A “revolução” das novas centrais multimídia para veículos

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket
As centrais multimídia para veículos avançam cada vez mais em recursos, disponibilizando uma ajuda ao motorista que não existia antes.

As centrais dos novos carros avançam cada vez mais em recursos, disponibilizando uma ajuda ao usuário que não existia antes. Elas são úteis, principalmente na navegação com GPS.

 

Já se passaram quatro anos quando aconteceu o lançamento do Nivus, carro da Volkswagen, que trazia algo até então inédito: uma central multimídia cheia de novos recursos. Os designers eram todos brasileiros, segundo o anúncio de lançamento do carro. O software da central foi batizado de VW Play, com toda justiça, mostrando integração com aplicativos de interesse do usuário, fora os tradicionais Android Auto e Apple CarPlay:

A bem da verdade, estes recursos demoraram a chegar nos veículos automotivos, para passeio ou trabalho. Quem acompanhou a evolução da microinformática é que pode traçar uma comparação na linha do tempo dessa tecnologia. São vários os recursos de processamento de dados esquecidos no tempo, e/ou implementados de forma errada ou incompleta. Como nos microcomputadores, as centrais com erros deveriam sempre ser atualizadas, mas nem sempre isto está ao alcance do usuário.

Um desses itens que eu nunca entendi direito foi a brutal economia de portas USB. Nas centrais que eu usei, existia uma mísera porta USB-A, para passar dados e carga, e só! Na medida em que até telefones celulares já tinham evoluído nesta direção, introduzindo uma porta USB-C, só depois as montadoras se lembraram que incluir uma porta deste tipo. Parece bobagem, mas não é, porque a central faz uso da passagem de dados, e um dispositivo com bateria, como o celular, faz uso do carregamento, dispensando inclusive aquela saída antiga de 12 Volts, que servia para acender cigarro (Argh…).

Notem que cabos e conectores USB podem transmitir alimentação elétrica (carga) e dados. A única forma de saber se um determinado cabo, de qualquer combinação como USB-A/USB-C, passa dados e/ou carga, é testando:

Acima se pode ver um testador simples para cabos USB. Basta ligar em desses carregadores com conexão USB na entrada de força do board, e depois conectar o cabo em suas respectivas portas. Um conjunto de LEDs mostra a pinagem e a passagem de dados ou somente de força.

Porque a noção dessas especificações de cabos é importante para as centrais? Porque nem todas as portas disponíveis deixam passar carga + dados. Eu mesmo já experimentei este tipo de problema, ao testar uma porta USB-A que só deixava passar carga. Em uma porta dessas, é impossível usar qualquer dispositivo, como, por exemplo, um drive USB com música.

Os avanços nas centrais multimídias

O ponto mais importante de uma central multimídia veicular é a sua integração com aplicativos de navegação. Em épocas remotas, um carro vinha com GPS embarcado, e nem sempre a atualização poderia ser feita sem precisar pagar por um provedor de mapas.

Na falta de uma central nos meus carros antigos eu lancei mão de um GPS TomTom. Com o passar dos anos, os mapas de viagem ficaram defasados e o mapas de radares passaram a ser pagos por mês ou anualmente. Além disso, era normal ter que levar o aparelho para casa, e através de um programa instalado no computador, gerenciar todas as atualizações!

O uso de telefones celulares derrubou aparelhos como esse da TomTom. O último que eu usei foi um modelo Go 60B, que nem permitia a inserção de um chip para acesso aos servidores da empresa por Wi-Fi. Quando a última assinatura anual de radar terminou, o 60B foi devidamente aposentado.

O recurso de dados móveis no celular permite: 1 – usar Android Auto ou Apple CarPlay; 2 – rodar um aplicativo para detecção de radar; 3 – atualizar todas as informações on-line, normalmente a custo zero!

Tanto Android Auto quanto o Apple CarPlay são apenas gerenciadores de aplicativos. Cada um deles tem a sua própria coletânea de programas do interesse do usuário. Muitos aplicativos para navegação são compatíveis com as duas interfaces, assim a escolha do navegador preferido é enorme!

Google Maps e Waze são dois navegadores que tem conquistado usuários. Em ambos, é possível salvar as rotas preferidas, de tal maneira que elas podem ser selecionadas, de viva voz ou pesquisando na central, sem necessidade de digitar de novo o endereço. No caso específico do Google Maps, ele guarda a linha do tempo opcionalmente, e quando a central entra on-line novamente, ele aponta as duas últimas rotas navegadas.

Uma nova experiência com uma central mais moderna

Eu ando às voltas com uma nova central da Peugeot, recentemente instalada nos últimos modelos, e ainda estou aprendendo os caminhos de ajuste. A central, foi batizada com o nome de fantasia sofisticado de I-Connect 10,3”:

O conjunto de volante + cluster é chamado de I-Cockpit, nome em alusão à cabine de um avião. O cluster foi inicialmente lançado na versão 3D, no qual uma tela secundária, localizada acima, é refletida no painel, dando a impressão de estar à frente do mostrador do fundo. Existe agora uma segunda versão, desta vez 2D, e ambas são totalmente digitais.

Cada montadora arruma as centrais do jeito que achar melhor. Fica a critério de quem usa gostar ou não do arranjo obtido. Nesta central, vários comandos estão dispostos em um teclado, enquanto outros são acessíveis por toques em cima dos ícones.

Como sempre, o ícone da casinha significa “Home”, semelhante à terminologia dos navegadores para computador, página conhecida na World Wide Web como “home page”:

Tal semelhança não é mera coincidência, porque existe de fato um computador a bordo! Este computador não gerencia somente a central, mas também uma miríade de de ajustes do motor, suspensão, etc. Além disso, o computador de bordo calcula uma série de variáveis, e informa os valores obtidos no cluster ou na tela principal da central. Com esses cálculos, o motorista tem uma ideia, por exemplo, da economia de combustível, do trajeto percorrido, da reserva no tanque, etc. O computador de bordo nas centrais ainda se auto configura em alguns recursos assim que o celular é emparelhado.

Atualmente, ainda sobra espaço para um bom número de aprimoramentos. Na minha ainda incipiente experiência com centrais, eu noto que ainda há muito a aprender.

Na nova central da Peugeot a tela de 10 polegadas é panorâmica, tipo CinemaScope, e pode ser rolada ou dividida, dependendo do que for usado. Assim, pode-se ter acesso a mais de um aplicativo que esteja rodando no background.

O uso imperativo do GPS

A navegação de ruas e trajetos via satélite é uma realidade. O gozado é que eu já ouvi muita gente desprezando o GPS, que te diz onde você está e para onde você vai. Na minha opinião, esta foi uma das mais importantes conquistas tecnológicas de quem sai para um endereço ainda não percorrido, ou para trajetos desconhecidos nas rodovias, recurso vital em qualquer viagem. Na rota, ainda é possível saber os congestionamentos do trajeto planejado, duração e distância do percurso, etc.

É justo dizer que nem toda rota traçada pelo GPS é confiável, mas com as mudanças nas ruas que acontecem a todo momento, o GPS é parte inquestionável e necessária a qualquer um.

Um dos recursos que eu mais gostei e que já vi ser usado em carros de outras montadoras é sincronizar o horário atual e configurações similares do carro através do sincronismo com o GPS. O uso do celular pode ajudar sozinho e em paralelo com aplicativos que não estão na central.

No VW Play, que eu nunca vi de perto, uma loja virtual deixa o motorista instalar um aplicativo que não está nas listas do Android Auto ou do Apple CarPlay. Neste ponto, duas coisas são importantes ao se usar GPS, junto com outras funções: primeiro, saber o espaço de memória disponível no celular ou na central, e segundo que todas as centrais modernas dependem do telefone celular usado nas conexões. Este celular deve ter uma quantidade adequada de dados móveis e de memória local disponível. No quesito “dados móveis”, é sempre prudente achar e instalar aplicativos que possam trabalhar off-line, ou com baixo consumo de dados.

Centrais multimídias novas serão sempre bem-vindas. Existe, creio eu, ainda muito espaço para aprimoramentos. Com a atual complexidade de configurações e de informações na tela, é preciso tomar cuidado ao dirigir e se valer de algumas delas somente quando o carro estiver parado. O nosso trânsito urbano costuma ser violento, exigindo sempre uma direção defensiva, de olho no tráfego. Fora isto, é preciso rezar para não ser atingido pelos motoristas que não estão nem aí para ninguém!

O espaço de importância do uso das centrais multimídias gerou um comércio paralelo de centrais, algumas para substituir as instaladas previamente na montadora, mas que carecem de recurso. Uma dessas peças que eu vi roda com Android, parecendo um sistema autônomo. Seja como for, o usuário deve tomar cuidado, para não inutilizar os demais recursos do carro, e evitar o chamado “barato que sai caro”.  [Webinsider]

. . .

 

Colocando um tablet no carro

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *