Cocoon, em um mundo de ficção de super seres extraterrestres

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Ao revisitar Cocoon, o filme da década de 1980, difícil de comprar aqui ou assistir no streaming, eu me deparo com um disco Blu-Ray completamente diferente do original. Depois desses anos todos, mudou na minha percepção da obra de 1985, que tanto sucesso fez nos cinemas.

 

Eu já tive o filme Cocoon, do ator/diretor Ron Howard, lançado em 1985 nos cinemas, em duas cópias, uma em Laserdisc (imagem e som analógicos) e outra em DVD. O filme entra na onda dos extraterrestres amigos com poderes que nenhum ser humano seria capaz de ter, seguindo a onda do filme de Spielberg sobre o assunto, lançado em 1982.

Diferente do filme de 1982, Cocoon confina o roteiro à terceira idade, mostrando um grupo de idosos, residentes em uma casa de repouso na Florida, que se defrontam com seres de outro planeta. As circunstâncias nas quais este grupo sobrevive são penosas, como é habitual nesta faixa etária, a maioria privada de capacidade e recursos que eles tinham quando eram mais jovens, como se fosse um grupo social marginalizado parcial ou totalmente. Por outro lado, quatro extraterrenos, retornam à terra, para resgatar os últimos sobreviventes da raça, encapsulados em casulos, em uma área escondida do oceano.

Por motivos que eu não me lembro mais, eu nunca me interessei em colecionar a cópia do filme em Blu-Ray. A cópia em DVD sumiu, acho que eu dei para alguém, mas não me lembro quem. Quis revisitar o filme, sem precisar importa-lo, mas tive uma imensa dificuldade. Tentei o streaming, sem sucesso. Algumas edições estavam sendo oferecidas aqui por preços astronômicos, sem trocadilho.

Foi aí que eu recebi de brinde uma cópia conseguida no Mercado Livre, do qual eu não sou usuário. O disco veio solto na caixa. Ao abrir, e olhando a mídia, vi que ela continha um corante, ou seja, devia ser um BD-R ou Blu-Ray gravável. Levei ao computador e confirmei o que tinha suspeitado:

O disco original foi lançado pela Fox. Este disco roda um menu estranho, em português:

Nas configurações, em vez de DTS-HD MA 5.1, se vê “AC3 6 ch.”. N.B.: AC-3 é o codec Audio Coding versão 3, depois renomeado para Dolby Digital. A sigla AC-3 foi usada na época do Laserdisc, e por pouco tempo.

A legenda em inglês é do tipo usado para deficientes auditivos, mas a legenda em português é normal, com uma cor violácea, difícil de ler em alguns backgrounds. Legendas em cor geralmente são amarelas. O criador das legendas é anunciado antes das legendas aparecerem.

A qualidade da imagem é apenas razoável. Sem o disco original da Fox em mãos, é literalmente impossível de fazer qualquer comparação.

Em resumo: quem “fabricou” o disco recorreu a uma fonte de áudio e vídeo que aparentam não serem as da Fox. E não teve pudor de vende-la, mesmo nos dias de hoje, quando todo mundo recorre a streamings para ver filmes antigos. Esse filme, por coincidência, não se acha em lugar algum.

A mim não me cabe julgar se esta edição é pirata ou não. A versão apresentada pode muito bem ter sido autorizada pela Fox, mas existem claros indícios de que isso não aconteceu. Neste caso, cabe a quem vende ou aos seus representantes investigar se a cópia é pirata ou não, e tomar as providências cabíveis, de modo a não lesar o consumidor e aos direitos autorais pertinentes.

O filme propriamente dito

No passado distante, eu tive contato com Gary Tooze, do site DVD Beaver, e quando esta pesquisando a edição do filme em Blu-Ray, achei um review comparativo das edições americana e inglesa. Na área de comentários, Tooze e se colaborador fazem uma análise do filme, da qual eu concordo ipsis litteris, e eu cito um trecho, já traduzido:

“Eu nunca fui capaz de perdoar Henry Koster por substituir Cary Grant por patinação no gelo em The Bishop’s Wife. Em outro filme caloroso, mas menos maravilhoso, eu sinto o mesmo sobre o uso de Ron Howard de um dançarino de 19 anos para beliscar o sucesso de Don Ameche em Cocoon. Mas enquanto a Esposa do Bispo é consistentemente encantadora e caprichosa por toda parte, exceto no momento em que Koster descuidadamente me arrancou de sua fábula, nenhuma consistência está em jogo em Cocoon, que alterna cenas de intensa, às vezes requintada complexidade emocional com tolice juvenil. Em seus momentos finais, há alguma falta de jeito raro e um roteiro que desafia o senso comum: a decisão inexplicável que Guttenberg toma no final.”

De fato, a cena de Don Ameche dançando que nem adolescente não tem propósito algum, a não ser reivindicar o direito do idoso de ser respeitado e/ou admirado em suas virtudes. O filme, como um todo, é essencialmente catártico. E esta catarse atinge o ápice quando a eles idosos lhes é oferecida a promessa de vida eterna em outro lugar, sem sofrimentos. Seria isso uma citação à promessa religiosa com o mesmo conteúdo e promessa?

Existem, entretanto, bons momentos no filme, e eu citaria o da sequência final, quando o menino se transforma em herói, assegurando aos avós o direito de escolha, para viver em outro lugar que não seja um lar de idosos.

Gosto também do ótimo trabalho do compositor James Horner, particularmente o da sequência acima citada. Horner é muito criativo em suas trilhas, acompanhando o sentimento do público ao assistir às cenas. Vale a pena para quem assiste, mesmo que não se encante com o resto do filme! [Webinsider]

. . .

 

E.T. em home vídeo: simplesmente espetacular!

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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