Liderar em ambientes diversificados e competitivos é um grande desafio enfrentado por gestores e líderes, mas existe um caminho.
Quando penso na liderança de Mandela lembro do trecho de uma entrevista dele que faz referência ao significado de Ubuntu. Confesso que para mim era mais uma filosofia de vida do que uma abordagem de liderança. Mas após fazer o curso Leadership com Daniel Goleman, e assistir o vídeo da entrevista com George Kohlrieser, percebi o papel valoroso do Ubuntu na liderança tanto transformacional quanto transacional.
Liderar em ambientes diversificados e competitivos é um grande desafio enfrentado por gestores e líderes, mas existe um caminho em que todos entendemos a linguagem primária. Esse entendimento ocorre quando a ambiência nos oferece aceitação, respeito e propicia o desenvolvimento de oportunidades.
Pois bem, desde os primórdios da humanidade, ainda “semi-símios” nas savanas africanas, que o nosso cérebro natural, por padrão, procura pelo que é negativo (ameaças) até que se tenha certeza da sobrevivência. Uma vez que você se sente capaz de sobreviver, consegue procurar pelo que é positivo, se desenvolver individual e coletivamente.
Ao longo da história as grandes civilizações se desenvolveram onde havia ambiência propícia para a sobrevivência e daí surgiram os diversos tipos de artes, progressos e inovações que usufruímos e admiramos até hoje.
Liderar de forma aberta e disponível
Pelo que pude perceber, sendo Mandela uma boa referência, a liderança deve estar aberta e disponível para as outras pessoas, num apoio mútuo, onde ninguém se sente ameaçado e todos são acolhidos como capazes e bons.
Tudo com base em uma autoconfiança que vem do conhecimento de que ele, ou ela, pertence a algo maior que é diminuído quando outras pessoas são humilhadas ou diminuídas, ou quando são torturadas e oprimidas – inclusive psicologicamente.
Isso não significa que as pessoas não devam cuidar de si próprias ou deixar de ser competitivas, mas quando se estiver na posição de liderança ou de seguidor, deve haver a noção que existe a oportunidade de servir e desenvolver a si mesmo e sua comunidade ou equipe, permitindo que todos melhorem. Tudo isso é o espírito de Ubuntu a que se referia Mandela: “sou o que sou graças ao que somos todos nós“.
Obviamente que dependendo de vários fatores, parto do princípio que a liderança acontece e se desenvolve do indivíduo para o grupo, ou seja, de dentro para fora. Com isso, conforme já havia mencionado anteriormente em outros artigos, a gestão adequada pode ocasionar a valoração de todo o estoque de expertises durante o processo de execução de uma estratégia.
Ou seja, se for devidamente ofertado à equipe a chance de agregar o seu melhor na cadeia de valores haverá a oportunidade do aprimoramento de todos, assim como do processo de execução; que pode ser um período de gestão empresarial ou de governo, no caso do Mandela.
Atualmente, convenciona-se, que a percepção do líder sobre o seguidor estar violando o estereótipo quando exibe as qualidades de liderança, é um pensamento errado e um tanto mesquinho, pois “seguidor” não é uma pessoa, mas uma posição que pode alternar conforme a necessidade. Além disso, o que distingue os seguidores dos líderes não são algumas características ou a inteligência, mas sim a função que exercem no momento.
Concluindo, as pessoas que buscam ser eficazes na função de líderes ou seguidores necessitam ter a visão tanto da floresta como das árvores (empatia), a capacidade de trabalhar em equipe, a força de caráter para prosperar sem estrelismo, o equilíbrio moral e psicológico para alcançar objetivos pessoais e comuns a todos, bem como, acima de tudo, o desejo de participar de um trabalho de equipe para a realização de um propósito maior. Outrolado_
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Jorge Castro
Jorge Castro é Enterprise Architect na HIZQUI Technology Services, em Brasília. Mais no Linkedin: https://www.linkedin.com/in/jorluc/
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Liderar pelo EXEMPLO sempre funciona
Fica a dica.
https://charoma.franquialivre.com.br/