Antenor Simões Jr
A indústria fonográfica, pelo menos no Brasil, ainda não acordou do pesadelo. O compartilhamento de arquivos através do peer–to–peer e o preço cada vez mais acessível dos gravadores de CD transformaram a pirataria em uma febre. As grandes gravadoras parecem imobilizadas diante de um cenário irreversível. O poder está na mão do consumidor.
Assumir o novo papel na relação é o que estão procuram fazer gravadoras independentes, como Trama e Eldorado e outras menores, de nicho. Elas começam a usar o sistema Peg & Grav de música on demand. O usuário escolhe as músicas que lhe agradam (limitado ao catálogo das gravadoras consorciadas) e monta um CD nos terminais de venda. O custo básico do CD deve girar em torno de R$ 10, segundo os detentores da tecnologia.
Diferente de outros sistemas de vendas sob encomenda, o sistema dispensa o uso de internet banda larga nos pontos de venda. A gravação do CD é feita em menos de 7 minutos e o comprador pode ouvir seu CD em qualquer aparelho com a qualidade técnica de um exemplar saído da gravadora.
O sistema estará disponível em terminais de acesso instalados em pontos de venda de São Paulo a partir deste mês, segundo a fornecedora do equipamento, a Mediaidem.
É uma tentativa, cujo sucesso depende de muitos fatores. Para o comprador, os pontos positivos são o preço menor, a simplicidade e a legalidade.
Pode se tornar uma opção mais atraente do que a pirataria de ocasião, por exemplo, feita em casa por usuários que gastam horas para baixar músicas na internet ilegalmente. Além disso, o CD personalizado acaba com a venda casada de músicas que ocorre no mercado tradicional, dando ao comprador total liberdade de escolha.
As grandes gravadoras precisam ouvir seus consumidores. A iniciativa das independentes é corajosa, mas insuficiente pelo catálogo limitado. O acervo atual do Peg & Grav está estimado em 10 mil fonogramas, mas pode aumentar em pouco tempo com a adesão de mais gravadoras
O mercado é cruel em um país como o Brasil. Ele cria necessidades e desperta desejos que a maior parte da população não tem condições de suprir. A pirataria acaba servindo como saída para o desconforto causado por esta situação.
Está chegando ao fim o modelo antigo da indústria fonográfica. Um novo modelo está sendo construído e merece cuidados. A música é importante demais para se perder em picuinhas legais e entraves burocráticos. Nossos artistas merecem respeito e o consumidor merece mais opções. [Webinsider]
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