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Flávia Pipoca é antenada. Editora de conteúdo de um grande portal na internet, para Flávia não há dúvida quando o assunto é webwriting. Nossa colega participa de workshops sobre o tema no Brasil e no exterior, é figurinha fácil em listas de discussão, é mestre em criar textos objetivos, criativos e impecáveis. Informação digital é com ela, e o mundo online corre em suas veias. Ou seja, Flávia Pipoca é tudo!



Mas – coitada! – Flávia Pipoca está angustiada. Suas noites têm sido um horror, terríveis pesadelos a atormentar sua mente. A equipe de Flávia já percebeu que sua líder anda
nervosa, estressada, irritada. Mas não há o que fazer – o Usuário a descobriu.



Pelo que se ouve nos corredores, tudo teria começado com um e–mail, reclamação de um acionista sobre um texto do site. “Quanto blá–blá–blá”, ele esbravejava em letras
garrafais.



Foi então que Flávia Pipoca pirou. Começou a falar sozinha, e muitos juram tê–la ouvido sussurrando frases que sempre terminavam em “… o meu conteúdo!”. Quem ousava encará–la era fuzilada com ódio, como um espião em território inimigo. A cada e–mail ‘abusivo’, novas olheiras, mais ranger de dentes, outros olhares.



Contudo, na noite de ontem, anunciou–se a tragédia. Era final de expediente, e mais uma mensagem adentrou a caixa de e–mails de Flávia Pipoca. “Nunca vi informações tão resumidas sobre um assunto tão importante”, reclamava um pesquisador sobre as páginas de responsabilidade social do site.



Flávia Pipoca dispensou a carona do estagiário, mandou às favas o happy–hour com as amigas, e rumou para casa. Sentou–se no sofá da sala, as luzes apagadas, e contou cada segundo no relógio até meia–noite. Havia um estranho sorriso em seus lábios quando saiu de casa, de volta ao escritório.



Pelo que o faxineiro contou à polícia naquela madrugada, deve ter sido uma cena aterradora. Rodopiando entre os computadores, gargalhando alto, Flávia Pipoca comemorava a execução do recurso final: o envio de uma delicada mensagem
de agradecimento pela constante visitação a cada um dos usuários cadastrados no site… Contudo, atachado ao e–mail, seguia, sorrateiro, o temido vírus tô_nem_aí.exe, pronto para
a vingança – a partir daquela noite, nenhum usuário poderia mais enviar novas mensagens pelo ‘Fale Conosco’ do site da vitoriosa Flávia Pipoca!


Ela estava livre: nenhuma sugestão, nenhuma reclamação.



Nossa amiga foi internada em uma unidade de terapia intensiva da clínica de Figmund Seud, especialista em distúrbios da internet – aquele que, há alguns anos, cuidou de executivos em frangalhos com a quantidade indecente de e–mails a responder.



Ao longo de várias semanas, o doutor Seud explicou à transtornada Flávia Pipoca os conceitos da nova realidade em que vivemos, na qual o usuário não só pode, quanto deve
interferir em todo o conteúdo informativo dos sites.



A seguir, reproduzo três bons conselhos que surtiram efeito ao longo do tratamento da estressada Flávia, e que podem ajudá–lo a entender o novo momento:



O usuário é seu cliente. Não há como adivinhar do quê seu usuário precisa – há que perguntar a ele . A equação certa para disponibilizar um conteúdo sempre perfeito deve ser o equilíbrio entre o objetivo do site e qual tipo de informação o usuário – seu cliente – necessita. Desta forma, todos saem ganhando: o site, que comunica o que é essencial, e o usuário, que acessa um conteúdo sem excessos.



O usuário é seu chefe. Como a informação deve ser disponibilizada é tarefa que precisa envolver um trabalho árduo de arquitetura da informação e aplicação de testes de usabilidade ao site. O usuário deve mandar e desmandar em que posição deseja achar a informação. Percebe–se, então, que construir a estrutura editorial de uma página web sem a participação do usuário, é como achar que o site está bom, apenas porque a informação está lá – em algum lugar…



O usuário é você. Questione – sempre. Coloque–se no lugar no presidente da empresa, e ao mesmo tempo perceba–se como usuário. O porquê de uma informação estar no site deve sempre ser dissecado. Errar no alvo da informação é dinheiro gasto à toa para a empresa, e insatisfação sem dinheiro de volta para o usuário. [Webinsider]



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O quê, como e porquê um conteúdo deve existir dentro de um site é um assunto fundamental, por isso não deixe de visitar o Webinsider nos dias 7 e 21 de outubro e 4 de novembro, quando estarei abordando em detalhes de cada um dos três conselhos do doutor Figmund Seud ;–). Até lá!



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Sobre onde encontrar meu livro ’Webwriting – Pensando o texto para a mídia digital’ (Editora Berkeley) em cidades onde ainda não há livrarias da rede Siciliano: a Som Livre oferece a obra, muitas vezes com desconto. E vale lembrar que a Siciliano Online tem sempre ’Webwriting’ em estoque.



Avatar de Bruno Rodrigues

Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.

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