, avisando que é hora de almoçar. Comida vegetariana, leve.

Somos orientados a não comer muito, apenas o suficiente para saciar a fome. Todos em silêncio. Mulheres de um lado, homens de outro, sem nenhum contato físico, nem visual. Cada um lava seu prato e talheres e às 13h, novamente o sino. Hora de voltar pro salão. Temos então 2 horas de meditação. Meia hora para perguntas. Mais 2 horas de meditação e uma pausa para descanso. Os alunos novos têm direito a uma fruta, às 17h30, os veteranos apenas chá. Às 18h, novamente o sino dizendo que é hora de voltar para o salão e meditar. E, finalmente, às 19h30, a benção: as palestras de Goenka. Anicca…

A coisa mais difícil

Essa rotina é repetida por 9 dias. Sendo o décimo dia, o encerramento, uma celebração onde pode-se conversar e confraternizar. Foi a coisa mais difícil que eu já fiz na vida, mais difícil que 10 dias de detox com suco ou mesmo prova de triatlo de longa distância. Mas é um treinamento que vou guardar para a vida. Aprende-se muito em 9 dias. A capacidade que nossa mente tem de divagar, mesmo sem nenhuma distração “mundana”. Percebemos, na prática, o que é ser seu pior inimigo, apenas através do pensamentos. E o mais importante: Anicca. Impermanência. Tudo passa.

Abri mão de praticar Reiki durante os 10 dias do retiro. É proibido. A explicação é que Vipassana é “O” caminho. Se você trilha um caminho, não pode trilhar outro ao mesmo tempo, por isso o praticante de vipassana deve abrir mão de todas as outras técnicas energéticas.

Esse foi o motivo pelo qual decidi não seguir com essa meditação específica. Gosto muito de sentir a energia Reiki nas mãos, de poder me auto-aplicar e aplicar em outras pessoas. Também, não sei se seria capaz de manter uma disciplina de ser uma praticante Vipassana pro resto da vida.

Thetahealing

Gosto de conhecer coisas novas… Depois dessa experiência conheci o Thetahealing, outro sistema de cura energética que tem uma meditação muito fácil de fazer e bem leve. A criadora da técnica, Vianna Stibal, ensina a acessar os 7 planos de existência, e a partir do Sétimo Plano criar uma nova realidade para a sua vida. Bom, essa “nova realidade” é, no meu caso, uma construção diária.

Mas, afinal de contas, o que é meditar? Meditar, para mim, é um estado de presença. Seja subindo ao Sétimo Plano, prestando atenção na respiração e nas sensações do corpo, visualizando imagens aleatórias ou seres de luz… Prestando atenção no pensamento, sem brigar com nenhum deles, deixando eles passarem pela mente.

Prestando atenção no movimento do corpo enquanto pratico natação ou entoando mantras com as pernas cruzadas. Posso meditar pela manhã, sentada na cama, apenas respirando, ou posso meditar enquanto estou dirigindo, completamente atenta a cada movimento que faço ao conduzir um carro.

Comece aos poucos

O importante é cada pessoa procurar o seu caminho, ou como no meu caso, os caminhos… Pode começar com cinco minutinhos de respiração consciente, tendo a ajuda desses aplicativos, que orientam como ritmar a respiração e manter um estado de presença.

Não importa. O que conta mesmo é tirar uns minutos no dia, pra respirar fundo. Expirar lentamente, tirando todo o ar dos pulmões. E repetir isso algumas vezes, até que você perceba seu coração batendo mais feliz.

É como se ele dissesse pra você, a cada batida, que está contente de saber que está sendo observado e você responde sentindo a pulsação de estar viva e conectada com tudo o que está vibrando dentro e fora de você.

Até que por um instante fugaz você percebe que não existe dentro ou fora, que não existe um limite que coloca as sensações à sua volta… Que tudo está conectado e então: anicca! Você volta a atenção para o ar que entra e o ar que sai. [Webinsider]

. . . .

Nota do editor: alguns aplicativos podem ajudar. Um deles é o MeditaBK, oferecido gratuitamente pela Brahmakumaris.

 

Avatar de Angélica Vieira

Angélica Vieira é jornalista, designer gráfico e terapeuta. Twitter @angel_vieira.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *