A gestão de projetos web ainda é pouco desenvolvida dentro das empresas. Enquanto isso, a cada dia chegam novos projetos dos mais variados tipos para área de internet, desde até a rotina diária de atualização e inserção de conteúdos, banners e e-mail marketing até a criação de mobile sites, blogs, otimização em mecanismos de busca, reestruturação do site institucional ou da intranet.
Conversando com companheiros de várias empresas de diversos segmentos percebemos que essa é a realidade em 90% dos lugares. O problema está em como é realizada a gestão desses novos projetos, considerando que há na prática dois “modelos” de trabalho.
O faz tudo
A gestão dos projetos é realizada por um webdesigner experiente, que divide seu tempo entre reuniões de briefing, levantamento de necessidades, planejamento e execução.
Ele faz o equilíbrio entre escopo e tempo do projeto e conta com uma equipe de no máximo três profissionais. Em resumo, não existe uma pessoa dedicada à gestão dos projetos e da equipe e sim um faz tudo.
O atendimento
É um modelo muito utilizado em agências e também em algumas empresas: a área de comunicação e marketing, ou atendimento no caso de agência, faz a gestão do projeto e passa as diretrizes para a equipe de web.
É um modelo deficitário, pois são áreas e profissionais com perfis diferentes. A comunicação ou marketing se preocupa com o prazo e muitas vezes não entende a necessidade e a complexibilidade do projeto.
No caso do atendimento (agência) pode ser ainda mais complicado, pelo fato de estar preocupado com o custo e o prazo, deixando de lado o mais importante, que é o escopo do projeto.
Com bases nesses dois cenários enfatizo a necessidade de um gestor de projetos web – um profissional especialista e com forte conhecimento do universo web e sempre antenado às novidades e tendências do mercado.
Mas qual seria o perfil do profissional para gerenciar uma equipe de projetos web?
Para gerenciar uma equipe de projetos web, julgo importante ter um profissional multidisciplinar (de preferência que já tenha atuado por alguns anos como designer ou programador), negociador e de fácil relacionamento.
Que esteja aberto a ouvir as necessidades do cliente e que tenha “tesão” por internet, que tenha conhecimento de design, programação, metodologia de projetos web (consulte por metodologia Moebius) e conhecimento de software de gestão, o famoso MS Project, para elaborar cronogramas, sequência de atividades, nivelamento de recursos e custos (em muitos projetos existe a necessidade da contratação de freelas em determinadas fases).
Funcionamento da Metodologia Moebius
Fonte da imagem: I-Group
Gerenciar projetos web não é uma missão fácil; os clientes (internos ou externos) depositam expectativas que precisam ser gerenciadas para evitar problemas na entrega (exemplo de problemas: “não era isso o que eu esperava”; “mas ficou faltando aquilo…”).
A gestão da expectativa deve ser trabalhada desde o começo do projeto, deixando o cliente a par de todos os passos e sempre que possível validando todos os passos, para reduzir ao máximo possíveis erros de escopo.
Claro que eu não poderia deixar de perguntar:
– Como está estruturada sua equipe web? Ela tem atendido as expectativas? Custo, escopo, tempo e qualidade têm sido satisfatórios? Será que não está na hora de ter um profissional dedicado a esta gestão? [Webinsider]
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Felipe Foitinho
Felipe Foitinho (@felipefoitinho) é diretor de arte, designer de interfaces e responsável pela área de internet, marketing digital e redes sociais no Centro Universitário São Camilo-SP.
15 respostas
Você está errado ao dizer que um projeto WEB deve ser gerenciado por um webdesiner… Webdesigner não entende NADA de programação livre, orientada a objetos, modelagem e arquitetura de dados/banco de dados, etc… O gerente de progetos deve ser alguém com, no mínimo, conhecimentos de programação!!!
Matheus, ressalto o comentário do Felipe: “…se você tem uma equipe que consegue ser auto-gerenciável, não perca nenhum desses profissionais pois essa não é a realidade do mercado.”.
E infelizmente não é a realidade mesmo. O mercado/instituições de ensino em geral ainda geram profissionais unidisciplinares.
Pode ser uma visão taylorista e acredito que para evoluirmos deveriamos estar discutindo o “como” e não os “porquês”, mas ainda sim é um ponto de vista realista, tomando como base a maioria.
Devo lembrar que a gestão de projetos tem finalidades bem diferentes da gestão de produtos. E no meu ponto de vista, a falta de conhecimento destas diferenças é que gera o entendimento de que qualquer profissional técnico pode desempenhar estas funções. E isso eu discordo.
Aproveitando, Matheus, conheço um pouco do trabalho da sua equipe pois sou um dos usuários do Granatum. Que por sinal é uma ótima aplicação.
E isso prova (pelo menos pra mim) que independente da metodologia que está utilizando, está obtendo sucesso em seu produto. E isso que é o mais importante 😉
Como havia dito anteriormente Matheus, são opiniões aplicadas a realidade de cada profissional/empresa. Cada um sabe onde o calo aperta quando os problemas aparecem.
Um fato a ser observado é que nem todos os profissionais (criação/desenvolvimento) têm o feeling para lidar com cliente (o que não é uma tarefa fácil, ainda mais no que diz respeito a prazo). Outro fato a ser observado é que não são todos os gestores que centralizam o sucesso dos projetos em suas costas (concordo que é uma minoria).
Obrigado por agregar na discussão do tema.
Abraços
Henrique,
não entendi o seu comentário: “A declaração dada aqui nos comentários vai totalmente contra a própria proposta que o site da empresa vende.”
Acho que você não conhece muito bem a Webgoal. Entretanto, fica o convite para você vir nos visitar e conhecer nossa forma de trabalho.
Caso queira, dê uma lida no blog da Webgoal para conhecer um pouco mais sobre nós.
Corrigindo:
Quem deve levantar requisitos, planejar o projeto e validar o que foi feito junto ao cliente é a própria EQUIPE e não o GERENTE. A equipe deve ser a responsável pelo sucesso do projeto e não o Gerente.
Felipe,
perceba que essa visão de divisão de cargos, supervisão, gerente de projetos e profissionais que só fazem uma coisa é ultrapassada. Esse modelo foi definido por Taylor no início do século passado, quando as pessoas começaram a ser tratadas como recursos.
Quem deve levantar requisitos, planejar o projeto e validar o que foi feito junto ao cliente é a própria equipe e não o cliente. A equipe deve ser a responsável pelo sucesso do projeto e não o Gerente.
Concordo que a realidade do mercado não é essa, porém artigos assim só colaboram para que esta realidade míope continue. Como profissionais da área, devemos promover a mudança para melhor e não continuar na mesma zona de conforto.
Do site da WebGoal, empresa onde trabalha o Matheus Haddad: “Simples. Focamos no rápido retorno de investimento. Utilizamos metodologias e práticas ágeis o que nos faz ter mais software funcionando na maior parte do tempo.”
A declaração dada aqui nos comentários vai totalmente contra a própria proposta que o site da empresa vende.
Talvez precise sim dar crédito ao papel de gestor de projeto e estudar um pouco as tendências do mercado de desenvolvimento.
Na maioria das vezes, uma agência – por lidar muito com o lado criativo, e se posicionar no segmento publicitário – se afasta do papel e das idéias e conceitos do mercado do desenvolvimento de softwares ‘offline’, mas muita coisa pode ser absorvida de lá.
Fiquem atentos!
Perfeito Felipe. Concordo com essa sua visão de uma demanda específica. Aqui na Phocus, eu atuo nessa área e me encaixo perfeitamente no perfil. Fui programador por muitos anos, tendo antes passado por fase de webdesigner, e entendo totalmente da parte técnica da coisa. Não tendo mais tesão em “codar”, busquei me especializar em metodologias ágeis de desenvolvimento, estudei casos, tenho um perfil bem comunicativo e também lido bem com os clientes. Faço super bem essa ponte.
Hoje, utilizo a metodologia SCRUM – metodologia ágil baseada em pequenas entregas de curto prazo – adaptada à nossa realidade. Desenhamos os fluxogramas de processos tbm das outras etapas de um projeto (como orçamento, entrega, testes e suporte) e hoje estamos super organizados e com a produtividade tinindo. Além de muito maior, mensurada, documentada, analisada e útil. A única ressalva fica por conta do MS-Project, totalmente desnecessário na metodologia que a gente desenvolveu (Scrum, com KanBan e Burndown Chart).
Parabéns pela percepção, pq posso avalizar na realidade que esse tipo de prática realmente REVOLUCIONA o poder produtivo de uma agência. Senti muito orgulho de nos identificar dentro da matéria que vc escreveu.
Abs,
Olá Matheus muito obrigado pelo seu comentário.
Concordo com você que processos e ferramentas não substituem pessoas. Tanto que em nenhum momento no artigo comento sobre substituição de pessoas, e sim sobre a criação de um profissional dedicado a gerenciar a equipe. Do mesmo jeito que em uma área de marketing existe (diretor – gerente – coordenador – supervisor – analistas etc). Cada um com sua devida função, e orientando os demais colaboradores.
Sendo que as principais funções do gerente de projetos seriam levantar necessidades com o cliente, montar planejamento, nortear a equipe criativa quanto ao escopo do projeto, acompanhar de perto time das atividades e realizar a validação junto ao cliente.
Agora uma coisa vale ressaltar dependendo do tamanho da empresa, número de funcionários na área de criação, volume dos projetos e tamanho dos projetos, concordo que se torna desnecessário ter um gerente de projetos.
Fica a dica Matheus se você tem uma equipe que consegue se auto-gerenciável, não perca nenhum desses profissionais pois essa não é a realidade do mercado.
Concordo com o Felipe. Sou Gestora de Projetos Web desde 2000, sempre por parte do cliente. Sou uma profissioanal multimisciplinar e esse é o meu diferencial. Com todas as agências que já trabalhei, tive e tenho um GP Web, igualmente multifuncional, com experiências complementares à minha. Essa parceria faz toda a diferença. Já tive curtas experiências com GP´s especializados e não funcionou. Perde-se muito em agilidade e recursos.
Não concordo com esse ponto de vista.
Processos e ferramentas não substituem pessoas. Bons profissionais fazem bons projetos. Portanto, invista na formação das pessoas e não na adoção de processos e ferramentas.
Uma boa equipe, formada por bons profissionais, não precisa de um gerente de projetos. As equipes devem ser auto-gerenciáveis. Admitir um profissional que faz tudo, inclusive malabarismos, é aceitar que sua equipe não tem competência para tal.
É preciso quebrar o taylorismo que ainda existe na prestação de serviços criativos. É um contra-senso querer transformar uma agência numa linha de produção.
Felipe, concordo com a sua idéia de que as agências web devem desenvolver profissionais de gestão de projetos exclusivos. Faço esta função hoje e sei que é uma atividade que demanda um certo malabarismo: este profissional deve estar envolvido com o cliente (como “Atendimento”) e com sua equipe de desenvolvimento (como “Designer” ou “Programador”).
O profissional ideal para esta função precisa mesclar as habilidades. E é por este motivo que não encontramos este tipo de profissional no mercado.
Olá Adriana,
Obrigado pelo seu comentário. Respeito seu ponto de vista.
Existem projetos e projetos. E julgo que você tendo uma vivência anterior desenvolvendo os projetos (seja como designer ou programador),você acaba tendo uma maior facilidade para lidar com os contratempos que surgem no dia-a-dia.
Obrigado por acrescentar na discussão.
Abraços
Caro Felipe discordo de você quando fala que para gerenciar projetos web o profissional tem que ser especialista e ter forte conhecimento do universo web. Qualquer profissional com uma boa certificação e o minímo de experiêcia na área de GP, independente da sua habilitação, pode gerenciar um projeto web, claro que se você tem entendimento da área ajuda, mas caso contrário não vejo impedimento para ser desenvovido um bom projeto.
Acho que essa é uma visão imediatista.
Adicionar mais cargos e metodologia nem sempre é a solução.