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É lamentável que o Windows 11 continue provocando estragos nas máquinas dos usuários. Muitos já voltaram para o Windows 10 ou sequer aderiram ao 11.

 

Já se passou um ano desde o lançamento do Windows 11, até agora com um percentual de adesão muito abaixo do esperado, nada do que não se pudesse prever, frente às demandas draconianas exigidas pela Microsoft para que o novo sistema fosse instalado.

No ano passado, eu mesmo fiz inúmeras críticas ao processo restritivo de atualização. E, de lá para cá, nada parece ter mudado. O que, por outro lado, aconteceu, foi o sistema começar a exibir problemas até agora incontornáveis, e eu experimentei vários deles, que relato, à guisa de ilustração, logo abaixo.

Efeitos negativos do ambiente do Windows 11

Os primeiros relatos de máquina lenta nunca me afetaram, porém isso não deixou de ser um sinal óbvio que o sistema era pesado para a arquitetura de algumas máquinas. Isso não me atingiu, pelo simples fato de que há vários anos eu venho obedecendo a uma filosofia de montagem, que observa a interação entre os principais fatores que afetam a performance da máquina, a saber: velocidade da CPU e da GPU (levando-se em conta a interação entre ambos os processadores), e banco de memória de pelo menos 16 GB, com o menor CAS possível, e com confiabilidade nos módulos instalados.

Além disso, o chipset da placa-mãe deve ser o mais recente possível, e os seus drives atentamente atualizados. Na máquina Ryzen, é a própria AMD quem oferece essas atualizações.

A despeito de todo cuidado na montagem, ainda assim é de se esperar que o sistema operacional tenha falhas de execução, mas as atualizações deveriam corrigi-las e não acrescentar mais falhas ainda. Quando a última atualização (22H2) foi recentemente lançada, a própria Microsoft identificou uma nova série de problemas.

Eu sou um que aturaria falhas, mas esperando que elas fossem corrigidas. O que eu não esperava foi ver que um dos meus aplicativos havia parado de rodar da noite para o dia, e sem que eu, como usuário, soubesse o porquê. O software atingido foi o Adobe Lightroom 6. Em contato com a Adobe, que já sabia do problema, o suporte me informa as más notícias: o Lightroom 6 é incompatível com o Windows 11, e a Adobe resolveu descontinuar o programa em definitivo! Que bom, não é mesmo? Ironicamente, o Lightroom 5 roda sem problemas, pode isso? Então, a solução foi instalar ele de volta.

Quem se envolve com imagens, e não quer comprar o Adobe Photoshop, a solução caseira é o GIMP. A versão atual roda muito bem, e faz o essencial para trabalhar com fotos.

Erros imprevisíveis no sistema

Se a Microsoft se incomodasse com o retorno do feedback dos usuários, talvez pudesse melhorar o sistema como um todo, mas eu fico desanimado de não ter retorno quando faço isso. No início, eu fiz um pedido para permitir a volta dos segundos no relógio do sistema, mas não adiantou nada. A solução foi instalar um software chamado ElevenClock, disponível gratuitamente.

O aplicativo permite customizar quase tudo. Parece coisa sem importância colocar os segundos de volta, mas para mim é útil na hora de acertar algum relógio. Assim como vários usuários que se queixaram dessa ausência pela Internet afora; Quando o Windows 11 saiu, o Elevenlock parou de mostrar os segundos, mas o aplicativo foi corrigido, como mostra a ilustração abaixo:

 

image001 3

Um estrago provocado por uma das atualizações

Eu sou totalmente a favor de manter o sistema operacional atualizado. Só que nunca se espera que algo deste tipo possa prejudicar a máquina. Recentemente, uma das atualizações tornou o programa Nero Burning ROM parcialmente inoperante. Ao queimar a mídia, o programa passou a não mais gravar os metadados que eu editei. E eu vou tentar explicar a importância disso:

Há muitos anos, toda vez que eu inicio um trabalho de restauração de áudio para um CD-R, os arquivos finais serão depois editados, de modo a serem corretamente identificados por mim, e pelos reprodutores de mesa ou do computador, aqueles que são capazes de ler os metadados envolvidos. Mas, é preciso que o programa de queima da mídia consiga gravar os metadados.

O Nero Burning ROM faz isso com perfeição. Os únicos metadados que ficam de fora são os dos campos Data e Gênero, os quais não têm importância prática.

A seguir, um dou um exemplo deste tipo de trabalho. Eu tenho, de longa data, um CD Philips, com a gravação do Pássaro de Fogo, mas com uma única faixa de cerca de 46 minutos, que gostaria de ver divididas em segmentos. A Philips editou, anos depois, uma versão com a separação das faixas, mas, por qualquer motivo, o som era muito inferior ao do antigo CD.

A solução, trabalhosa, por sinal, foi editar a única faixa do CD antigo, com a separação de faixas do CD mais recente. A edição de cada faixa foi feita no Foobar2000. Depois dos tags editados, eis o resultado final:

 

image003 4

Os tags são editados nos campos de interesse de quem edita. Mostro a seguir, os que foram editados na faixa 1:

 

image005 3

Dá um trabalho danado preencher todos esses campos, eu só preencho aqueles que vão depois ser identificados pelos reprodutores da mídia já pronta.

Pois bem: O Nero Burning ROM permite que esses metadados sejam incluídos no CD a ser queimado. Depois de alguma dessas atualizações do Windows 11, o programa parou inexplicavelmente de gravar os metadados!

Eu achei aquilo estranho, e pedi suporte à Nero. Nem eles entenderam o que tinha acontecido. O meu Burning ROM é o da última versão (Nero Platinum 2022), e não podia ser o culpado daquele problema. Não houve atualização do aplicativo, nem no background.

Nas trocas de informações com o suporte, eu aventei a possibilidade do erro ter sido provocado pelo ambiente operacional, e eles prometeram estudar o assunto.

É possível que eu tivesse razão, porque inesperadamente o sistema fez mais uma daquelas mega atualizações, e depois disso, o Nero Burning ROM passou a gravar os metadados de novo.

Não é possível, para quem está de fora, saber o que aconteceu entre uma atualização do Windows e a seguinte. A minha suspeita anterior, de que havia um erro do sistema se baseou no fato de que a versão do Burning ROM era a mesma de antes. Se o erro aconteceu após uma das atualizações e desapareceu com outra, não seria o caso de colocar a culpa da lambança no sistema operacional?

E no caso da Adobe, não existe, até agora, explicação sobre a incompatibilidade entre o Lightroom 6 e o Windows 11. Como a Adobe tirou o corpo fora, quem usava o software ficou em solução, A não ser criar uma máquina virtual e voltar o Windows 10, como muita gente, talvez decepcionada, está fazendo.

Depois de ter passado tudo isso, e eu tenho certeza de que não sou um caso isolado, eu fico na expectativa de, a qualquer momento, passar por outro problema de novo. Ao contrário de muitos eu não vou retroceder o sistema para o Windows 10, mas aqueles que o fizeram certamente tiveram as suas razões. Devem ter se lembrado de sonoros fracassos do passado, tipo Windows Millenium ou Windows Vista, e provavelmente não vão querer passar por isso de novo. Outrolado_

 

. . .

As minhas (breves) impressões iniciais sobre o Windows 11

 

Avaliação dos pré-requisitos para instalar o Windows 11

Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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0 resposta

  1. Bem Paulo somente para complementar, a Microsoft deu um passo gigantesco para manter o Windows 10 vivo e usual por pelo menos maís alguns anos. A nova versão da ferramenta WSL, que agora permite rodar (sem emulador) o Lnux “leia-se apk’s” e que agora pode ser baixado de duas formas: pela Microsoft Store ou pelo comando “wsl –install” no Prompt de Comando com permissões de administrador. Parece até mentira, mas agora de forma oficial o Windows 10 roda sistemas Linux…

    1. Correto, Rogério, o que. aliás, estimulou muita gente a pular fora do 11. Eu tive uma pequena experiência com aquele Ubuntu décadas atrás, super limitado, mas que tinha uma navegação no Firefox muito superior ao que rodada no Windows da época.

  2. Bem Paulo somente para complementar, a Microsoft deu um passo gigantesco para manter o Windows 10 vivo e usual por pelo menos maís alguns anos. A nova versão da ferramenta WSL, que agora permite rodar (sem emulador) o Lnux “leia-se apk’s” e que agora pode ser baixado de duas formas: pela Microsoft Store ou pelo comando “wsl –install” no Prompt de Comando com permissões de administrador. Parece até mentira, mas agora de forma oficial o Windows 10 roda sistemas Linux…

    1. Correto, Rogério, o que. aliás, estimulou muita gente a pular fora do 11. Eu tive uma pequena experiência com aquele Ubuntu décadas atrás, super limitado, mas que tinha uma navegação no Firefox muito superior ao que rodada no Windows da época.

  3. Olá Paulo.
    Por uma grande sorte minha, meu notebook não obteve a “dita certificação” para rodar o Windows 11. Estou tranquilo usando a versão 10 (atualizada e sem travamentos). Pelo tudo que li essa versão 11 é comparada com o Windows 8 (um verdadeiro enrosco). Tem milhares de usuários fazendo o downgrade. Não vale a pena insistir, pois esse “novo sistema” já nasceu capenga. O tempo perdido, o esforço e a paciência na correção dos seus inúmeros bugs, não compensam seu uso.

    1. Oi, Rogério,

      Pois é, depois de tanto fuzuê a Microsoft me sai com esses erros todos, justificando assim a reação daquele que primeiro ficou chateado de não poder atualizar, e depois ter dado sorte de não tê-lo feito!

      Eu fiquei muito chateado com o abandono do Lightroom 6, eu sei que atingiu a muita gente. Não é a primeira vez que a Adobe abandona um programa anteriormente importante para muitos usuários. Eu uso o Adobe Audition 3.0 há muito anos, que eles alegaram não ser mais compatível com o Windows mais recente. Bem, o meu ainda está rodando, mas, até quando?

  4. Olá Paulo.
    Por uma grande sorte minha, meu notebook não obteve a “dita certificação” para rodar o Windows 11. Estou tranquilo usando a versão 10 (atualizada e sem travamentos). Pelo tudo que li essa versão 11 é comparada com o Windows 8 (um verdadeiro enrosco). Tem milhares de usuários fazendo o downgrade. Não vale a pena insistir, pois esse “novo sistema” já nasceu capenga. O tempo perdido, o esforço e a paciência na correção dos seus inúmeros bugs, não compensam seu uso.

    1. Oi, Rogério,

      Pois é, depois de tanto fuzuê a Microsoft me sai com esses erros todos, justificando assim a reação daquele que primeiro ficou chateado de não poder atualizar, e depois ter dado sorte de não tê-lo feito!

      Eu fiquei muito chateado com o abandono do Lightroom 6, eu sei que atingiu a muita gente. Não é a primeira vez que a Adobe abandona um programa anteriormente importante para muitos usuários. Eu uso o Adobe Audition 3.0 há muito anos, que eles alegaram não ser mais compatível com o Windows mais recente. Bem, o meu ainda está rodando, mas, até quando?

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