O valor do microcopy é construir confiança e empatia com o usuário e formar um vínculo mais forte com a marca como um todo. A clareza conquista, a confusão afasta.
O tempo voa e certas habilidades continuam as mesmas na essência, apenas mudam de nome e contexto. É o caso da edição de texto, que aplicada à internet já foi chamada de webwriting. Depois ficou melhor falar em UX Writing. Temos também o prompt writing, que é a habilidade de escrever instruções para chats de inteligência artificial, como o Gemini e o ChatGPT, de forma a obter melhores resultados, mas este é outro assunto.
Os textos de vendas, antigamente chamados de carta de vendas, hoje têm o nome de copy, que vem de copywriting. É o texto com argumentos persuasivos e elaborados para convencer o possível cliente (o lead) a comprar ou realizar a ação desejada.
Há diferentes estilos de copy, desde o que prefere ser direto e objetivo até os que usam uma abordagem longa e repetitiva, quando o potencial cliente sofre com as dores de algum problema que deseja resolver.
Você já viu isso no Instagram ou Facebook, com certeza. Se o comprador aguentar até o fim é porque o problema incomoda e possivelmente no final vai tirar o cartão de crédito da carteira. Geralmente o Saiba Mais nestes posts patrocinados abre um vídeo que não pode ser pausado o oferece apenas a alternativa de fechar a janela ou aguentar a xaropada até o fim, se o assunto é de real interesse, se a “dor” é grande, geralmente por questões de saúde até.
Microcopy: o que é
Há também os pequenos textos, feitos para conduzir o usuário a realizar ações.
A este conteúdo curto, especialidade do webwriter, chamamos de microcopy. É o termo para descrever pequenos textos na interface com o usuário para ajudá-lo a fazer as coisas que desejamos que ele faça naquela situação. Dicas, mensagens de erro (sempre tão enigmáticas), nomes de formulários – coisas escritas de qualquer jeito pelo programador e que acabam ficando para sempre.
O microcopy funciona como um guia quando os usuários realizam ações específicas e, muito importante, serve para construir confiança e empatia com os usuários e formar um vínculo mais forte com a marca como um todo. A clareza conquista, a confusão afasta.
A diferença entre microcopy e UX writing: o microcopy se concentra nas palavras e frases específicas usadas em uma interface. Já a escrita de UX, por outro lado, adota uma abordagem mais ampla para o tom e voz gerais de um produto e frequentemente abrange partes maiores de conteúdo ao longo da jornada do produto.
Sobre o microcopy, Lívia Barreto, diretora de Marketing da Dinamize, nos enviou uma colaboração. Nas palavras dela, o microcopy é a arte de transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras.
Seja em botões, mensagens de erro, formulários ou chamadas de ação, o microcopy é a voz silenciosa que guia, encanta e influencia. Sua importância transcende o tamanho reduzido, transformando-se em peça-chave para o sucesso de websites, aplicativos e plataformas digitais. Nesse contexto, cada letra é escolhida a dedo, pautada no universo do marketing digital para converter o máximo de leads.
Em outras palavras, é uma técnica ideal para gerar impacto inicial e fisgar o público no seu funil de vendas, prendendo a atenção em pouquíssimos segundos.
Principais dicas por trás da magia
O microcopy é responsável por transmitir informações de forma concisa, clara e persuasiva. O segredo não está apenas no que é dito, mas também em que momento a mensagem é entregue. A estratégia tem muito mais efeito quando posicionada entre fases em que o potencial cliente está prestes a seguir na jornada de consumo.
Objetividade e clareza: é a base para qualquer microcopy. Portanto, é imprescindível indicar apenas o que é necessário de um jeito claro, eficiente e que vá direto ao ponto. Se o usuário precisar ler duas linhas para colocar um produto no carrinho, é possível que ele se distraia e desista. Basicamente, o trabalho deve ser minimizar ou eliminar qualquer possibilidade de dúvida ou interpretação alternativa.
Relevância: diferentemente dos textos publicitários tradicionais, que focam no uso de adjetivos e de sensações durante a leitura, o microcopy exige que cada palavra seja útil e esteja levando a algum lugar em vez de apenas gerar desejo.
Tom e estilo adequados: como o seu público se comunica? Se está falando com um grupo empresarial que lida com investimentos, por exemplo, é preciso ter certo cuidado com os termos escolhidos, demonstrando respeito ao aspecto sério do segmento. No entanto, se estiver se comunicando com jovens comprando roupas, vale ousar e usar palavras mais descontraídas.
Positividade e empatia: ao ter contato com uma marca, o usuário espera por uma experiência positiva. Apesar de encaminhar o processo de compra, o microcopy também deve criar conexões emocionais e contribuir com a satisfação do consumidor.
Como fazer e o que evitar
Não há nada melhor do que a prática para entender como o microcopy funciona e de que maneira pode ser otimizado. Mas para facilitar ainda mais o processo, seguem dois exemplos por categorias para mostrar o melhor uso dessa ferramenta.
Botões de chamada para ação
“Faça seu cadastro em nosso site para acessar conteúdos inéditos”. Além de ser comprida e utilizar dois verbos para indicar uma única ação, essa frase não dá a impressão de atitude, apenas de uma sugestão. Melhor alternativa: “Teste de graça por um mês”.
Campos de formulário
“Preencha com seu nome inteiro para que possamos ter uma relação melhor”. Parece um pouco “engessada”, não é mesmo? Uma opção mais simples, objetiva e empática seria: “Nome completo: queremos te conhecer!”.
Apesar de enaltecer informações curtas, o microcopy tem impacto expressivo no desempenho de muitas marcas. Não é apenas uma tendência: tornou-se necessidade estratégica para sobreviver no ambiente on-line e se destacar da concorrência. Vá direto ao ponto gerando empatia e confiança e veja a experiência do usuário se transformar! [Webinsider]
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Vicente Tardin
Vicente Tardin (vtardin@webinsider.com.br) é jornalista e criador do Webinsider. É editor experiente, consultor de conteúdo e especialista em gestão de conteúdo para portais e projetos online.