As áreas de TI são normalmente uma caixa preta dentro das empresas.
Infelizmente, a área de TI tem que atender demandas das mais diversas, com prazos extremamente curtos, recursos escassos e ainda enfrentar a pressão de ser vista como uma área que possui objetivos próprios dentro da empresa.
Profissionais técnicos possuem relativa dificuldade de expressão, adoram desafios e dificilmente dizem não, exceto quando iniciam processos de reorganização da área.
Nestes casos podem ser vistos como um impeditivo para a realização de negócios e projetos que visam aumentar os lucros ou reduzir as despesas da companhia como um todo.
O advento da internet permitiu o primeiro passo na integração do TI. As tecnologias web deram maior flexibilidade para os departamentos especificarem necessidades e desenvolverem projetos com custos e prazos menores.
Em contrapartida, o departamento de TI teve mais um problema para administrar: arranjar uma solução para disponibilizar projetos surgidos de todos os cantos da empresa nas mais diversas tecnologias. Muitas empresas hoje parecem datacenters, outras de fato associaram–se a datacenters para prover acesso a todos os sites e projetos web que foram criados.
Empresas de tecnologia perceberam esse cenário e, mais alguns motivos, decidiram criar a tecnologia de web services.
A tecnologia, baseada em padrões abertos, está sendo utilizada por várias empresas para colocar a área de TI alinhada com os processos de negócio. Possibilita desenvolver sistemas de forma escalonada. Ou seja, cada componente de uma aplicação em web services é um programa independente que possui um objetivo bem definido e que pode ser desenvolvido muito rapidamente, em questão de dias.
Desta forma, dois dos principais problemas já estariam resolvidos:
A interoperabilidade entre sistemas. Independente do fornecedor e da plataforma os padrões são abertos, portanto podem comunicar com qualquer aplicação que possua um Parse XML (funcionalidade que permite a manipulação de dados no formato XML). Todos os big players do mercado – Microsoft, Oracle, IBM, BEA, Sun – já implementaram essa feature em suas plataformas.
As mudanças de escopo e o tempo de projeto passam a impactar muito pouco, os sistemas podem ser desenvolvidos de forma modular e, uma vez desenvolvida uma funcionalidade ela poderá ser combinada com quaisquer outras.
Além disso, a estratégia de web services pode ser agregada à estratégia web da empresa, portanto não é necessário nenhum estudo profundo sobre impactos na infra–estrutura, que já está pronta.
Por fim, e apesar de parecer óbvio, é importante ressaltar que os web services permitem o desenvolvimento com custos de implementação muito inferiores. Muitos dos custos de arquitetura e planejamento são reduzidos em função da infra–estrutura já existente, os prazos de desenvolvimento são reduzidos e o reaproveitamento de sistemas e aplicações existentes é quase total.
Apenas para exemplificar, a Merrill Lynch, desenvolveu um projeto em web services para atualizar os sistemas a empresa. Tal desenvolvimento teve um custo de U$ 30 mil , quando o orçamento para o mesmo projeto utilizando tecnologias tradicionais era de US$ 800 mil, com prazo de execução cinco vezes maior.
Apesar de recente, essa tecnologia já possui diversos casos de adoção que não impactam em riscos e já podem iniciar um caminho de integração da área de TI com os objetivos de negócio da empresa. Demandas anteriormente difíceis, custosas e lentas de serem implementadas, passam a ser atendidas de forma rápida e eficiente.
Citando apenas três desses casos: disponibilizar informações de sistemas legados, compartilhar informações com parceiros (atualmente feito via EDI ou VPN, que são muito custosos) e integrar sistemas.
Vários argumentos podem ser utilizados para a adoção desta tecnologia. Sistemas podem ser reaproveitados, os custos são menores e a comunicação pode ser melhorada sem prejuízo à segurança.
Os benefícios são compreendidos com o tempo pela empresa como um todo. Aproveite essa tecnologia para integrar os sistemas e os dados, mas também alinhar a área de TI aos objetivos de negócio da empresa. [Webinsider]
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Tarcila Steter, autora deste artigo, apresenta o workshop Webservices: integração como palavra–chave nos dias 8 e 15 de novembro, dentro da programação dos Cursos Webinsider (e que conta com o Patrocínio Gold da Conectt).
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