Propaganda eleitoral gratuita em rede de rádio e televisão. Por anos, essa tem sido a principal ferramenta utilizada por partidos políticos os mais diversos, espalhados por todo o país, para conquistar votos.
E, de fato, não se pode negar a eficácia de meios que conseguem reunir milhões de eleitores ouvindo uma única mensagem.
Mas é fato também que essa fórmula mágica tem os seus pontos fracos. Primeiro, o preço. Mesmo com espaço de mídia gratuito, a produção de programas para rádio e TV é custosa e, por vezes, fora do alcance de alguns partidos políticos.
A divisão do espaço, por sua vez, tem sido alvo de críticas ferrenhas há décadas, pois os partidos menores acabam com pouco tempo para transmitir a sua mensagem, o que acarreta em um número reduzido de eleitores que podem ser convencidos por ela. E, com poucos eleitores, esses partidos acabam elegendo poucos representantes, mantendo o pouco tempo que têm nas eleições seguintes e delineando uma espécie de plutocracia eleitoral.
Mas a grande desvantagem da mídia de massa é outra: a unilateralidade.
Na TV, o espectador não pode travar um diálogo com o candidato, perguntando ou falando coisas que lhe interessam mais ou se aprofundando em determinada proposta de governo.
A bem da verdade, existe apenas um meio que permite tal façanha: a internet.
A essência da internet é justamente a interatividade. Através de meios digitais, o usuário pode escolher em que área da proposta ele deseja se aprofundar; pode dar sugestões; pode questionar determinadas posturas de determinados candidatos; e assim por diante.
Demanda não falta. Os mais de 30 milhões de eleitores online do Brasil já estão habituados ao meio e carentes. Para se ter uma idéia, o PMDB de Criciúma – uma cidade com um total de 35 mil eleitores – lançou, no seu site, uma área em que os cidadãos poderiam escrever as suas principais queixas sobre a cidade e dar as suas sugestões.
Algo simples, é claro, mas que, em menos de um mês e sem que nenhuma campanha de lançamento tivesse sido feita, arrematou um total de quase 1.000 usuários cadastrados, além de sugestões criativas e importantes.
Além da participação direta do eleitor na campanha – algo que geralmente significa votos conquistados – esse sisteminha simples conseguiu ainda criar um banco de sugestões que serve como base para a montagem de um plano abrangente de governo.
E esse é apenas o começo. Pode–se permitir que o usuário participe diretamente da montagem do plano de governo; lançar blogs ou fotologs com o diário de bordo do candidato; lançar pesquisas online para saber em que área o candidato precisa se fortalecer mais; até mesmo promover os famosos flash mobs, ou grandes encontros com cunhos ideológicos marcados 100% via web e entre anônimos.
Fora sites simples de candidatos – o que é muito pouco para se categorizar uma campanha online – pode–se fazer uma infindável quantidade de ações digitais. Basta planejar, estudar a legislação e chamar, constantemente, o usuário para o lado do candidato durante a eleição.
Para os que acham isso ficção científica ou futurista demais para a nossa realidade, basta se lembrar de um dado: 26% da população brasileira – cerca de 45 milhões de pessoas – têm acesso à internet, de acordo com a última pesquisa InternetPop, do Ibope. Destes, aproximadamente 75% estão em idade eleitoral.
O suficiente para decidir uma eleição, não? [Webinsider]
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2 respostas
Concordo com a Sandra. Excelente mesmo!
Estou envolvido em um projeto de desenvolvimento de um site com ferramentas específicas para campanhas eleitorais destinada ao uso de candidatos/partidos e uma notícia como essa aumenta ainda mais a expectativa de realizarmos um bom trabalho a respeito, justificando os esforços.
Excelente artigo.