O que é preciso conhecer para ser profissional de UX? E que habilidades dominar? Ou ainda, há ferramentas de software de uso obrigatório?
Trabalhar com User Experiência é sempre uma opção para jornalistas e escritores. No passado muitos partiram para a arquitetura da informação, que hoje desemboca no mesmo lugar.
Convivendo com o Daniel Souza, diretor de criação e profissional de UX, com que tive o prazer de trabalhar em diferentes projetos, aprendi que manter uma visão objetiva e crítica é uma necessidade. E esta é uma qualidade muito marcante nele.
Daniel, o @danielsouza, escreveu um artigo onde indica 5 livros para quem quer mudar a carreira.
O problema para um jornalista ou escritor é que o profissional de UX geralmente vem de uma formação em design. Quem não é designer – por formação ou por prática – e se interessa por UX sente que falta alguma coisa.
E o que seria esta coisa? Segundo ele, seria mais ou menos o “modo de pensar” de um designer, as ideias e conceitos essenciais de usabilidade, arquitetura de informação, conteúdo e comportamento humano.
Os livros são estes, um resumo de cada livro está no post dele. Ele sugere a leitura nesta ordem:
- Não me faça pensar – Steve Krug
- O Design do dia-a-dia – Donald Norman
- A Pratical Guide to Information Architecture – Donna Spencer
- Estratégia de Conteúdo para Web – Kristina Halvorson
- Mental Models – Indi Young
Tá, mas tem que saber Photoshop?
Não ria, mas é a pergunta que muitos não designers fazem. Por acaso recebi hoje um artigo de uma headhunter, pessoa que faz seleção de candidatos a vagas em UX e UI,justamente sobre este assunto. Então vou reproduzir aqui o artigo da Marina Brandão, headhunter da Yoctoo, experiente no recrutamento e seleção para as áreas técnicas.
Em resumo, pelo que ela diz, a resposta é: tem que saber Photoshop sim. Mas depende. 🙂
Veja você mesmo o que diz a Marina.
UX e UI: o novo jeito de fidelizar o cliente
Por Marina Brandão
O cliente é sempre o centro de qualquer empresa. Em um mundo onde as transformações acontecem pelas pessoas e para as pessoas, toda a jornada de contato da marca com seus clientes precisa ser pensada, mensurada e aprimorada constantemente. Nesse sentido, os profissionais de UX (Experiência do Usuário) e UI (Interface do Usuário) têm se tornado peças indissociáveis para atração e fidelização de clientes.
O UX tem como prioridade entender o que o cliente/usuário necessita para planejar sua experiência de contato com a marca. A profissão nasceu com as transformações digitais e com o rápido crescimento do mercado de smartphones. No entanto, hoje as aplicações do cargo servem para vários nichos de mercado. Em linhas gerais, esse profissional é responsável por toda experiência, seja ela física ou digital, que o usuário terá ao ter contato com um produto, sistema ou serviço. Por estar baseado em experiências, esse profissional lida com o intangível.
Para desempenhar suas funções, o UX dedica-se a estudar, planejar e prototipar (desenhar modelos físicos e/ou palpáveis) para realizar testes e pesquisas com usuários. Além de acompanhar todas essas etapas de interação – cliente com produto/serviço – ele também é responsável por identificar falhas, criar soluções e testar essa experiência oferecida com o objetivo de gerar mais satisfação aos clientes e, consequentemente, uma maior taxa de fidelização. Essa, por sua vez, impulsiona o crescimento, gera mais economia e resultado, fortalecendo a construção da marca.
Já o profissional de UI, cuida da interação em si e trabalha para garantir as plataformas de contato. Ou seja, ele está mais preocupado com os canais, ambientes e meios de contato. Esse profissional é responsável pela criação desses ambientes, elaboração de interfaces ergonômicas e alinhadas às estratégias da empresa. Ele desenvolve desde o projeto visual até o desenvolvimento das plataformas, caso essas sejam parte do escopo. Essa é uma profissão front end, ou seja, ela dá vida a aquilo que é perceptível visualmente para o usuário e, por isso, lida com aspectos mais tangíveis da interação.
Historicamente, o UI tem objetivo prático, levando em consideração não só o usuário, mas também a capacidade de resposta do produto/serviço e seu desempenho em ser um bom canal com os clientes. Enquanto isso, o UX sustenta o foco em garantir uma boa experiência e satisfação dos clientes, aspectos difíceis de serem mensurados.
Atualmente, o mercado entende as duas profissões como sendo complementares para o desenvolvimento de produtos e serviços. Afinal, para garantir uma boa experiência ao usuário é fundamental que a interface/canal de relacionamento funcione de maneira eficaz e que agregue elementos para garantir a satisfação final. E de uma coisa ninguém duvida, clientes satisfeitos, que têm suas expectativas supridas e superadas, são clientes fiéis.
Apesar das duas carreiras dedicarem-se a desenvolver o relacionamento com o cliente e observarem as mesmas oportunidades de crescimento, elas necessitam de competências diferentes. Entre as aptidões que o especialista UX deve ter estão criatividade para propor soluções, habilidade para contar histórias, excelente comunicação, capacidade de conduzir entrevistas e testes, além de interesse por análise comportamental.
Os interessados em UI precisam desenvolver competências mais técnicas voltadas para a qualidade gráfica das interfaces. O pleno domínio das ferramentas e programas de edição, como Adobe Muse, Photoshop, InDesign, React e Illustrator, que auxiliam no desenvolvimento de protótipos e wireframes (esboços de produtos e sites), são competências imprescindíveis a esses profissionais.
Como pode perceber, independentemente de qual das duas funções o profissional vá exercer, está claro que compreender, testar e fidelizar os clientes são as prioridades desses novos profissionais que desenham a nossa experiência dentro das diversas plataformas digitais.
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Siga este caminho
Pelo que entendi, está traçado o caminho. Quem quiser se preparar para prestar serviços ao mercado como profissional de UX e UI tem pela frente a leitura dos livros que o Daniel indicou e a visão do mercado, nas palavras da headhunter Marina Brandão.
E, claro, deve procurar um curso para dominar e desmistificar essas ferramentas que os redatores veem de longe como um burro olhando para o palácio.
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Mais uma detalhe: como todo especialista, o profissional de UX também lida com uma visão simplista do mercado em relação à sua atividade. Mas isso é coisa que os redatores, editores e UX writers estão mais do que acostumados.
Outrolado_
Vicente Tardin
Vicente Tardin (vtardin@webinsider.com.br) é jornalista e criador do Webinsider. É editor experiente, consultor de conteúdo e especialista em gestão de conteúdo para portais e projetos online.