Lili, uma pequena obra prima dos áureos tempos da MGM

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Lili o filme relançado com qualidade impecável de som e imagem

Lili, filme da MGM de 1953, foi exibido com grande sucesso nos cinemas da Metro. Lançado agora com impecável qualidade de imagem e som.

 

Existem filmes que fazem parte da infância de qualquer um. Nas minhas primeiras idas ao cinema a minha mãe, que depois descobri que era cinéfila, me levava ao Metro-Tijuca, para assistir filmes da MGM dedicados à família ou ao público infantil.

Uma das mais agradáveis lembranças dessa época aconteceu quando o Metro exibiu Lili, musical infantil, estrelando a adorável atriz francesa Leslie Caron, no papel principal.

Colecionadores já postaram o trailer e o tema musical principal do filme:

Eu já havia pensado em fazer o mesmo, mas desisti. Curiosamente, Lili parecia ter sido esquecido nos arquivos da MGM, mas a Warner, de posse dos direitos, lançou agora uma cópia restaurada, como parte da série Warner Archive Collection. Para o colecionados brasileiro, significa que se quiser ver a nova edição, terá que importa-la!

O filme, a música e a nova edição

Lili aborda a estória de uma moça de 16 anos que tinha perdido o pai, e vai para uma cidade onde pretendia trabalhar para um conhecido da família. Chegando lá, ela toma conhecimento que o homem havia morrido e a sua loja fechada. Ficando perdida e sem soluções contempláveis ela conhece uma troupe circense, que apresenta pequenos shows, entre eles um de marionetes. Próxima do desespero, Lili se prepara para tomar a própria vida, mas uma das marionetes a chama para dissuadi-la do intento. A partir daí estabelece-se um relacionamento fantasioso entre ela e as marionetes, que irá ajudar Lili a ter esperança de algum dia encontrar a felicidade.

No filme, o tema principal, “Hi-Lili, Hi-lo”,  é cantado por Lili e pelas marionetes:

Na época, a música teve enorme sucesso, inclusive com uma versão em português.

Lili não chega a ser um musical por excelência, embora tenha sido montado como tal. A fantasia é o tema principal do roteiro, embelezado pela belíssima fotografia em Technicolor da época.

Gene Kelly havia descoberto Leslie Caron, dançarina francêsa, com quem fez o muito lembrado musical An American In Paris, lançado em 1951. O seu resto é muito fotogênico, e em Lili o suficiente para tornar a estória verdadeira.

Lili contracena com as marionetes de Paul Berthalet (protagonizado pelo eclético ator Mel Ferrer), um antigo dançarino de sucesso que ficou aleijado e se tornou um homem amargo e pouco sociável. Mas, somente no fim é que lili se dá conta de que aquele homem antipático era quem manipulava as marionetes que haviam ido em seu socorro. O roteiro aproveita a estória para mostrar os equívocos da adolescência e a descoberta do amor um uma mulher jovem, amadurecendo ao sair da fantasia e entrando na primeira experiência afetiva concreta de vida.

Lógico que para uma criança nada disso tem significado. Mas, Lili é um filme simples e de rara beleza, o que explica porque eu gostei tanto dele quando passava no Metro-Tijuca.

Lili faz também parte da política imposta por L. B. Mayer, que insistia na produção de filmes destinados às famílias, citado, aliás, em uma paródia cortada da comédia The Three Amigos:

A nova e recém-lançada versão em Blu-Ray é exemplar: os discos da série Archive são autorados com um bitrate elevado, e foi bom saber que a cópia apresenta um filme com imagem ainda impecável. O som, evidentemente, é mono, mas com muito boa qualidade também.

Este é um daqueles lançamentos que demoraram demais para sair. Acho pouco provável que o filme tenha hoje o mesmo impacto daquela época. O Metro-Tijuca ficou na memória dos que o frequentaram por ter sido um cinema com rara qualidade técnica e de conforto para o público. O histórico deste cinema está em Conservatória, obra heroica do resgate feito pelo Ivo Raposo, do que sobrou do espólio após a demolição.

Ao ver o filme novamente, depois de tão longo tempo, eu me lembro dos bons momentos da minha infância. Na vida difícil e complicada pela qual qualquer adulto atravessa, é bom saber que estes momentos de fato existiram! [Webinsider]

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Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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