Um bom texto institucional para web é como uma boa conversa. Baseado em perguntas e respostas. É assim porque, quando alguém visita um site ou faz uma busca na internet, tem sempre uma pergunta ou um tópico em mente.
A primeira coisa que o internauta faz ao chegar em um site é procurar por palavras específicas, que vão dar a ele indícios de que aquilo que ele está procurando se encontra no seu site.
É como se aquele princípio básico que aprendemos em comunicação, de emissor, receptor, código, mensagem e canal fosse invertido, começando o processo, não com a emissão da mensagem, mas sim com a pergunta do receptor.
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O desafio então para produzir um conteúdo atrativo é tentar prever e responder essas perguntas.
Use personas para criar conteúdos interessantes
Uma forma interessante para tentar simular os interesses do seu público-alvo e as possíveis perguntas que ele faria é o desenvolvimento de personas. O uso de personas é originado na psicologia e foi popularizado no design por Alice Cooper.
É útil no planejamento e leiaute, mas pode ser especialmente interessante de ser utilizado quando estamos produzindo a carga inicial de conteúdo de um site, na fase em que fazemos o inventário de conteúdos a serem distribuídos dentro da arquitetura de informação.
A criação de personas consiste em inventar pessoas fictícias que representem cada um de seus públicos, com base no conhecimento que você já tem do perfil dessas pessoas.
Devem incluir nome, foto, idade, valores, frases, nível de intimidade com a internet, interesses, para que essa pessoa usa internet, objetivos e o que da informação que pode haver no seu site interessa a ela e você terá facilidade em pensar que perguntas ela faria.
Ajuda ter em mãos pesquisas que avaliem os hábitos do público que queremos atingir.
Assim fica mais fácil produzir o conteúdo com foco no interesse e nas necessidades do público, pensando nas respostas que essa pessoa daria. Quais os interesses dela no site? Que área visitaria? Como seria o seu comportamento? Essas são algumas das perguntas que ficam mais fáceis de responder com o uso de personas.
Direto ao ponto, sem espantar
Escolher as palavras certas e, acima de tudo, deixar o leitor ir direto ao que interessa, sem obrigá-lo a seguir um caminho cheio de textos. Este é um desafio de desapego para quem gosta de escrever, mas é a grande diferença entre a redação para sites e os conteúdos tradicionais.
O público na web não quer ler um monte de coisa até chegar naquilo que está buscando. Ele se acostumou a fazer perguntas para o Google e chegar direto no que interessa, então, se tiver que perder tempo lendo um monte de coisa, o mais provável é que ele desista e vá procurar em outro lugar.
Por isso, ao quebrar a informação em hiperlinks, você permite ao leitor atingir seu objetivo sem perda de tempo. É importante lembrar também que uma das coisas que mais afugenta o leitor na web são as massas sólidas de texto.
Ao quebrar os parágrafos lembre de fazer parágrafos curtos, colocar intertítulos e imagens e evitar a formatação justificada, para que o texto se torne amigável.
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Algumas possibilidades são:
- Quebrar a informação nas perguntas possíveis que o usuário pode fazer
- Separar a informação em tarefas que ele precise executar em sequência
- Segmentar por público ou temática
- Ordenar cronologicamente
Esse artigo foi inspirado no livro Letting go of the words, de Janice Redish, que eu recomendo fortemente a conteúdistas e jornalistas que querem se atualizar. [Webinsider]
Beatriz Lins
Bia Lins (bialins@gmail.com) é jornalista com MBA em comunicação corporativa. Atua em comunicação digital, portais, redes sociais, marketing, planejamento, tecnologia e inovação. Mais no Linkedin.
17 respostas
Muito obrigada, Gabriel.
Att,
Beatriz
Ótimo texto Beatriz.
Parabéns, já recomendei a leitura pra tudo mundo aqui da empresa.
Um gde abraço
Obrigada, Fernando!
Em outras palavras:
“O objetivo do webwriter é prever e responder perguntas.”
Gênio.
Puta insight. Parabéns.
Abraços
Oi Evandro! Eu também adoro cardsorting, tanto no planejamento como em manutenções evolutivas. E é tão facil de fazer, não é mesmo? Grande abraço!
Oi Paulo. Eu tinha pensado em fazer uns exemplos, mas foi ficando grande demais. Vou tentar exemplificar aqui para você. Imagine que você precise publicar no site da sua empresa uma informação sobre um Concurso de redação sobre ecologia. O público provavelmente vai querer saber qual a premiação, quem pode participar, como se inscrever, quando saí o resultado e talvez conhecer os trabalhos vencedores dos outros anos. Se você dividir a informação nesses tópicos, fica bem mais fácil para o leitor ir direto ao que interessa, sem ter que ler um texto enorme de forma linear.
Att,
Bia
Texto educativo, mas ficaria mais didático se contivesse exemplos a cada tópico abordado, para parecer o que diz ser.
Wagner, mais uma ideia. Que tal pesquisar no Facebook e Orkut o que há em comum entre seus últimos clientes? Pequeno porte, idade, localização, interesses, objetivos…
Wagner, eu não acredito muito nisso de público-alvo abrangente. Temos que ter sempre um público-alvo primário, ou um target, sabe? Quer detalhar melhor o seu caso para ver se eu posso ajudar? De qq maneira, vc está certo: não é recomendado fazer mais que 8 personas.
Obrigada,
BL
Carlos Miguel ;), Evandro e Daniel, obrigada.
Beatriz,
a dúvida me veio a cabeça é a seguinte: o uso de personas é válido para sites em que o público-alvo é muito heterogêneo?
Pois uma quantidade muito grande de personas acho que dispersa o público também, não acha?
Vejo este recurso sendo utilizado somente em sites que o público é mais bem definido.
Como fazer nestes casos?
Parabéns pelo texto.
Muito bom, Beatriz!
Falou exatamente o que interessa.
Parabéns e aguardo novos textos.
Legal Beatriz. Direto ao ponto. E não poderia ser diferente 😉
O uso de personas realmente é uma forma simples e objetiva, pois não necessita de todo um aparato tecnológico. Só precisa de cabeças pensantes, focadas no real intuito do produto, papel e caneta.
Outra forma que eu acho muito útil e divertida pra definir taxonomia é o Card Sorting. Pena ter conseguido implantá-lo com rara frequencia. Sinto saudades hehe
E, como sempre defendi: um bom redator é essencial.
Sucesso pra gente 😉
Texto muito bom, Beatriz.
Vou comprar o livro. Este, que vc indicou, eu nao conhecia. Um abraco, Michele
Prezada Beatriz, achei seu post muito bom e direto ao ponto, deveriamos colocar as duas imagens da postagem como gadgets para conteudistas da web, ou para clientes que ainda utilizam regras que não funcionam para esta mídia.
Abs
Daniel