Ainda há uma grande parcela de pessoas no mercado de trabalho que precisam desenvolver digital skills. Por vários motivos, cabe às empresas desenvolver habilidades tech em profissionais que não são de tecnologia.
Atualmente, não há como negar que o bom profissional é aquele que se adapta às transformações do mercado e adquire novos conhecimentos conforme as demandas do contexto. Não à toa, uma pesquisa da Gartner confirma que essa não é apenas uma estratégia de competitividade das empresas, mas uma necessidade: 58% das pessoas acreditam que precisam desenvolver novas habilidades para desempenhar seu trabalho, sendo que 33% das competências requeridas em vagas de emprego no ano de 2017, em Tecnologia da Informação (TI), Finanças e Vendas, já estão ultrapassadas.
Antes falávamos em carreiras em tecnologia. Hoje, falamos em tecnologia sendo aplicada em todas as carreiras. Mas a própria tecnologia vem se transformando também. Diante dessa mudança do mercado, o desenvolvimento, individual ou corporativo, precisa ser continuamente aprimorado. Chamamos isso de capacitação em Digital Skills, ou seja, desenvolvimento de habilidades tecnológicas essenciais ao exercício das nossas carreiras. E isso, já deixou de ser requisito apenas no setor tech. Quantas profissões já não exigem conhecimento de plataformas e ferramentas digitais nas rotinas de trabalho?
Só para termos uma mostra desse cenário, a Ark Invest aponta que as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) podem aumentar em quase 140% a produtividade das pessoas colaboradoras nos próximos 8 anos. Em termos financeiros, isso equivale a um aumento de, aproximadamente, US$ 50 mil por pessoa trabalhadora, resultando em US$ 56 trilhões em todo o mundo!
Ou seja, do lado das empresas que querem se manter competitivas, é preciso formar times que saibam utilizar a tecnologia a favor das estratégias do negócio. Do lado dos profissionais que querem impulsionar suas carreiras, adquirir esses conhecimentos é o caminho para a inserção e crescimento em um mercado em constante volatilidade e inovação.
Quais são os principais benefícios em desenvolver digital skills?
Na prática, as competências digitais ajudam as equipes a lidar com a presença tecnológica em qualquer âmbito do ambiente de trabalho. Estamos falando do aprendizado na alfabetização em dados, automação e ferramentas de produtividade, noções básicas de programação, compreensão da rede em nuvem, segurança da informação, design thinking, dentre outros.
Priorizando o desenvolvimento nesses assuntos, o céu é o limite para as organizações. Times com essas capacitações podem otimizar o tempo de tarefas e aumentar a qualidade do trabalho, explorar o potencial interativo dos dispositivos eletrônicos, elevar o ritmo de criatividade e inovação, estabelecer uma gestão da identidade digital da empresa e, acima de tudo, subir o nível de eficiência.
Inclusive, algumas marcas já perceberam o potencial de investir na educação em digital skills. No Brasil, por exemplo, a Suzano estruturou um projeto para que os colaboradores desenvolvessem conhecimentos em Machine Learning e Power BI. E o resultado financeiro dessa ação foi surpreendente: estima-se que os treinamentos auxiliaram na otimização de vários processos da empresa, alcançando um retorno de R$ 3 milhões no ano.
Como capacitar as equipes em competências digitais?
Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas na missão de educar profissionais em tech é a resistência às mudanças. Nem todos vão possuir conhecimentos tecnológicos, e mesmo aqueles que possuem podem estar em diferentes níveis. Por isso, as companhias devem olhar para cada uma dessas necessidades e pensar em trilhas de desenvolvimento específicas.
Começar pelo ensinamento básico, que se conecta às atividades do dia a dia, é um ótimo ponto de partida. Por exemplo, analisar dados através de Excel ou trabalhar com ferramentas de IA já são habilidades extremamente úteis e demonstram para as equipes o valor do aprendizado.
Obviamente, o papel das lideranças também é primordial nesse processo de conscientização e transformação. Criar uma cultura digital depende das referências que os profissionais experientes e em cargos de gestão, especialmente os líderes da área de TI, oferecem aos seus liderados.
Ainda vale destacar que nenhum setor pode ficar de fora desse movimento. O fenômeno do ChatGPT é a prova de que as ferramentas digitais são relevantes para o mercado com um todo, desde o segmento de Marketing até Recursos Humanos (RH). Essa é uma revolução de todas as pessoas, que resulta na implementação de uma nova categoria de cultura organizacional.
Portanto, a tendência é que as empresas que não investem na educação em tecnologia fiquem para trás. A inovação e formação de um diferencial competitivo depende dessas habilidades, principalmente no que se refere aos profissionais não-tech. [Webinsider]
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Adriano Almeida
Adriano Almeida é líder da Alura Para Empresas, unidade de negócios da Alura, que apoia e impulsiona organizações com soluções de desenvolvimento de pessoas em tecnologia.