A Capitol Records deixou um legado imenso de gravações e artistas. O prédio original é tombado como patrimônio histórico em Los Angeles e os estúdios hoje prestam serviços para terceiros em gravações para cinema e música.
A imensa quebradeira de estúdios fonográficos de ponta continua parecendo não afetar o prédio na forma de torre, sede da Capitol Records nos Estados Unidos. Em meio a viravoltas, o prédio parece ter sido tombado como marco histórico e as suas instalações preservadas, de modo a mantê-lo aberto por um longo período de tempo.
A torre da Capitol começou a ser construída em 1955, como parte da compra da Capitol Records pela companhia inglesa EMI. A construção ficou a cargo do arquiteto Lou Naidorf, do escritório da empresa de Welton Becket.
A gravadora Capitol Records existe desde 1942. A partir de 1948 passou a ter presença em solo britânico, representada pela Decca. Quando em 1955 a EMI comprou a Capitol.
Com a aquisição, a EMI em 1955 passa a representar a Capitol Records através de sua unidade Parlophone (vide Beatles).
Em 2012 a EMI foi ela própria vendida para a Universal, então o catálogo da Capitol ficou de posse do Universal Music Group ou UMG. O prédio foi vendido para uma empresa fora do ramo fonográfico: Argent Ventures.
O formato insólito da torre teria sido sugerido aos arquitetos para representar uma série de discos 45 rpm (os compactos da época) empilhados como se estivessem em um toca-discos, com a agulha em cima.
Os estúdios A, B, C e D
Desde menino eu sempre quis saber se todos aqueles 13 andares da torre da Capitol eram ocupados por estúdios, o que em princípio seria uma ideia mais do que absurda, mas se não eram, que tipo de ocupação seria instalada por lá?
Originalmente, o último andar do prédio era ocupado pela administração executiva da EMI. O resto foi locado por escritórios comerciais e atualmente a torre é também um hotel, que aproveita a localização em Hollywood, prato feito para turistas do mundo todo.
Então, onde ficam os estúdios? Em um prédio anexo, com isolamento planejado contra a poluição sonora ambiental. 8 câmaras de eco foram construídas no subsolo, cerca de 6 metros embaixo do terreno do estacionamento. Recentemente essas câmaras ficaram ameaçadas por construções adjacentes, mas parece que tudo foi resolvido.
Os estúdios da Capitol Records tiveram grande importância no desenvolvimento das gravações estereofônicas em 3 canais, novidade naquela época. A excelência daquelas gravações tem sido aproveitada para lançamento em SACD de 3 canais por selos independentes, e uma das faixas em CD da própria Capitol, com remasterização dedicada, pode ser ouvida a seguir:
O estúdio A é o maior de todos, com capacidade para todo tipo de música. Painéis instalados nas paredes permitem aos engenheiros “secarem” o som, ou aumentar a ambiência local, refletindo mais ou menos cada onda sonora. Atualmente ele é usado para trilhas sonoras com orquestra, inclusive.
Anteriormente, o estúdio B ficou famoso pela presença do cantor e pianista Nat King Cole, o qual, aliás, foi um dos campeões de vendas de discos para a Capitol. Lá dentro se conserva o piano Steinway usado por Nat. O órgão eletrônico Hammond B-3 que Nat King Cole tocou nas sessões com Billy May está localizado agora no estúdio D, para apreciação dos visitantes.
O estúdio C está atualmente ocupado para mixagem de trilhas sonoras em geral, mais recentemente com recursos para Dolby Atmos e Auro-3D. A instalação é feita com caixas “overhead”, especialmente posicionadas para o total controle do software usado para a mixagem correta do “objeto”, conforme especificações do sistema.
O estúdio D é praticamente dedicado à gravação de música, com métodos mais tradicionais usados por cantores e pequenos grupos.
Todos os estúdios usam primariamente métodos de gravação digital com ferramentas ProTools. As mesas antigas foram substituídas por mesas digitais Neve.
O trabalho com material analógico continua. A sala de corte de acetato, inicialmente instalada com torno Scully, foi posteriormente modernizada com a substituição da máquina antiga por um torno Neumann, com pré-ajuste de passo e profundidade. A Capitol não voltou ao elepê, mas usa a sala para prestar serviço a terceiros.
A propósito, o estúdio conserva intacto e em uso, se for o caso, o microfone Neumann modelo U47, usado sempre por Frank Sinatra.
A presença da Capitol no Brasil
O imigrante Frederico Figner foi um dia parar no Rio de Janeiro, onde abriu a Casa Edison, para gravação de discos. Com o aumento da demanda mudou a gravadora para Vila Isabel e a chamou de “Odeon”.
Em anos subsequentes o estúdio da Odeon foi parar nos arredores do Palácio Monroe, no centro da cidade, próximo à Cinelândia. Falei com um amigo meu que circulou por lá, mas infelizmente ele não lembra mais o local do prédio da Avenida Rio Branco onde o estúdio ficava. Depois de sair de lá, o estúdio migrou para a Rua Mena Barreto, em Botafogo, onde permaneceu com o nome de EMI-Odeon, até fechar as suas portas em definitivo.
Não há relato que eu tenha visto da autorização de uso do nome “Odeon” por Figner, a partir do selo original europeu, mas o selo Odeon brasileiro se tornou uma espécie de subsidiária da EMI.
O selo Odeon foi palco da criação da Bossa Nova, antes de ir para a Mena Barreto. Foi lá que a gravação histórica de “Chega de Saudade”, por João Gilberto, foi feita. E naquele estúdio circularam os grandes nomes do movimento bossa-novista, uns anos atrás reeditados pela série “100 Anos de Odeon”, em CD.
Ali foi também o estúdio que abrigou a gravação de Nat King Cole para a Capitol com o título “A Meus Amigos”, em 1959. No clipe a seguir, é mostrada a faixa “Ay Cosita Linda”, com a participação do Trio Irakitan:
Desse disco ainda participa a cantora da Bossa Nova Silvia Telles. O repertório é predominantemente de “música latina”, tanto assim que o disco saiu nos países de língua espanhola com o título “A Mis Amigos”. Nat King Cole havia feito no Rio de Janeiro um enorme sucesso em concerto no Maracanãzinho. Aproveitou e levou de volta músicas do momento emergente da Bossa Nova, mas nada disso aparece neste elepê, o qual, diga-se de passagem, nunca saiu em CD. A influência da Bossa Nova em Nat King Cole é notória somente em gravações posteriores.
Os estúdios Capitol americanos se abriram para a música do mundo todo, e constantemente alocados para selos menores. Muitos dos vários elepês da Verve Records, por exemplo, foram gravados por lá. O que deixou como legado a presença de grandes artistas naquele recinto.
É notável que o prédio ainda esteja lá, não importa se usado para outras finalidades. E o mais importante é que os estúdios também estão abertos. Infelizmente aqui no Rio de Janeiro desapareceram praticamente todos os estúdios que fizeram a história da nossa música do passado. Entre EMI-Odeon, Polygram (Philips), CBS, RCA, Musidisc e muitos outros, nenhum deles sobrou para contar esta história!
Outrolado_
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Leia também:
Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.
30 respostas
O Estúdio ficava na Av Rio Branco, 277 – 4 andar. Atualmente edifício São Borja , o Palácio Monroe era em frente
Obrigado, Carla, o endereço já foi comentado por outro leitor. É uma pena que os acervos fotográficos sejam poucos.
Boa tarde!
Qual era o endereço do estúdio de gravação da RCA VICTOR,no Rio de Janeiro entre os anos 30 e 40!
Obrigado
Rodolfo
Oi, Rodolfo,
Por favor, dê uma lida nos comentários, onde tem um postado pelo leitor Fernando Vinil, onde ele fala sobre o endereço do estúdio da RCA na Rua Barata Ribeiro. Eu nunca fui lá e não conheço o histórico da RCA no Brasil, e peço desculpas. Eu tinha um amigo que conhecia o pessoal da RCA, mas eu o perdi de vista.
Boa tarde!
Qual era o endereço do estúdio de gravação da RCA VICTOR,no Rio de Janeiro entre os anos 30 e 40!
Obrigado
Rodolfo
Oi, Rodolfo,
Por favor, dê uma lida nos comentários, onde tem um postado pelo leitor Fernando Vinil, onde ele fala sobre o endereço do estúdio da RCA na Rua Barata Ribeiro. Eu nunca fui lá e não conheço o histórico da RCA no Brasil, e peço desculpas. Eu tinha um amigo que conhecia o pessoal da RCA, mas eu o perdi de vista.
Segundo o livro “Os Sonhos Não Envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”, escrito pelo letrista Márcio Borges (irmão de Lô Borges), o disco “Milagre dos Peixes”, de Milton Nascimento (1973 – Odeon), foi um dos primeiros álbuns gravados nos então novos estúdios da Odeon, na Rua Mena Barreto, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro.
Segundo o livro “Os Sonhos Não Envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”, escrito pelo letrista Márcio Borges (irmão de Lô Borges), o disco “Milagre dos Peixes”, de Milton Nascimento (1973 – Odeon), foi um dos primeiros álbuns gravados nos então novos estúdios da Odeon, na Rua Mena Barreto, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro.
De acordo com o livro “Os Sonhos Não Envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”, escrito pelo compositor e letrista Márcio Borges (irmão do Lô Borges), o disco “Milagre dos Peixes”, lançado por Milton Nascimento em 1973, foi gravado nos estúdios da Odeon em Botafogo. Segue abaixo trechos do livro sobre os estúdios e o disco “Milagre dos Peixes”:
“Quando a EMI-Odeon se mudou para as novas instalações da rua Mena Barreto, Milton Miranda coroava de êxito sua administração arejada e brilhante. Coroava literalmente, pois até o Príncipe Charles baixou em Botafogo. Agora podíamos contar com dois grandes estúdios, mesas modernas, com vários canais, o que aumentaria bastante nossos recursos fonográficos. Os principais técnicos da casa tinham ido fazer cursos de especialização em Londres, antes de instalarem as novas e poderosas máquinas. (…)
Nossa vez de estrearmos os estúdios novos da Odeon chegou com o disco Milagre dos Peixes. Todos nos sentíamos no auge de nosso potencial criativo. Bituca, no auge de seu amor por minha família, especialmente por Lô, Nico e Telo. (…) Os técnicos Nivaldo Duarte, Toninho e Darcy tornaram-se nossos bons camaradas, não se incomodando em varar noite após noite com a ‘pá’, muitas horas além do período estipulado pela gravadora.”
Oi, Paulo,
Uma das coisas que eu lamento até hoje é a ausência de memória das instalações dos nossos melhores estúdios, assim como a descrição do equipamento usado. Obrigado pelo comentário.
De acordo com o livro “Os Sonhos Não Envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”, escrito pelo compositor e letrista Márcio Borges (irmão do Lô Borges), o disco “Milagre dos Peixes”, lançado por Milton Nascimento em 1973, foi gravado nos estúdios da Odeon em Botafogo. Segue abaixo trechos do livro sobre os estúdios e o disco “Milagre dos Peixes”:
“Quando a EMI-Odeon se mudou para as novas instalações da rua Mena Barreto, Milton Miranda coroava de êxito sua administração arejada e brilhante. Coroava literalmente, pois até o Príncipe Charles baixou em Botafogo. Agora podíamos contar com dois grandes estúdios, mesas modernas, com vários canais, o que aumentaria bastante nossos recursos fonográficos. Os principais técnicos da casa tinham ido fazer cursos de especialização em Londres, antes de instalarem as novas e poderosas máquinas. (…)
Nossa vez de estrearmos os estúdios novos da Odeon chegou com o disco Milagre dos Peixes. Todos nos sentíamos no auge de nosso potencial criativo. Bituca, no auge de seu amor por minha família, especialmente por Lô, Nico e Telo. (…) Os técnicos Nivaldo Duarte, Toninho e Darcy tornaram-se nossos bons camaradas, não se incomodando em varar noite após noite com a ‘pá’, muitas horas além do período estipulado pela gravadora.”
Oi, Paulo,
Uma das coisas que eu lamento até hoje é a ausência de memória das instalações dos nossos melhores estúdios, assim como a descrição do equipamento usado. Obrigado pelo comentário.
Que matéria maravilhosa! O Estúdio da Odeon ficava no Edifício São Borja na Av. Rio Branco, 277 Centro do Rio. Lá o estúdio operava de 2 a 8 canais, e funcionou até a segunda década de 1970, quando se mudou para Botafogo e ampliou suas atividades para 16 canais. O estúdio da RCA Victor ficava no 1º andar do Condomínio Edifício Ian James, localizado na Rua Barata Ribeiro, 181 em Copacabana, existe e funciona até hoje com o nome de Cia. Dos Técnicos, inclusive os proprietários são antigos técnicos da gravadora (Flávio Sena/ Mário Jorge Bruno/ Franklin Garrido), que devem ter feito um acordo quando a mesma não tinha mais interesse em manter o estúdio. Os estúdios da RCA tanto do Rio como o de São Paulo, por décadas foram os melhores e mais modernos entre todos, inclusive na década de 60 já gravavam em 16 canais. O primeiro álbum gravado em 24 canais foi o do Eduardo Araújo (1972) gravado na unidade de São Paulo. O estúdio da Musidisc funcionou interruptamente de 1964 até 2013 na Rua Joaquim Silva, bairro da Lapa.
Oi, Fernando,
Belíssima contribuição essa sua, vou inclusive anotar e guardá-la, muito obrigado.
Olha que um tempo atrás eu recorria a amigos que trabalharam ou frequentaram estúdios daqui do Rio, e pasme, nenhum deles se lembrava dos endereços antigos, um dos quais você citou. Eu soube por um deles da continuidade do estúdio da RCA, porque ele foi lá fazer manutenção, da mesa, se não me engano.
Na época da faculdade, eu conheci o Sylvio Rabello, e ele me levou no estúdio da CBS, que fechou anos depois, coisa lamentável. Eu era colega e amigo da filha dele, que morreu recentemente. Eu escrevi sobre isso (https://outrolado.com.br/2018/12/31/a-minha-vida-de-estudante-com-silvia-sachs-rabello/), porque foram tempos dos quais eu ainda tenho muita saudade.
Na década de 1970, eu fiz um pseudo-estágio na sala de corte de acetato da Polygram, quando eles já haviam se mudado para a Barra da Tijuca. Por isso, nunca cheguei a ver o estúdio da Rio Branco, apesar de ter passado pelo prédio várias vezes.
Também por esta época, eu convivia muito com o Sólon do Valle, de modo que quando ele estagiou na Transamérica, eu visitei o estúdio que ficava na Rua São Francisco Xavier (não ei se ainda fica), super moderno para a época. Na parte de cima ficava a emissora, com transmissão em som quadrafônico!
Vou passar esses dados para os amigos, não sem antes dizer que eles estão ficando mais velhos do que eu…
Agradeço a sua colaboração.
Tive o orgulho de gravar como músico no estúdio da Odeon em Botafogo. Maravilhoso.
Olá. Sempre aparecem matérias sobre gravações em 2 canais no Brasil na década de 1970. Elis Regina e Milton Nascimento gravavam em 2 canais também? Em 1972? 73? Roberto Carlos gravava com quantos canais em 1970?
Oi, João Marcos,
Eu desconheço este processo de gravar direto em dois canais aqui no Brasil. A CBS até fins de década de 1960 usava, se a memória não me trai, equipamentos com 4 ou 8 canais. A partir da década seguinte os estúdios se equiparam com máquinas com maior capacidade. Eu me lembro de uma visita que eu fiz aos estúdios da Rádio Transamérica, que usava máquinas em síncrono para aumentar o número de canais. Infelizmente, eu já não lembro quantos canais, mas eram máquinas compatíveis com as dos estúdios lá de fora, que montavam este tipo de arquitetura de gravação, e esse estúdio da Transamérica costumava receber músicos estrangeiros para completar ou fazer seus álbuns.
Na década de 1970, eu acho que a CBS gravava Roberto Carlos com 8 ou 16 canais, mas eu posso estar errado, porque quando eu estive lá em visita eu não perguntei a quem me convidou sobre isso. A minha visita aconteceu na década de 1970, quando eu conheci o Sylvio Rabello, ex-Philips, pai de uma colega do campus. Eu ouvi cópias de faixa do Roberto Carlos em espanhol, enviadas para fora do país. Já nessa época a CBS trabalhava com muito equipamento Sony. Para detalhes, por favor leia https://outrolado.com.br/2018/12/31/a-minha-vida-de-estudante-com-silvia-sachs-rabello/
Basicamente, a evolução nos estúdios fonográficos foi mais ou menos na seguinte ordem: mono, 2, 3, 4, 8, 16, indo até 24 trilhas em fitas de 2 polegadas.
Os selos antigos de audiófilos tinham hábito de gravar ao vivo (pouca ou nenhuma mixagem) em dois canais. Os demais costumavam gravar em em 3 ou 4 canais e depois mixar para 2 canais ou mono.
Que matéria maravilhosa! O Estúdio da Odeon ficava no Edifício São Borja na Av. Rio Branco, 277 Centro do Rio. Lá o estúdio operava de 2 a 8 canais, e funcionou até a segunda década de 1970, quando se mudou para Botafogo e ampliou suas atividades para 16 canais. O estúdio da RCA Victor ficava no 1º andar do Condomínio Edifício Ian James, localizado na Rua Barata Ribeiro, 181 em Copacabana, existe e funciona até hoje com o nome de Cia. Dos Técnicos, inclusive os proprietários são antigos técnicos da gravadora (Flávio Sena/ Mário Jorge Bruno/ Franklin Garrido), que devem ter feito um acordo quando a mesma não tinha mais interesse em manter o estúdio. Os estúdios da RCA tanto do Rio como o de São Paulo, por décadas foram os melhores e mais modernos entre todos, inclusive na década de 60 já gravavam em 16 canais. O primeiro álbum gravado em 24 canais foi o do Eduardo Araújo (1972) gravado na unidade de São Paulo. O estúdio da Musidisc funcionou interruptamente de 1964 até 2013 na Rua Joaquim Silva, bairro da Lapa.
Oi, Fernando,
Belíssima contribuição essa sua, vou inclusive anotar e guardá-la, muito obrigado.
Olha que um tempo atrás eu recorria a amigos que trabalharam ou frequentaram estúdios daqui do Rio, e pasme, nenhum deles se lembrava dos endereços antigos, um dos quais você citou. Eu soube por um deles da continuidade do estúdio da RCA, porque ele foi lá fazer manutenção, da mesa, se não me engano.
Na época da faculdade, eu conheci o Sylvio Rabello, e ele me levou no estúdio da CBS, que fechou anos depois, coisa lamentável. Eu era colega e amigo da filha dele, que morreu recentemente. Eu escrevi sobre isso (https://outrolado.com.br/2018/12/31/a-minha-vida-de-estudante-com-silvia-sachs-rabello/), porque foram tempos dos quais eu ainda tenho muita saudade.
Na década de 1970, eu fiz um pseudo-estágio na sala de corte de acetato da Polygram, quando eles já haviam se mudado para a Barra da Tijuca. Por isso, nunca cheguei a ver o estúdio da Rio Branco, apesar de ter passado pelo prédio várias vezes.
Também por esta época, eu convivia muito com o Sólon do Valle, de modo que quando ele estagiou na Transamérica, eu visitei o estúdio que ficava na Rua São Francisco Xavier (não ei se ainda fica), super moderno para a época. Na parte de cima ficava a emissora, com transmissão em som quadrafônico!
Vou passar esses dados para os amigos, não sem antes dizer que eles estão ficando mais velhos do que eu…
Agradeço a sua colaboração.
Tive o orgulho de gravar como músico no estúdio da Odeon em Botafogo. Maravilhoso.
Olá. Sempre aparecem matérias sobre gravações em 2 canais no Brasil na década de 1970. Elis Regina e Milton Nascimento gravavam em 2 canais também? Em 1972? 73? Roberto Carlos gravava com quantos canais em 1970?
Oi, João Marcos,
Eu desconheço este processo de gravar direto em dois canais aqui no Brasil. A CBS até fins de década de 1960 usava, se a memória não me trai, equipamentos com 4 ou 8 canais. A partir da década seguinte os estúdios se equiparam com máquinas com maior capacidade. Eu me lembro de uma visita que eu fiz aos estúdios da Rádio Transamérica, que usava máquinas em síncrono para aumentar o número de canais. Infelizmente, eu já não lembro quantos canais, mas eram máquinas compatíveis com as dos estúdios lá de fora, que montavam este tipo de arquitetura de gravação, e esse estúdio da Transamérica costumava receber músicos estrangeiros para completar ou fazer seus álbuns.
Na década de 1970, eu acho que a CBS gravava Roberto Carlos com 8 ou 16 canais, mas eu posso estar errado, porque quando eu estive lá em visita eu não perguntei a quem me convidou sobre isso. A minha visita aconteceu na década de 1970, quando eu conheci o Sylvio Rabello, ex-Philips, pai de uma colega do campus. Eu ouvi cópias de faixa do Roberto Carlos em espanhol, enviadas para fora do país. Já nessa época a CBS trabalhava com muito equipamento Sony. Para detalhes, por favor leia https://outrolado.com.br/2018/12/31/a-minha-vida-de-estudante-com-silvia-sachs-rabello/
Basicamente, a evolução nos estúdios fonográficos foi mais ou menos na seguinte ordem: mono, 2, 3, 4, 8, 16, indo até 24 trilhas em fitas de 2 polegadas.
Os selos antigos de audiófilos tinham hábito de gravar ao vivo (pouca ou nenhuma mixagem) em dois canais. Os demais costumavam gravar em em 3 ou 4 canais e depois mixar para 2 canais ou mono.
Que legal ! Não sabia a história dessa torre. É linda. Quero um dia visitar!
Ha, ha, eu também…
Imagina entrar onde Sinatra, Nat King Cole e cia. gravaram…
Que legal ! Não sabia a história dessa torre. É linda. Quero um dia visitar!
Ha, ha, eu também…
Imagina entrar onde Sinatra, Nat King Cole e cia. gravaram…
Parabéns pela iniciativa de fazer uma postagem sobre a icônica torre da Capitol Records e de algumas curiosidades de seus bastidores.
Obrigado, Artur.
Parabéns pela iniciativa de fazer uma postagem sobre a icônica torre da Capitol Records e de algumas curiosidades de seus bastidores.
Obrigado, Artur.