As ferramentas de gestão de conteúdo – parte 1

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Antes de falar das ferramentas, é preciso falar sobre gestão de conteúdo. É um tema pouco conhecido no Brasil, apesar de muito usado e estudado nos Estados Unidos. Muitas consultorias e institutos de pesquisa divulgam regularmente estudos sobre este mercado e seu futuro.

A disciplina Gestão de Conteúdo, como é conhecida hoje, surgiu há pouco tempo. Evoluiu a partir de ferramentas criadas para facilitar o difícil trabalho de editar e gerenciar as páginas de um site na internet. Parece meio esquisito olhar dessa forma, mas não deixa de ser verdade, pois a evolução das ferramentas e as necessidades formaram a matéria.

Com a explosão do uso comercial da web (entre 1994 e 1995) e o grande volume de informação disponibilizada, a tarefa de gerenciar os websites ficava cada dia mais difícil.

A interiorização da web nas empresas, as intranets, forçou ainda mais essa evolução e seu amadurecimento. Saiu de tecnologia emergente para verdadeiramente resolver problemas do mundo real. Nos últimos dois anos a gestão de conteúdo despontou como a tecnologia que será adotada, principalmente pelas grandes empresas, e a base para outras iniciativas como ensino à distância, comércio eletrônico (B2B, B2C e B2E), gestão do conhecimento etc.

Dessa forma, o gerenciamento de conteúdo é mais focado em empresas. É entendido de forma mais processual, utilizando ferramentas como apoio aos processos e metodologias corporativos, para gestão de seus conteúdos e conseqüentemente a base para a gestão de seu conhecimento.

À medida que a internet, como estrutura de aplicações, foi evoluindo, as tecnologias aplicadas a ela foram resolvendo o gap tecnológico, que impedia a solução imediata da ampliação das necessidades. Recentemente as funcionalidades têm evoluído para suprir necessidades de negócio, e não de tecnologia.

Quem está nessa área desde o começo sabe o quanto era difícil (ainda é para quem não usa ferramenta) manter dezenas de páginas repletas de conteúdo. Parece que estamos falando de um tempo remoto, de dez ou vinte anos atrás, mas em informática dois anos podem ser uma eternidade. (Eu comecei a trabalhar com internet em 1997, mas já navegava antes. Era usuário dos antigos BBSs. Alguém aqui com certeza vai lembrar deles.)

E falando de funcionalidades: quem é da área de TI e, principalmente, está acostumado a desenvolver softwares, sabe que as funcionalidades possuem uma evolução natural, partindo de um estado em que é necessário serviço customizado para implementá–las, quando são desenvolvidas para atender problemas pontuais ou especiais, até o momento em que se tornam caso–comum.

Quando o problema é generalizado, a solução (funcionalidade) é agregada a um produto. A grande diferença entre uma e outra é o custo. No primeiro caso o cliente arca com todo o custo; quando é produto, seu custo é dividido entre o número estimado de licenças que serão vendidas.

A Gestão de Conteúdo

Comparado com a gestão de conhecimento, podemos dizer que a gestão de conteúdo (Content Management) é muito mais simples e fácil de entender e aplicar, já que estamos falando de coisas palpáveis (tangíveis). Gerir o conteúdo é controlar o processo desde a criação até a sua disponibilização, arquivamento ou eliminação. A complexidade do processo depende do número de tarefas. O mais simples pode ter apenas uma ou duas tarefas , como criação e publicação, mas esse processo pode ser muito mais longo e complexo.

Uma sigla muito utilizada para designar gestão de conteúdo na web é WCM (Web Content Management). Este termo ajudava a diferenciá–la de GED (Gestão Eletrônica de Documentos), principalmente. O pessoal de GED pode brigar comigo, mas as matérias são muito parecidas, apenas surgiram em ambientes diferentes e tratam tipos de conteúdos diferentes. No caso do GED, ele foi criado para digitalizar os documentos físicos e depois gerenciá–los e, posteriormente, os digitais (CAD/CAM, PDF, DOC etc). Assim como todas as ferramentas, o GED também está migrando para a web, complicando ainda mais as coisas, desaparecendo as diferenças.

As ferramentas

Fazendo o paralelo com a evolução da web, sua tecnologia e necessidades, podemos dividir as ferramentas em quatro grupos distintos: Editor HTML, Publicador, CMS (Content Management System) e CMS Avançado. Vamos falar dos dois primeiros grupos e na seqüência deste artigo descreveremos os CMS.

Editores HTML

As primeiras ferramentas foram os editores HTML. Inicialmente, apenas auxiliares na tarefa de editar o código, onde “macros” ajudavam a lembrar e adicionar as tags de cada estilo (HTMLed, Hot Dog Pro), e depois as ferramentas WYSIWYG (What You See Is What You Get), que possibilitavam editar a página da forma em que seria verdadeiramente vista (Net Objects Fusion, Microsoft FrontPage e Dreamweaver).

Na época, a necessidade a ser atendida era facilitar a tarefa de escrever o código HTML. Produzir as páginas do site era exclusividade do corpo técnico, pela exigência do conhecimento na programação HTML e posteriormente DHTML, com a inserção de javascrips, applet, ActiveX etc. Com a grande quantidade de páginas e as constantes modificações que elas sofriam era necessário melhorar esse processo.

Outra tarefa que precisava ser automatizada era transferir essas páginas para o servidor de disponibilização, via protocolo FTP. Os processos de download e upload foram incorporados aos editores. Além disso, algumas ferramentas, como o FrontPage da Microsoft, tentavam facilitar o gerenciamento das páginas de forma visual. A verificação de links (hyperlinks) também é uma função antiga que algumas ferramentas têm.

Hoje em dia os editores estão especializadíssimos na tarefa de editar não só HTML, mas na criação de páginas dinâmicas. Editores como o Dreamweaver, comprado há pouco tempo pela Macromedia, permitem programar páginas que acessam banco de dados. A tarefa de criar as páginas passou a ser dos webdesigners, especialistas em programação visual, arquitetura da informação, usabilidade e outras coisas mais.

Publishing

Seguindo a evolução, surgiram as linguagens de script cgi como Perl, IDC/HTX, Cold Fusion, ASP e outras. Com essa facilidade em mãos, algumas produtoras internet começaram a criar sites mais dinâmicos, rodando sobre bancos de dados, e interfaces de atualização via web. Esses foram os primeiros publicadores de conteúdo, que se diferenciam de seus sucessores por serem extremamente específicos para cada tipo de aplicação ou site em que era utilizado. Ainda não eram produtos.

Eles evoluíram e surgiram os primeiros produtos. Basicamente eles permitem um controle simplificado do processo de publicação do conteúdo e principalmente da publicação, com mais facilidades para alterar o design das páginas. Ele não tem as mesmas facilidades de edição HTML, mas permite que os editores HTML sejam utilizados para criar os templates.

A grande modificação implementada por essas ferramentas, a separação de forma e conteúdo, tornava possível criar conteúdo sem conhecimento técnico e a preocupação de onde e quando seria disponibilizado. Os templates permitem o reuso do código HTML, servindo diversos conteúdos com uma mesma apresentação. Também ficou mais fácil mudar o design de todas as páginas. Algumas permitem a inclusão de vários conjuntos de templates (skins) e alteração entre eles a qualquer momento.

Podemos destacar no mercado nacional o Publique!, desenvolvido pela Fábrica Digital a partir da linguagem cgi–lua, criada na PUC–Rio, e o Notitia, desenvolvido pela NEWStorm em Java com apoio do CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) da UFPE. O CESAR adotou o Java logo após seu lançamento, pela Sun Microsystems, e hoje é reconhecido como centro de excelência nesta linguagem e desenvolve vários projetos para grandes empresas.

Hoje em dia, com o surgimento dos Open–Souce (sistemas de código aberto), já tem até publicador gratuito. Um deles é o Fullxml produzido em XML e ASP. A Red Hat lançou no ano passado um CMS de código aberto. Parece mais uma API (Application Program Interface) com uma interface tosca. Para fazer algo realmente funcional temos que customizá–lo. Confira a sequência deste artigo, onde abordamos os sistemas de gerenciamento de conteúdo. [Webinsider]

.

Avatar de Ricardo Neves

<strong>Ricardo Neves</strong> é profissional de TI, líder de projetos e gerente de desenvolvimento. Experiente em desenvolvimento de sistemas portais, gestão de conteúdo e comércio eletrônico.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

3 respostas

  1. Achei este texto bastante interessante. A gestão de conteúdos é essencial numa internet que se quer dinâmica e actual. Sites desactualizados, estáticos traduzem-se numa péssima imagem para as empresas que representam. A minha empresa disponibiliza uma destas ferramentas gratuitamenta em todos os sites que cria. Tem o nome de Optimanager. Desde já convido a visitar no link em baixo, e principalmente que comentem e deem a vossa sugestão. É muito importante para nós conhecer as vossas ideias para assim podermos evoluir e melhorar.
    http://www.optimeios.com/info/ver_conteudo2.php?id=14&op_sel=5&coluna=8&contadin_pv=20

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *