Star Wars de volta às prateleiras

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Outra vez? Exatamente! Qual é o entusiasta em home theater ou fã de cinema que já não incorporou “Star Wars” à sua coleção de filmes em algum tipo de formato? Eu não me lembro de nenhum outro título que tenha trazido tremenda expectativa na sua base de fãs, na precedência do seu lançamento. E talvez seja esta a seqüência de filmes que mais gerou polêmica e revolta entre estes mesmos fãs, pela libertinagem de modificações feitas pelo seu proprietário!

A nova edição em Blu-Ray de Star Wars marca, ao que tudo indica, o enterro oficial da versão original da antiga trilogia, e ainda nos mostra modificações recentemente feitas nos episódios I a III, o que é, de certa forma, inacreditável.

Uma análise detalhada e objetiva foi publicada pelo site Blu-Ray.com e com a qual eu concordo em gênero, número e grau. Mas, de uma maneira geral, as análises do conjunto de discos recém lançado atinge um consenso por todos os analistas on-line, em quase todos os quesitos, técnicos e artísticos, da saga Star Wars.

E em pelo menos um ponto, de qualquer forma, eu me sinto compelido a discordar desta unanimidade: críticas foram feitas, que seriam justas, de uso de redutor de ruído (DNR) no “Episódio I: A Ameaça Fantasma”, resultando em suavização da imagem, artefato este que impede a resolução de detalhes e altera o tom da cor da pele dos rostos dos atores, dando aquela impressão de cara de cera.

Eu preciso discordar desses comentários porque, historicamente, as edições de home video tentaram contornar as limitações dos equipamentos usados na época da sua reprodução. E não faz tanto tempo assim que usuários dedicados e de bom poder aquisitivo se lançavam na instalação de TVs de retroprojeção e no contrato de técnicos especializados para calibrar corretamente as mesmas.

Hoje, olhando isto em retrospecto, a gente acha graça quando alguém exige algo mais de uma edição em alta definição, reproduzida com alta precisão nas telas atuais de 1080p. Porque nunca antes, mesmo com a calibração dedicada, se atingiu um nível de reprodução desta qualidade. E se defeitos existem, como no caso em tela, eles não passam nem perto dos defeitos que se via nas telas mais antigas! Na verdade, lendo com atenção estas análises, seus observadores admitem estar sendo por demais demandantes em relação a algo, que por si, é o melhor do que a gente teve por vários anos.

O endeusamento e a condenação do cineasta

Ora, durante anos a fio, os fãs de Star Wars desenvolveram uma espécie de idolatria ao que supostamente teria sido o melhor filme de ficção científica e aventura, jamais feito em solo norte-americano. E quando este mesmos fãs se deram conta de que o seu principal cineasta, o produtor e diretor George Lucas, até então intocável, havia começado a mexer de forma aparentemente irresponsável nos filmes, eles deflagraram uma formidável onda de protestos, que tem continuidade com as novas edições em Blu-Ray.

A modificação da obra acabada não é privilégio de George Lucas, mas pode perfeitamente encontrar uma explicação no início de carreira do cineasta: em duas vezes consecutivas, a saber em THX 1138 e American Graffiti, seus filmes foram mutilados pelos estúdios Warner e Universal, respectivamente. É possível que, tendo passado por tamanho constrangimento, ele, como autor e proprietário da saga, tenha se sentido no direito de mexer onde achava que devia, e sem pedir autorização ou conivência de ninguém.

Os fãs, naturalmente, veem Star Wars como uma obra clássica americana. Star Wars é um filme americano, sem dúvida, mas rodado a maior parte em estúdios ingleses, com vários atores e técnicos ingleses, e em locações no exterior. Tecnicamente, o que pertence ao cineasta é a concepção da história e a elaboração do roteiro, o resto resulta da contribuição local e internacional de terceiros.

Além disso, a primeira trilogia filmada (Episódios IV, V e VI) teve mais dois diretores envolvidos além de Lucas, sem falar na participação de roteiristas diversos. Lawrence Kasdan, por exemplo, além de cuidar de roteiros é também diretor, o que abre um leque de contribuições em diversos níveis.

Tais fatos levam a crer que a ira recente dos fãs da saga, dirigidas a George Lucas, só tem amparo no fato de ele ser o proprietário da empresa Lucasfilm e principal produtor executivo de toda a saga.

E enquanto Star Wars, na sua primeira encarnação, de fato tem alguns méritos, o conjunto da obra é corriqueiro e essencialmente comercial, um produto destinado às platéias mais jovens.

Um dos méritos técnico do primeiro filme rodado (IV) é o de ter inovado na adoção do som estereofônico ótico, o Dolby Stereo. Antes de Star Wars, o sistema ótico da Dolby ainda estava restrito a algumas experimentações. Tanto assim, que quando o filme foi lançado, foram poucas as salas de projeção equipadas com o decodificador apropriado.

O segundo aspecto, que é relativamente mais importante, é a alegada decisão de Lucas em se basear no livro do antropologista Joseph Campbell “The Hero With A Thousand Faces”, no qual o autor discute a chamada mitologia comparativa, em si um processo de descobrimento de traços comuns entre mitos advindos de diferentes culturas.

Campbell propõe o conceito do monomito, no qual o herói sai de sua vidinha mundana, para viajar em um mundo desconhecido no qual ele se transforma com a ajuda de poderes sobrenaturais. Em Star Wars Episódio IV, este herói é Luke Skywalker, literalmente, inclusive e principalmente quando ele é iniciado nos poderes da “força”.

Embora a “força” seja explicada como uma forma de energia, que paira ao nosso redor, e mantém o universo coeso, ela nada tem, essencialmente, de ficção científica ou sobrenatural. A natureza e todos os seres vivos são unidos por ligações químicas diversas, com a energia encarcerada em cada uma das ligações entre seus elementos. É esta energia, contida nos laços químicos dos compostos orgânicos, que irá nos alimentar e dar o combustível que nós usamos nas tarefas mundanas do dia-a-dia.

A saga teria durado dos episódios IV a VI, se Lucas não tivesse seguido os rumos atuais de Hollywood, de fazer um esforço para explicar o início ou a origem de personagens de filmes anteriores.

E poderia até dar certo, se não fosse o fato de que, comparativamente, os episódios I a III acabaram desapontando até mesmo o mais ardoroso dos fãs. O episódio I, o primeiro a ser realizado com os recursos modernos do cinema de película, consegue ser medíocre o suficiente para irritar os críticos e a base de fãs simultaneamente.

Talvez por isso, a indignação que se sucedeu começou a tirar este aspecto de divindade do cineasta, qualidade esta que eu acredito que ele nunca pediu para a pessoa dele, em primeiro lugar. George Lucas, ao contrário, tem demonstrado em suas entrevistas ser um indivíduo centrado e bastante consciente das suas limitações.

Além disso, Lucas se sentiu no direito (e com toda a razão) de revisar os seus filmes. Com razão, porque qualquer atividade literária (inclusive esta coluna) é passível de vários tipos de revisão e autocrítica. Uma publicação em revista científica, por exemplo, é revisada por um corpo de juízes ligados ao editor, que irão julgar se a publicação tem méritos e/ou se precisa ser corrigida pelos autores.

Muitas pessoas condenam o revisionismo de uma forma emocional e insensata. É perfeitamente natural que, depois do filme estar pronto, o cineasta ainda sinta que faltou alguma coisa ou que devia ter rodado o filme de outra maneira. A atitude revisionista no cinema existe já há algum tempo, com o nome de “corte do diretor”, “edição estendida” e similares. Alguns gostam e outros detestam. Mas, com a prevalência do home video esta prática se multiplicou, paralelamente à capacidade que a mídia moderna tem, de abrigar mais de uma versão de filmes na mesma edição.

A controvérsia das mudanças

Em alguns casos inócuas, as mudanças feitas em Star Wars feriram o princípio de imutabilidade que muitas pessoas advogam. O fã não gosta de ver uma cena alterada, de um filme que ele previamente rotulou como uma obra clássica. Eu, entretanto, acredito que se George Lucas considerasse Star Wars como um filme clássico, ele mesmo não teria mudado nada!

As mudanças feitas com o acréscimo de personagens digitais em si são totalmente defendidas pelo cineasta como algo que ele gostaria de ter feito e não pode, por razões técnicas. Entretanto, as mudanças cosméticas não mudam nem acrescentam absolutamente nada ao desenvolvimento ou à compreensão da estória.

Em contrapartida, em outros momentos, como na cena em que originalmente Hans Solo assassina a sangue frio o seu oponente Greedo, a mudança muda o tom de discurso do filme: na versão alterada Solo atira depois de Greedo, dando a entender que ele age em legítima defesa. Em outro desastroso momento, Darth Vader vê seu filho sendo assassinado pelo imperador e sai em sua defesa: no original, a reação em si, sem palavras, é significativamente mais eloqüente e com maior suspense, do que quando Lucas acrescentou os gritos de “Nãoooo” ao personagem. Não muda nada, mas irrita. E irrita mais ainda, quando, no final do Episódio VI: O Retorno do Jedi, o ator Sebastian Shaw (Anakin Skywalker/Darth Vader) é substituído por Hayden Christensen, junto com a “modernização” da trilha sonora:

Todo mundo viu. Era assim:

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E ficou assim:

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O pior é que George Lucas vem sistematicamente ignorando os protestos da sua base de fãs, e se recusando a relançar os filmes no seu original. Até mesmo o episódio I, o último filmado em película, não escapou do seu revisionismo estético.

E, no final das contas, Lucas passou de Deus a demônio, por contas de mudanças que, a rigor, não deveriam importar a ninguém. Talvez se ele tivesse mantido a versão original intacta e separada nos discos Blu-Ray esta gritaria teria se transformado em silêncio.

Apreciações pessoais sobre Star Wars

George Lucas já há muito tempo, saiu da condição de cineasta para proprietário de uma produtora que congrega cinema, efeitos especiais e gravação de áudio. Homem com origens acadêmicas, ele vinha tendo um insucesso atrás do outro, em uma época que Hollywood ainda era xenófoba aos cineastas de sua geração. Star Wars, Episódio IV, mudou tudo isto!

Na época do seu lançamento, muita gente não entendeu o objetivo de contar uma estória a partir do quarto episódio, mas foi assim que o cineasta abriu as portas para o que vinha a seguir. E isto dá a impressão de uma obra inacabada, como de fato o foi.

Pessoalmente, eu vejo os Star Wars IV e V como obras consistentes. Mas, no último episódio George Lucas estragou tudo, ao introduzir personagens, os Ewoks, claramente direcionados ao público infantil da época. Se isto quer dizer alguma coisa a respeito de Star Wars, é o fato de quando o episódio IV foi rodado, havia um consenso em Hollywood que o público frequentador de cinema havia mudado para faixas etárias menores, e Lucas segue estritamente esta idéia e direciona seus filmes a este público, ao mesmo tempo em que tenta (em vão, no episódio VI) continuar cativando seu público mais adulto.

A mistura de direção deste último filme, “O Retorno do Jedi”, denuncia a falibilidade do cineasta, de semideus a um produtor medíocre. Mesmo o mais ardoroso dos fãs há de convir que a presença caça-níqueis dos Ewoks empobrece significativamente a narrativa, e afasta o foco da trama, que é a eliminação de Darth Vader e do Imperador, molas mestras da ditadura contra a qual seus opositores estão lutando.

Mas, isto ainda é pouco, diante da criação do Episódio I. Neste último, a introdução do personagem Jar Jar Binks, com um sotaque que parece de origem jamaicana, se mostrou completamente equivocada.

Pior ainda: Lucas abusa no uso de expressões idiomáticas usadas na língua inglesa americana. Em uma dada cena do Episódio I, o personagem infantil diz “Let’s (go) play ball”, jargão de esporte terrestre. Em outras, os personagens falam “Roger, roger”, no entendimento de ordens dadas pelo rádio, outro jargão surrado. Outra falha no roteiro é a repetição sistemática, em todos os episódios, da fala com a construção “I have a bad feeling about this” (“Estou tendo um pressentimento ruim sobre isto”), o que denota falta de imaginação a quem escreve os diálogos.

Na minha visão, não há quase nada que se salve do Episódio I, exceto cenas com recursos técnicos caprichados, como na corrida de pods (N.B.: a palavra pod não tem similar na língua portuguesa, e no filme o termo é traduzido arbitrariamente como nave). O Epsiódio I teria como objetivo introduzir Obi-Wan e Anakin, mas o roteiro se enrola com personagens que nada acrescentam ao desenrolar da estória da saga. Em outras palavras, o filme é ruim mesmo! Se fosse para fazer revisionismo, o melhor teria sido começar do zero!

Os episódios II e III são um pouco melhor, mas também sem muita imaginação ou qualquer contribuição importante. O episódio III, o melhorzinho desta trilogia, tenta equivaler e traça paralelos entre a rebeldia adolescente de Anakin e o aparecimento de Darth Vader, mas não cola.

O lado técnico

É intuitivo pressupor que todo mundo que assiste filmes em vídeo gostaria de saber como Star Wars aparece em uma tela de alta definição. Eu até me arrisco a dizer que mesmo aqueles que ficaram revoltados com as mudanças e afirmaram em páginas da Internet que “não iriam comprar a nova edição” devem ter sido os primeiros da fila no dia do lançamento!

E a verdade é que, se não se destacam de outros discos Blu-Ray dotados de uma imagem excepcional, nenhum dos filmes deixa a desejar em quesitos como clareza de detalhes, cor e contraste, todos eles exemplares, mesmo no criticado Episódio I.

E se existe algo muito positivo a se destacar nos seis filmes apresentados é a qualidade do áudio nas trilhas sonoras. Para começar, há um uso efetivo do sexto canal no trabalho de mixagem, deixando de lado o aspecto meramente difuso do som surround, em favor da direcionalidade dos efeitos especiais da sonoplastia brilhante da saga.

Além disso, o balanço acústico e a riqueza de detalhes do que se ouve nas edições em Blu-Ray não tem qualquer semelhança com todas as edições anteriores desta saga. Até mesmo nos diálogos do primeiro filme (Star Wars, Episódio IV) a distorção da fonte é apresentada com uma redução significativa, superando assim o DVD anterior.

Star Wars foi feito para divertir as platéias jovens!

Irrespectivo de adultos serem aficionados de filmes de ficção científica, o fato é que Star Wars foi escrito para atingir as platéias mais jovens de freqüentadores das salas de cinema.

E foi o próprio George Lucas quem declarou (mas nem precisava), que o primeiro filme da saga é uma rememoração de filmes mais antigos. Isto fica patente no uso de cortes entre cenas envolvendo o uso de técnicas que datam da época dos seriados de Flash Gordon, exibidos nas matinês dos cinemas de antigamente.

Na trilha sonora, brilhantemente escrita por John Williams, e que dá uma assinatura indelével a toda a saga, há citações claríssimas à peça Os Planetas, do compositor inglês Gustav Holst.

Embora Star Wars tenha servido de referência implícita e explícita em diversos filmes posteriores a 1977, dentro dele existe, espalhado por todos os episódios da antiga trilogia (IV, V e VI), citações a filmes e estilos diversos. No episódio VI, por exemplo, aparece uma cena em que Han Solo se dirige a C-3PO como se fosse um filme de Abbot e Costello. Neste mesmo episódio, fica óbvio que o ator Mark Hamill interpreta o personagem Luke mais adulto com o olhar e a expressão clássica do ator Burt Lancaster. Se não fez de propósito, devia…

Um aspecto significativo do primeiro episódio filmado (IV) é a presença de Sir Alec Guiness, que com certeza emprestou um ar de dignidade a uma obra que poderia facilmente ser confundida como um pastiche das ficções científicas classe B do passado. Guiness, segundo testemunhas, odiou o filme e mais ainda ser identificado pelos fãs como Obi-Wan Kenobi, ao invés do importante ator que foi, tendo estrelado os principais filmes de David Lean e de seus papéis ímpares no cinema britânico mais antigo.

Deixando de lado qualquer modificação feita pelo seu principal realizador, Star Wars cumpre a sua finalidade, que é entreter e, em vários momentos, provocar uma introspecção inteligente no espectador mais atento.

Star Wars volta às prateleiras em versão renovada e com alta qualidade técnica, que poderá ou não justificar a sua reposição na discoteca dos colecionadores. [Webinsider]
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Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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6 respostas

  1. Oi, Rogerio,

    Prazer em vê-lo de volta aos comentários.

    Mas que coisa desagradável! Infelizmente, a gente vive cercado de pessoas sem um mínimo de consideração ou sensibilidade, parece às vezes uma terra de selvagens, e a nossa reação é querer pedir para parar o planeta para a gente descer, não é não? Porque nenhum de nós foi criado para disputar espaço e sair na porrada no meio da rua, por conta deste tipo de problema.

    E realmente, a edição de DVD da primeira trilogia (I a III) é muito mal transcrita, e no Blu-Ray mesmo o criticado Ep. I para mim está muito bom.

    Eu não sei se foi o caso deste DVD, mas muitos estúdios extrapolam com o recurso de redução de ruídos e o resultado geralmente é uma decepção.

    O filme 35 mm tem ruído próprio, na forma de grãos e embora às vezes seja desagradável aos olhos, ao ser retirado à força muitos detalhes da imagem se perdem. Então, acaba se tornando uma faca de dois gumes, o que levou a comunidade de fãs de vídeo e cinema a preferir não ver redução de ruído nenhuma nas transcrições.

  2. Mestre Paulo
    Faz um bom tempo que não comento suas colunas, pois suas matérias são tão completas e detalhadas que na maioria delas, já estão inclusas em seus meandros, opiniões pertinentes sobre os mais variados temas.
    Mas nesse caso em particular teria uma “verdadeira” estória a relatar:
    Paulo quando do lançamento do filme Star Wars I, no Brasil foi alardeado aos quatro cantos, sobre o ineditismo da 1ª exibição de um filme em formato digital, naquela época apenas uma sala em S.P. foi capacitada e preparada para exibir neste formato (Sala digital da rede UCI) no Shopping Jardim Sul. Eu como um cinéfilo contumaz, decidi comprar um ingresso antecipado e enfrentar esta experiência que ao meu ver seria inesquecível; e realmente foi, mas só que ao contrário. Cheguei lá haviam filas virando na esquina (era a sessão de estréia), mas não me preocupei pois tinha ingresso com cadeira numerada. Mas para minha decepção não fui respeitado e quando cheguei na minha poltrona tinha um “GUARDA ROUPA” sentado em minha poltrona, solicitei educadamente a cessão do lugar, mas o mesmo se negou. Diante deste entrevero chamei o gerente, este se dirigiu ao local, mas nem ele conseguiu convencer o bruta montes a desocupar o lugar. Para não me estender na estória acabei sentado no chão para assistir o filme… Foi uma experiência frustrante, pois esperei tanto para algo que teria tudo para ser uma sessão de deleite, prazer e satisfação. Diante de todo esse acontecimento, jurei a mim mesmo que “nunca mais” colocaria meus pés numa sala de cinema. Depois daquele dia, fiz meu pé de meia e montei minha sala de Home. Agora voltando ao tema da saga em Blu-Ray, desde o ocorrido descrito anteriormente, eu sempre pensei, chegará o dia em que verei Star Wars em formato digital (mas quando surgiram os boxes em DVD minha experiência foi frustrante), imagens embaçadas, falta de definição, ou seja, não me empolgou. Mas uma vez frustrado fiz novo voto de esperança em assistir esta saga que para mim é e sempre será um marco divisório do cinema de ficção científica, pois ninguém poderá discordar disso que vou dizer:
    Cinema de ficção pode ser descrito antes e depois de Star Wars, o resto é resto (que me desculpem os amantes de outros títulos de ficção).
    Paulo eu fui um dos primeiros aqui em São Paulo, a ter tido a oportunidade de colocar as mãos em primeira mão no box contendo os 6 filmes, e posso garantir uma coisa (respeitando a opinião de todos, sobre as alterações polêmicas feitas por Lucas no enredo dos filmes), estou assistindo de forma pormenorizada os filme, como se estivesse “degustando” o melhor prato de um restaurante renomado. Hoje domingo irei assistir o 3º filme, pois estou vendo um por semana. Paulo hoje felizmente me sinto realizado… tenho uma das melhores obras da 7ª arte em minha casa. Estou de olhos esbugalhados, simplesmente eufórico. Que detalhes; que pureza na imagem, que som maravilhoso ! Ou seja (como disse opiniões diversas a parte) estou admirando a obra como um todo, e posso garantir esta data de hoje do mês de outubro de 2011, puder ver Star Wars como sempre sonhei em toda a minha vida. E para encerrar só espero que George Lucas nos brinde, produzindo pelo menos mais três filmes de Star Wars. Quem viver verá e saberá. Um abraço.

  3. Oi, Leeosvald,

    Mas este foi exatamente um dos comentários que eu coloquei no texto, porque, como você, eu acho que a atitude da Lucasfilm é um tanto ou quanto tacanha, neste particular, ainda mais que as modificações aumentaram.

    A mídia moderna comporta mais de uma versão do mesmo filme e não há tanto problema assim de custo, relativamente, em incluir um disco a mais.

    Na caixa de Star Wars existem 3 discos com conteúdo extra que eu duvido que a gente vá assistir mais do que uma vez. Os fãs eu tenho certeza de que prefeririam ter discos extras com os filmes originais.

    Back to the Future é de fato excepcional, e eu estou com uma expectativa muito positiva para a trilogia de Jurassic Park, que sai por estes dias. O primeiro desses filmes eu tive em laserdisc, mas não era Dolby Digital (eu usava Hafler naquela época para Dolby Surround e era ótimo). O DVD foi um avanço, mas a imagem deixa muito a desejar.

    Antes que eu me esqueça, a nova edição do Rei Leão é outra que nos mostra avanços significativos em imagem e principalmente áudio (6.1). Curiosamente, o filme original, rodado a 1.66:1 (você vê isto no DVD) foi transferido em 1.78:1 no Blu-Ray, mas ninguém reclamou!

  4. Olá, paulo.

    Bem que o George poderia fazer como seu colega Ridley Scott,que restaurou e colocou no mercado todas as versões de Blade Runner,ai sim ele agradou a todos,recentimente adquiri o BD De Volta Para O Futuro,e fiquei pasme com o impecavel trabalho de restauração dessa Trilogia,nunca antes visto agora,ja que o dvd do mesmo é um lixo total,o novo transfer é espetacular.

  5. Olá, David,

    Os seus comentários estão perfeitos, e eu não vejo neles um traço de crítica ao meu trabalho. E mesmo que houvesse, eu não sou perfeito a ponto de achar que o que eu escrevo não possa ser alvo de crítica.

    Sem dúvida, a base de fãs de Star Wars é diversificada, e eu espero ter deixado claro que não me importo tanto assim com o revisionismo, e apesar do caso em tela ter se mostrado fútil e sem nada a acrescentar ao que já estava feito. Seria, digamos assim, mais um capricho do cineasta do que outra coisa.

    E finalmente, eu vejo o cinema como uma das maiores expressões de arte do século passado, independente dos filmes serem feitos ou não com esta finalidade. Como cada um dá preferência ao que gosta de ver, eu me sinto melhor assistindo filmes com um mínimo de inteligência no roteiro.

    E obrigado por recomendar a minha coluna. Espero que ela seja útil a quem se propõe a ler.

  6. Bom dia Paulo,

    Ainda bem que o Cinema é feito para o divertimento do público em geral e não para a satisfação e deleite dos dito “críticos” pois se este último fosse o caso a Industria Cinematográfica teria fracassado já nos seus primordios!

    Favor não entender minhas palavras como uma “critica” do seu trabalho nesta coluna que eu acompanho e recomendo a um bom tempo, mas acredito que é desnecesário procurar a perfeição numa Arte que é criação e fruto do inteleto humano e que como tal deverá certamente não carecer de defeitos…

    A Série foi e ainda é um Marco da Ficção Científica e isto eu e outro milhões de fans assinamos embaixo. E sobre o formato em BD achei espectacular tanto na imagem como no audio.

    Grande abraço.

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