Auto-exposição ponderada fortalece a imagem

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Um dos sócios do bem-sucedido Jovem Nerd (conheça aqui) apareceu no último vídeo log semanal do site enfrentando um desafio: como dizia nunca ter conseguido ficar bêbado, pela primeira vez bebeu até ficar alto e, consequentemente, pagar micos.

Some-se a isso seu perfil nerd: o vídeo ficou impagável. Parece excessivo para um empresário? Excessivas são as estatísticas do vídeo: 83.950 exibições e 3.262 cliques no “gostar” do YouTube em 6 dias.

O resultado desse tipo de auto-revelação é a identificação que o público sente em relação aos empresários. O antropólogo Clifford Geertz nos conta uma experiência pessoal que ilustra esse processo. O casal Geertz pesquisava há mais de uma semana um dos povos mais avessos à penetração de estrangeiros – os aldeões agiam como se eles não existissem, como se fossem invisíveis. Nas palavras do autor, eram vistos como “nuvem” ou “sopro de vento”.

Até que uma briga de galos muito disputada foi organizada na praça principal. As rinhas eram ilegais na aldeia, mas talvez porque as batidas policiais tivessem diminuído os nativos acharam que poderiam arriscar. Estavam errados, no meio da terceira partida surgiu um caminhão repleto de policiais, que logo se dispersaram atrás dos espectadores em debandada.

O casal imitou os fugitivos e quando se encontraram sem saída seguiram um aldeão até seu pátio. Ali, sem trocar palavras, sentaram-se numa mesa para fingir que estavam naquele lugar há algum tempo. Quando um policial chegou e indagou sobre o que diabos um casal “branco” fazia ali, o anfitrião de cinco minutos saltou em defesa da dupla: disse que tinham permissão do governo para estarem na aldeia, estiveram tomando chá durante toda a tarde e nada sabiam sobre rinhas.

Isto é, apesar dos nativos ignoraram os professores, tinham noções precisas de quem eram e o que faziam.

pazos_ottoni

Alguns NerdOffices – como é chamado o vlog semanal – mostram Deive Pazos e Alexandre Ottoni com adornos inusitados, às vezes conforme sugestões dos próprios espectadores. Veja mais no YouTube.

Na manhã seguinte a aldeia se transformou: todos sabiam que eles haviam fugido como todo mundo, ou seja, ao invés de terem usado seus status de visitantes Distintos, agiram como se fossem aldeões da tribo, colocando-se de igual para igual. Acidentalmente, a covardia dos Geertz resultou numa confiança sem igual pelos nativos.

Quando os participantes do nerdcast se expõem e revelam suas histórias íntimas – às vezes, até embaraçosas – encorajam espontaneamente as pessoas a confiarem neles. Eles inclusive dividiram momentos de suas férias com a audiência através do vlog. Por trás de câmeras e microfones, parecem pessoas que poderiam muito bem ser amigos de longa data do espectador. Desenvolve-se empatia, e os comentários no vlog comprovam: “Cara, eu daria QUALQUER COISA pra estar nessa zona [referindo-se a festa de carnaval]…”.

O designer inglês Chris Spooner – mais de 40.000 seguidores no Twitter e dono do renomado blog pessoal Blog.SpoonGraphics – captou esse conceito e utiliza retrato, vídeo e áudio como recursos: “No mundo real as pessoas se comunicam cara a cara” – diz ele – “mostrar-se ajuda a pessoa a estabelecer conexões com você”.

E completa: “As pessoas geralmente confiam mais em quem elas sentem que conhecem, então fazer um esforço para permitir que as pessoas te conheçam online pode ajudar tremendamente”. Eis as palavras-chave: confiança e empatia.

Segundo ele, esses recursos são o mais próximo que podemos chegar de uma conversa pessoal. Criou, por exemplo, um background personalizado para seu Twitter, com sua foto e arte:

chrisspooner

@chrisspooner . Quem cai em seu perfil já tem um vislumbre de sua profissão.

É preciso ressaltar: os casos apresentados só fazem sentido no contexto específico a que pertencem. Isto é, gravar um vídeo bebendo com seus amigos não significa que você fará sucesso – provavelmente te trará empecilhos profissionais. Uma exposição ponderada deve levar em conta seus objetivos, ambiente e timing.

Geertz passou de “nuvem” à humanidade diante da tribo. Spooner acredita que a internet está cheia de gente “sem face” e para se destacar na multidão é importante mostrar sua cara. E você? É “sopro de vento” na web? Enriqueça essas ideias com a sua opinião e experiência!

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Matheus Pacheco (pacheco_matheus@yahoo.com.br) é designer. E também gosta de webwriting e antropologia. No Twitter: @matheusepacheco.

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Uma resposta

  1. Adorei a citação: Geertz passou de “nuvem” à humanidade diante da tribo. Spooner acredita que a internet está cheia de gente “sem face” e para se destacar na multidão é importante mostrar sua cara. E você? É “sopro de vento” na web? Enriqueça essas ideias com a sua opinião e experiência!

    Eu sou a pessoa que mostra a cara.

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