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Viagem Insólita, filme de Joe Dante, marca um momento do cinema na década de 1980 e o lançamento de filmes em disco com formato Letterbox 4:3.

Blu-Ray “Masterizado em 4K”Blu-Ray “Masterizado em 4K”A Warner Brothers relançou o Blu-Ray em embalagem com luva o filme de Joe Dante Viagem Insólita, que marca um momento do cinema na década de 1980 e o lançamento de filmes em disco com formato Letterbox 4:3.

 

Viagem Insólita (“Innerspace”), foi um dos filmes que marcou a associação do diretor Joe Dante com Steven Spielberg, no final da década de 1980. Fiquei de certa forma surpreso ao saber que o filme foi relançado recentemente pela Warner, em Blu-Ray com luva, inclusive.

Eu já havia aposentado o meu antigo DVD anos atrás, acho que dei para alguém conhecido, porque não o achei mais nas prateleiras. Pouco importa, porque o filme em si é uma comédia beirando o besteirol, salva apenas para os colecionadores por alguns detalhes interessantes:

Innerspace explora muito bem as virtudes do comediante Martin Short, talvez a sua melhor participação nas telas. No filme, o cinematógrafo John Hora também faz um papel no início, mostrando as suas virtudes como ator. Além dele, aparece a veterana comediante Kathleen Freeman, ex-Jerry Lewis, em um dos seus últimos papéis.

A parceria Dante com Spielberg foi profícua, ele com filmes baseados em roteiros de estórias fantasiosas, mas bem aproveitadas. Neste caso, há uma mistura de ficção científica e crítica social, com a comédia propriamente dita.

No enredo, Jack Putter (Martin Short) é um empregado de supermercado hipocondríaco, aconselhado pelo seu médico a procurar umas boas férias para relaxar, mas é injetado acidentalmente com a miniatura experimental do piloto Tuck Pendleton (Dennis Quaid), para que o chip que ele carregava não parasse nas mãos de pessoas erradas.

O resto é pura comédia, até com alguns momentos inspirados, apesar na insistência das caretices na tela e de alguns diálogos sem graça. O filme usa um recurso técnico de distorção de rostos, usado também em Total Recall.

Para o colecionador, Innerspace foi um dos primeiros videodiscos que usaram o formato de vídeo Letterbox, na imagem 4:3. Só para esclarecer aquele avanço: as transcrições de filme para vídeo eram feitas com cortes na imagem, o chamado “Full Frame”, e com uma técnica absurda, chamada de “Pan & Scan”, que transcrevia a imagem Widescreen por partes.

O Letterbox passou a transcrever a imagem integral, com a adição de barras pretas em cima, em baixo ou nas laterais, dependendo da relação de aspecto nativa dos fotogramas.

O método de uso da imagem integral com barras é usado até hoje, de modo a “encaixar” uma imagem Widescreen em uma tela 16:9. Isso passou a fazer muito sentido quando as telas de TV e projetores mudaram de 4:3 para 16:9. Na era 4:3 o corte com barras diminuía a imagem, aliada também ao pequeno espaço na tela, o que irritou muita gente.

Em contrapartida, na tela 16:9 e o seu subsequente aumento de tamanho, as transcrições Letterbox 4:3 perderam o sentido, com uma perda enorme de resolução. Mas, com o advento das transcrições anamórficas para vídeo, a resolução original dos fotogramas passou a ser melhor preservada. Na época desta mudança, aconteceu uma campanha na Internet, para que o Letterbox 4:3 fosse abandonado, e substituído pelo formato Letterbox 16:9 anamórfico. O assunto morreu, porque este formato se tornou padrão para os filmes em Blu-Ray, essencial para a preservação da imagem de alta resolução.

Innerspace foi fotografado em 1.85:1, transferido para vídeo com barras pretas em cima e em baixo. No videodisco, um clipe com a cena da discoteca foi incluído para anunciar a novidade. Curiosamente, na edição em Blu-Ray, a Warner optou por transferir a imagem em 1.78:1, voltando assim ao “Full Frame”. Felizmente, a perda do fotograma é pequena, apesar de incompreensível para quem gosta de cinema bem preservado.

No que tange ao áudio, originalmente com trilha Dolby Spectral Recording (Dolby SR) analógica, o Blu-Ray foi masterizado com trilha DTS HD MA 5.1, mas com relativo pouco uso de efeitos sonoplásticos nos canais surround. O filme original foi ampliado para 70 mm, com trilha magnética de 6 canais, mas não há notícia de que ela tenha usada na nova edição.

A imagem do Blu-Ray é boa, mas em nenhum momento excelente. Grãos estão razoavelmente bem preservados, e as cores também. O disco, para quem ainda coleciona, vale muito a pena. [Webinsider]

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Película de cinema versus imagem digital dos filmes

Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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