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Quem aqui já construiu uma casa entende bem de puxadinhos…

Quem já participou de um projeto arquitetônico envolvendo fundação, estudos, aprovações de plantas, escolha de materiais, mão–de–obra etc etc etc?

Há 12 anos eu ganhei uma casinha dos meus pais: uma casinha de vila, superantiga e charmosa.

Resolvemos fazer uma reforminha antes de entrar: pintar aqui, reazulejar ali… De repente apareceu um probleminha de rachadura, surgiu um buraco em baixo do banheiro, um reboco estava caindo… e bumba! A casa tinha um sério problema de fundação e… quase caiu! De verdade. Tivemos que escorar as paredes, chamar um engenheiro de fundações e parar tudo para decidir o que fazer.

Aí começou um novo capítulo em minha vida: a construção de uma casa e o trabalho com arquitetos. A casinha teria que ser reconstruída. O melhor era parar, pensar e fazer um projeto com começo, meio e fim para depois não ficar nos puxadinhos…

E o drama das reuniões de briefing para os arquitetos começou. Uma das coisas mais difíceis é conseguir visualizar e dizer para um terceiro, estando em consonância com um segundo, o que você espera e deseja que seja criado em um espaço, mais ainda quando este espaço deverá ser o seu “LAR”.

Mais difícil ainda para o arquiteto conseguir compreender o seu desejo e representá–lo, primeiro no papel e depois no real de uma construção.

E é este o ponto que gostaria de abordar: sempre fiz a relação entre os projetos web que tocamos com um projeto de arquitetura real (podemos chamar assim?).

Ao iniciarmos um projeto, quer seja de website, intranet, extranet, aplicações internas etc, tudo começa com uma fase de briefings e aprofundamento da demanda. Depois passamos para a fase dos estudos, layouts e ajustes até iniciarmos a construção propriamente dita.

Este período de conhecimento aprofundado da demanda do cliente (e para isto é necessário que passemos a conhecer em profundidade o negócio do cliente) é fundamental para a realização de um bom projeto.

O que ocorre muitas vezes é que esta etapa é sempre abortada antes da hora, encurtada, resumida…

Por que?

Porque vivemos na era da pressa, da falta total de tempo, da falta de cronogramas com previsão para os trabalhos de planejamento, de estudo, de familiarização da equipe com o job, para que esta inicie um projeto de corpo e alma. E quando falo aqui de equipe, falo de um grupo que envolve desde o atendimento, planejamento, gerente de projetos, diretor de criação, diretores de arte, redatores até o montador final e revisor do job.

Em publicidade sempre estamos fazendo trabalhos para ontem!

É consenso mundial que publicitário (e quem trabalha com produção em geral), só tem horário pra entrar, mas nunca para sair! Vida pessoal? Tempo para refletir? Ler? Namorar? Se tiver filhos então… esqueça! Se for mulher, arrume uma excelente babá e não se entristeça quando ao chegar em casa seu filho preferir o colo dela ao seu…

Atribuo aos prazos malucos que nos são impostos no dia–a–dia a grande parte dos problemas que acabam com a qualidade dos produtos que entregamos.

Casa mal projetada acaba em puxadinhos!

Era aqui que eu queria chegar.

Quem faz atendimento tem que estar ciente disto. Para um projeto ser um bom projeto de verdade ele requer de nós o tempo da reflexão, o tempo da elaboração e o tempo das transmissão (como passar o briefing – por escrito ou em reuniões). E defendo que somos nós, os atendimentos, que devemos colocar ordem na casa e defender prazos, cronogramas e processos mais produtivos.

Muitas vezes o criativo ou desenvolvedor faz o atendimento direto (nos freelas, por exemplo) e por falta de experiência mesmo e/ou por falta de aptidão para isto acaba caindo na tentação de atender prontamente a todas as solicitações imediatas e muitas vezes sem nexo do cliente e assim acaba prejudicando seu projeto.

Os prazos malucos sempre são justificados pela necessidade de “não perder tempo”.

Mas algumas frases são sábias… “A pressa é inimiga da perfeição” e é mesmo. Ao “perdermos” tempo com planejamento, projeto e estudo estamos ganhando um tempo enorme na construção e no evitar tantas refações. Mais vale sentar e descobrir todos os detalhes antes de começar a construí–lo do que, no meio do processo em construção, ter que parar, “quebrar” paredes recém construídas, fazer um novo quarto etc etc.

É melhor ter uma construção pequena, mas com previsão para crescer bastante, com fundação planejada para este crescimento, do que ter que ir fazendo um puxadinho daqui, outro dali sem uma estrutura que suporte aquela expansão.

Isto é o que tem acontecido recorrentemente com os projetos web… um monte de demolições e reconstruções sem fim por causa de projetos mal planejados.

Acho que podemos mudar isto com organização e com uma boa ESCUTA e evitar de vez os famosos e prejudiciais ‘puxadinhos”… [Webinsider]

Avatar de Ana Clara Cenamo

Ana Clara Cenamo fundadora e produtora executiva da Spanda Produtora.

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