Conversamos com Juan Dominguez, espanhol e CEO da Adtz, que começa a atuar no Brasil. É também o fundador do Viajar.com, uma das maiores agências de turismo online da Espanha.
A Adtz desenvolveu uma aplicação de gestão de campanhas no Facebook, pela qual anunciantes e profissionais de mídia e marketing podem obter métricas de seu investimento em publicidade.
– Qual é a importância das redes sociais para a publicidade?
– É cada vez maior. Só no Facebook são mais de 700 milhões de usuários que passam mais de duas horas por dia relacionando-se com seus amigos, interagindo com aplicações, vendo vídeos… as redes sociais estão se tornando um reflexo virtual do mundo real, em que se pode fazer publicidade e comunicação pessoal ao mesmo tempo.
Nós pensamos que dentro de pouco tempo haverá uma integração completa entre as buscas dos usuários e o que acontece em seu entorno social. Será enriquecida enormemente a capacidade de indicar targets bem definidos e conseguir retornos muito claros.
– O que faz a Adtz?
– É uma empresa que procura melhorar a maneira de vender e comprar publicidade digital por meio da tecnologia, empregando equipes especializadas. Desenvolvemos aplicações para otimizar os resultados e o retorno dos investimentos em marketing online e também cobrimos um vácuo que percebemos em alguns mercados, desenvolvendo uma rede premium de suportes que comercializamos com exclusividade.
Somos uma das primeiras dez empresas do mundo a entrar no programa de beta partners do Facebook, e somos a primeira empresa de língua não inglesa a desenvolver uma aplicação de gestão de campanhas nesse suporte.
– E como funciona este sistema?
– ADTZ Ad Manager, que é o nome de nossa plataforma, é uma cobertura de inteligência e gestão de dados que se põe acima das fontes habituais da gestão publicitária, como os adservers, e permite tomar decisões informatizadas e às vezes automatizadas para saber a melhor oportunidade de compra ou venda de determinados investimentos.
– Qual é sua expectativa de crescimento do Facebook no Brasil no próximo ano?
– No ritmo em que vai, deve alcançar os 30 milhões de usuários em algum momento do primeiro quadrimestre de 2012. Não me atrevo a fazer previsões mais adiante, mas do ponto de vista publicitário tem um futuro bastante promissor. As experiências que já tivemos com anunciantes brasileiros estão sendo excelentes.
– Como você vê o desenvolvimento dos telefones celulares, tablets, iPad e smartphones no mundo?
– É sem dúvida a outra grande mudança na maneira de se ligar virtualmente por parte dos usuários. Não sou um expert em aparelhos móveis, mas vemos que, cada vez mais, o tráfego proveniente dos mesmos se expande; na Espanha, cerca de uns 10%, enquanto que a publicidade nesses suportes é muito inferior a essa porcentagem.
– O que mudou no comportamento do usuário na última década nas redes sociais?
– Do meu ponto de vista, a renúncia à pretensão de privacidade. Os usuários trocam experiência social por dados pessoais, e isso gera segurança nos outros usuários.
As pessoas cada vez usam mais as redes para manter-se em contato permanente com diferentes níveis de suas vidas, e isso pressupõe uma declaração de intenções e de aporte de conhecimento aos anunciantes que é muito importante.
As redes sociais se converteram em um experimento sociológico à escala 1:1, e os resultados desde o ponto de vista de conhecimento dos usuários nos dão uma ferramenta poderosíssima e totalmente nova.
– Qual a importância dos investimentos nas redes sociais para os profissionais de marketing?
– Tem a ver com o que falamos antes, pois pela primeira vez podemos encontrar usuários com características concretas declaradas pelo próprio usuário, em vez de usar ferramentas estatísticas e sistemas de afinidade. A mudança é enorme, uma vez que nos permite acesso a gente concreta, real, em vez de focar grupos mais ou menos determinados.
– Qual a expectativa em relação aos investimentos em publicidade no Brasil? Por que as empresas estrangeiras procuram as empresas brasileiras para fazer investimentos em publicidade?
– O Brasil é um dos mercados mais importantes, em termos de crescimento, do mundo. Além disso, tem dois eventos universais (Olimpíadas e Mundial de Futebol) em muito pouco tempo. Isso gera grandes possibilidades de negócio também no mundo da publicidade.
Muitas empresas veem o Brasil como a próxima fronteira de negócio e há uma percepção de uma superioridade criativa brasileira que pode ser exportada para seus países de origem.
– Como começou sua carreira? E descobriu que queria trabalhar no mundo digital?
– Comecei a trabalhar quando terminei a Universidade, onde estudei Direito. Mas logo descobri que não queria ser advogado, e comecei como controller de uma linha aérea em 1990. Passei por diferentes cargos nessa empresa até 1996, quando comecei a trabalhar na Amadeus, um sistema global de reservas de bilhetes de avião.
Ali passei a conhecer as primeiras agências de viagem online americanas e em 1999 fundei a Viajar.com, uma das maiores agências online da Espanha. Desde então me apaixonei pelas possibilidades do mundo digital.
– Há uma crise financeira na Espanha. Ela chegou ao mercado digital?
– Chegou, porém muito menos que nas outras mídias. A publicidade off-line caiu cerca de 20% em 2010, mas a digital cresceu uns 20%. Este ano esperamos que aconteça a mesma coisa.
– O comportamento brasileiro nas redes sociais é diferente do europeu de maneira geral, os dos espanhóis?
– Vemos talvez uma maior ligação do usuário brasileiro com as mensagens das marcas. Não sabemos se é em função de ser ainda uma novidade, porque há pouca experiência nas redes, ou se é um comportamento que se manterá estável. De qualquer maneira o comportamento, em geral, é parecido. No Brasil talvez haja uma inclinação mais favorável da audiência masculina na hora de reagir aos anúncios. [Webinsider]
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2 respostas
Gostei da entrevista, apresentou um panorama atual do cenário das redes sociais. Só sugiro que o título seja mais condizente com o corpo do texto.
Cadê as métricas? Só fez a propaganda da empresa do cara…