Você lembra o último caderno de oferta de supermercado que você leu? Ou o folheto publicitário de empreendimento imobiliário que te entregaram no sinal?
Claro que não! Qual a razão? A verdade é que falta um tempero a mais neste tipo de comunicação, mas vamos começar pela teoria.
Já estudou técnicas de memorização? Então… segundo a maioria dos especialistas, nosso cérebro só consegue assimilar dados e arquivá-los de forma permanente através da associação.
Por exemplo, sabe as musiquinhas idiotas que ensinam no ensino médio para que os alunos decorem algumas fórmulas?
A dinâmica é simples – você associa determinado dado com outro dado ou sentimento que você tem familiaridade e assim ele fica fácil para seu cérebro encontrar quando necessário. Você não lembra da fórmula sozinha, mas lembra dela através da música (e do professor cantando).
Neste ponto entra o entretenimento – mensagens que passam alguma ideia interessante não servem apenas para chamar a atenção das pessoas, mas também ajudam a memorizar, pois são coisas que nosso cérebro aceita mais normalmente. Uma mensagem pouco atrativa ligada a algo divertido tem maior chance gerar resultado.
Por exemplo, você não lembra mesmo do folheto do mercadinho, mas do filme do final de semana lembra e com certeza os trechos mais legais estão frescos na sua cabeça.
O que aconteceu é simples. A realidade é que apesar de sermos seres racionais, nossa parte cerebral primitiva comanda boa parte de nossas ações e decisões.
Não adianta negar, por mais inteligente que você se considere, seus desejos primitivos são os que realmente comandam. A busca por saciar a fome, ter prazer, gerar atração entre outra ações são as verdadeiras razões que fazem os seres humanos acordarem de manhã e desempenharem as mais diversas atividades no dia.
O entretenimento sabe trabalhar isto de uma forma única. Um filme que te comove soube trabalhar a parte primitiva do seu cérebro; uma música que não sai da sua cabeça também ativou seu lado réptil/primata.
Mas voltando ao marketing, que é nosso objetivo aqui, o que falta na maioria de nossas ações atuais é justamente mexer as cordinhas certas para ativar este lado nos cérebros das pessoas.
Na verdade o marketing já usa algumas técnicas para ativar este lado primitivo, mas já tão manjadas que não funcionam mais. São várias as fórmulas e tutorias para explicar um lado de nosso cérebro que não tem razão, ou padrões.
Todo munda usa foto de comida bonita (fake) para ativar a fome e vender restaurantes e também a ideia de um homem atrair mulheres por usar determinado desodorante já foi.
Precisamos aprender mais com a indústria do entretenimento, a realmente engajar as pessoas na mensagem, pois assim elas não vão esquecer. A ideia é simples, mais entretenimento no marketing e menos fórmulas e tutoriais.
Pare um pouco de ler e twittar sobre formas de ser “cool” em redes sociais, ou fórmulas de planejar seu site e perfis na web e vá ler um livro de ficção, ouvir boa música, ver filmes e jogar videogames para realmente aprender a ser interessante e passar isto para as marcas que gerencia. [Webinsider]
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Raphael Lacerda
Raphael Lacerda (raphael@mercadobinario.com.br) é sócio na empresa Mercado Binário, agência de automação e leads de venda
Uma resposta
Concordo, só se comunica bem, em qualquer meio e intenção, quem tem uma base cultural boa. Portanto, se queremos surpreender, prender a atenção de alguém temos que ter um repertório variado e de qualidade, tutorias e guias podem apenas são operacionais, já as grandes idéias, essas não podem ser baixadas.