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O Windows 10 funciona bem em telas com suporte a HDR. Na montagem realizada com uma TV 4K HDR quase todos os ajustes foram conseguidos automaticamente.

 

No ano passado eu montei para o meu filho um desktop com processador Ryzen. O sistema operava com uma TV-Monitor de 32”, @ 1080p de resolução, fabricada pela LG no passado distante. Eu precisei escolher agora um monitor novo, com 4K de resolução, para que o sistema como um todo ficasse atualizado.

Inicialmente, enfrentei um empecilho na escolha do modelo adequado. Tudo porque a realidade da TV-Monitor com resolução alta não existe mais, restando em princípio a opção de um monitor dedicado para a resolução de 4K. Porém, um bom monitor de 32” nesta categoria empurra a faixa de preço lá para cima. O que nos compele a escolher outro tipo de display, e neste caso a escolha óbvia é uma TV 4K. Aí a faixa de preço cai de cerca de 5 mil reais para algo em torno de 2200, contemplando uma TV de 43” com tela HDR.

A recomendação padrão para monitores HDR recomenda um aparelho que siga as especificações Vesa para o formato DisplayHDR, cuja luminância varia de 400 a 1400 nits. Porém, com o aumento da capacidade de luz vem também o custo do monitor, como, por exemplo, o monitor LG 32UL750-W, de 32”, com DisplayHDR de 600 nits.

A solução que eu encontrei para este impasse está na própria linha de TVs deste ano de 2020, fornecida pela LG: trata-se do modelo 43UN7300PSC, tela de 43”, com suporte a HDR 10, HDR 10+ e HLG HDR.

Configuração e desempenho

A TV 43UN7300 foi conectada ao computador por cabo HDMI de alta velocidade, saindo o sinal de um adaptador gráfico Gigabyte GeForce GTX 1660 OC 6G direto para a TV.

A inicialização do sistema revelou a perfeita sincronização entre o cartão gráfico com o Windows 10 versão 2004 (atualizada este ano) e a TV. Não houve necessidade de alterar nada. O sistema operacional reconhece o recurso HDR da TV, com capacidade para 60 Hz, e faz a mudança necessária no setup da TV sem precisar de intervenção do usuário.

A mudança pode ser observada nas configurações:

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E logo a seguir, nas configurações de reprodução de cores do Windows, onde se vê que a gama de cores mais ampla (Wide Color Gamut ou WCG) é automaticamente escolhida:

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Nas configurações avançadas de tela pode-se ver a descrição dos dados de sincronismo entre o Windows e a TV:

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Como se pode perceber a ativação do modo de tela HDR é determinada pela interação entre o Windows e a TV. Alguns ajustes estão disponíveis, caso haja interesse, no que tange à intensidade da luminância, através de uma tela de vídeo e um controle deslizante denominado “Equilíbrio de brilho HDR/SDR”. No default desta instalação o nível ficou em 40, mas poderia ser ajustado até 100. Com 40 de brilho, a imagem ficou excelente.

A ativação do modo HDR da TV, com o logo exibido no topo superior direito na tela, aparece logo que o Windows exibe a imagem de entrada, aquela onde normalmente o usuário digita a sua senha, quando houver uma. O modo HDR continua ativo, e só poderia ser desabilitado através do painel de controle do sistema. Na prática, eu não vi necessidade de se fazer isso.

Sobre a linha 2020 da LG

Eu confesso que fiquei muito impressionado com o desempenho da 43UN7300. Ela possui uma tela com painel IPS, e iluminação traseira em LEDs com formato “Direct Lit”, ao invés das bordas. A LG não dá detalhes, mas a forma como o painel foi construído desmente os chamados contras deste tipo de iluminação. Não há ajuste de escurecimento local, e a tela tem um brilho uniforme, com ausência de vazamento de luz nas bordas. O nível de preto se aproxima muito de uma tela OLED. Eu constatei isso com a reprodução de um vídeo de referência. As cores são vibrantes, ajudadas pelo modo HDR.

Infelizmente, a 43UN7300 é fornecida com controle remoto convencional, que não é ruim, mas que não explora os recursos do seu sistema operacional e do novo chipset usado na TV. Eu consultei o suporte da LG e acabei adquirindo o controle remoto Smart Magic modelo ANMR20GA, o único que pode ser usado para a linha 2020 da LG. Este remoto permite o uso de um ponteiro que facilita a navegação, entre outros recursos:

 

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Com o uso de uma TV convencional e não de um monitor dedicado não é possível usar modo de tela dedicada, como por exemplo, sRGB ou Adobe RGB, preferido pelos fotógrafos, mas, por outro lado, a gama ampla do espectro de cores (WCG) engloba as duas palhetas, e assim, para o uso rotineiro do computador acaba não fazendo falta.

A 43UN7300 possui autonomia de uso de aplicativos de streaming, tipo Netflix, Amazon Prime, Apple TV+ e YouTube, além do novo aplicativo LG Channels, com acesso gratuito a canais de IPTV. Isto permite que o usuário possa dispensar o uso do computador para esta finalidade, se ele ou ela assim o desejar. Todo o sistema roda debaixo do WebOS, versão 5.0. Logo que a TV é instalada e colocada em rede local, aplicativos e sistema são possíveis de serem atualizados.

O modo de tela dos cineastas também faz parte dessa nova linha de TVs, mas por enquanto não há vantagem de ele ser selecionado. Na realidade, o modo HDR se limita a ajustes padrão, que funcionam satisfatoriamente.

Quanto ao som, TVs deste tipo, mesmo as com maior tamanho de tela, não irão satisfazer aos mais exigentes, por culpa dos tipos de alto falantes usados, mas nada impede que uma barra de som seja conectada ou a saída ótica levada a um processador externo. O uso com computadores dispensa os alto falantes da TV, mas com a conexão HDMI o som pode ser direcionado para eles.

Recursos como Alexa, Apple AirPlay, e outros, estão agora disponíveis com a integração de equipamentos externos como celulares ou tablets.

Compensa trocar um monitor dedicado por uma TV?

Anos atrás, um amigo meu resolveu fazer esta mudança, forçado pela necessidade de ter o computador desktop dele rodando com uma tela maior. Na época, ele escolheu uma tela de mais de 50 polegadas.

Antes disso, eu já tinha ouvido de um técnico da Samsung que a empresa usava suas TVs para uso dos computadores. Tal prática se tornou possível porque todas as TVs passaram a ser fabricadas com entrada HDMI. Os adaptadores gráficos modernos todos eles têm pelo menos uma saída HDMI e/ou uma DisplayPort. O protocolo de negociação de ambas as saídas facilita muito a configuração do computador e do display, como agora evidenciado nesta montagem.

Se a troca por uma TV compensa ou não, tudo depende da aplicação desejada. Se o usuário trabalha com imagem, ele deve dar preferência a um monitor dedicado com palheta de tela compatível com o tipo de imagem com a qual ele está trabalhando. Mas, em aplicações gerais, o tamanho de tela passa a ter prevalência na escolha e assim a troca por uma TV é muito mais vantajosa.

No final, a escolha irá depender do usuário, mas em casos como este, e com a alta qualidade da imagem obtida em uma TV atual, a escolha só irá depender do espaço na mesa de trabalho, ou, ser for o caso, da instalação da TV em uma parede.

Para quem usa muito um computador, não existe coisa melhor do que um campo de visão amplo e um conforto na observação da imagem, de modo a se evitar a fadiga. As novas TVs resolvem isso satisfatoriamente.  Outrolado_

 

. . .

 

O modo de tela dos cineastas já chegou

 

A trilogia de Jurassic Park em 4K, HDR, DTS:X

2001: Uma Odisseia No Espaço, em versão Blu-Ray 4K, Dolby Vision HDR

 

Comparando Lucy 1080p Blu-Ray e 2160p HDR Blu-Ray

Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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0 resposta

  1. Obrigado pelo artigo Paulo. Me lembrou quando eu assinava a revista home theater e ficava horas lendo as avaliações. Ótima análise. Informativa, objetiva e com sugestão de solução do problema. O saudoso começo, meio e fim que parece não estar no moda mais.

  2. Obrigado pelo artigo Paulo. Me lembrou quando eu assinava a revista home theater e ficava horas lendo as avaliações. Ótima análise. Informativa, objetiva e com sugestão de solução do problema. O saudoso começo, meio e fim que parece não estar no moda mais.

  3. Olá Paulo excelente dica para quem deseja utilizar sua Tv com a função HDR, utilizando um sistema operacional completo (Windows 10), que reúne uma variedade incomparável de recursos, que os fatídicos e problemáticos sistemas operacionais da maioria da Smart Tv. Depois de anos de evolução a indústria de eletro eletrônico não conseguiu chegar a um denominador comum que pudesse mudar esse quadro. Afinal de contas estão no mercado Android TV, WebOS, Tizen, Firefox OS. O problema que esses sistemas tem seus pontos positivos e negativos, o que na prática é ruim para o consumidor, pois acaba encontrando uma boa TV, mas tropeça no sistema operacional. Foi o que citei no comentário da sua matéria sobre o modo Tela dos Cineastas. Atualmente as especificações das Tv’s estão virando uma Torre de Babel. Difícil isso viu Paulo, a única coisa que tenho notado é que a marca coreana (Samsung), está sorrateiramente mudado sua linha, retirando recursos dos modelos mais baratos, aumentando seus preços, e virando alvo de críticas nos sites de reclamações. Eu tive coragem de abandonar essa marca, e agora dei uma chance a Sony, que nunca havia lançado nada que pudesse atrair. Vamos ver como se comporta a nova geração das Android TV.

  4. Olá Paulo excelente dica para quem deseja utilizar sua Tv com a função HDR, utilizando um sistema operacional completo (Windows 10), que reúne uma variedade incomparável de recursos, que os fatídicos e problemáticos sistemas operacionais da maioria da Smart Tv. Depois de anos de evolução a indústria de eletro eletrônico não conseguiu chegar a um denominador comum que pudesse mudar esse quadro. Afinal de contas estão no mercado Android TV, WebOS, Tizen, Firefox OS. O problema que esses sistemas tem seus pontos positivos e negativos, o que na prática é ruim para o consumidor, pois acaba encontrando uma boa TV, mas tropeça no sistema operacional. Foi o que citei no comentário da sua matéria sobre o modo Tela dos Cineastas. Atualmente as especificações das Tv’s estão virando uma Torre de Babel. Difícil isso viu Paulo, a única coisa que tenho notado é que a marca coreana (Samsung), está sorrateiramente mudado sua linha, retirando recursos dos modelos mais baratos, aumentando seus preços, e virando alvo de críticas nos sites de reclamações. Eu tive coragem de abandonar essa marca, e agora dei uma chance a Sony, que nunca havia lançado nada que pudesse atrair. Vamos ver como se comporta a nova geração das Android TV.

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