Um novo mundo conectado
Todos teremos banda larga em um futuro muito próximo. É somente uma questão de tempo relacionada ao barateamento dos preços de assinatura e a penetração da infra–estrutura necessária para alcançar toda a população. No mais, o consumidor definitivamente deseja banda larga. Pode até não saber ainda da necessidade – até usar pela primeira vez uma conexão em alta velocidade. A partir deste momento, qualquer dial–up da vida torna–se imediatamente ultrapassado e insuficiente para uma boa experiência na internet.
De certa forma, lembra o processo de ciclo de vida de aparelhos de TV preto e branco para os coloridos na década de 70. Do momento em que apareceu cor nas imagens, as mesmas imagens dos mesmos programas em P&B tornaram–se imediatamente obsoletas. Naturalmente nenhum consumidor em sã consciência não deixava de desejar uma TV a cores em casa – exceto pelo preço alto inicial ou a falta de transmissão à cores em sua região. Com a expansão da penetração do sinal de transmissão e o barateamento dos aparelhos, a TV a cores tornou–se um “commodity” nos lares, como a geladeira, o fogão e o telefone.
Uma mudança rápida…
Com a expansão da base instalada de TV a cores, os programas tiveram de ser produzidos pensando nesta nova realidade. Hoje em dia, seria inimaginável assistir a uma novela ou telejornal em preto e branco.
Da mesma forma, a maioria dos sites, aplicativos e seus respectivos conceitos terão de ser re–pensados para uma situação de banda larga. O usuário de banda larga surfa hoje em um mundo projetado para banda estreita – com honrosas exceções. Existe na internet no entanto uma diferença importante em relação à evolução das TVs. Após o advento da cor, os aparelhos de TV se modificaram muito pouco por décadas. Já a capacidade de banda que cada um de nós vai demandar tende a crescer indefinidamente. Ou seja, a definição do que é banda larga é temporal. Há cerca de oito anos um modem de 14.4 kbps era o denominador comum da base instalada. Nesses tempos, uma conexão ISDN (128 kps) era um luxo de banda em casa. Hoje, uma linha ADSL de 768 kbps já é oferecida aos lares nas principais regiões brasileiras. Em não muito tempo teremos tecnologias altamente promissoras como o WiMax, que poderá transmitir pelo ar (wireless) ondas de até 75 megabits por segundo cobrindo áreas de até aproximadamente 48 km. Nossas conexões atuais se tornarão peças de arqueologia de telecomunicação em tempo recorde.
Conteúdo apropriado
Assim como as TVs a cores demandaram por conteúdos que desfrutassem da nova tecnologia, os sites atuais terão de progressivamente evoluir para enriquecerem suas experiências perante o consumidor – que tende a ser cada vez mais exigente. As tecnologias de banda larga são a fundação para o aparecimento de toda uma nova geração de produtos na internet: vídeo com tela cheia e qualidade de DVD, voz via IP, jogos online, comércio eletrônico com uma percepção mais real dos produtos, fotografia digital e música com alta resolução online, comunicação por videoconferência, e por aí vai. É importante notar que a entrega destes produtos deverá acontecer em múltiplos canais de distribuição: celular, PDAs, iTV e, é claro, o bom e velho PC.
Consumidor exigente
A penetração de banda larga especialmente nas capitais brasileiras cresce a taxas acima do esperado. Os usuários de banda larga ainda são minoria se comparados aos de banda estreita no país, mas crescem a todo vapor. Ao escolher um serviço de banda larga hoje em dia, o consumidor considera fundamentalmente o valor telecom, ou seja, a percepção de qualidade está diretamente relacionada à estabilidade e velocidade da conexão. Esta percepção de valor está mudando.
Ao considerar sua decisão de assinatura, o consumidor possivelmente começará a considerar os produtos a que terá direito. Ou seja, os sites que realmente enriquecem a experiência de uso fazendo usufruto da banda de forma inteligente. São estes sites e aplicativos, em última instância, que vão determinar a decisão de assinatura. Da mesma forma, o que define a audiência em TV são os produtos em seus respectivos canais – não as tecnologias de transmissão. O valor percebido esta no conteúdo. O contexto muda, mas ao que parece o comportamento do consumidor tem um padrão ao longo do tempo. Afinal, trata–se do mesmo homo sapiens… [Webinsider]
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Marcello Póvoa
Marcello Póvoa (mpovoa@mppinterativa.com) é fundador e diretor executivo da MPP Interativa.
Uma resposta
Olá amigos,
Eu concordo plenamente que a conexão tende a melhorar em nosso país com certeza e é irreversível essa mudança! todos nós a cada dia que passa estamos mais exigentes a velocidade e qualidade , não queremos uma super-conexão com perder 100% de pacotes ou exageradas quedas de banda, eu acredito que num futuro proximo poderemos nos juntas a uma conexao de alta velocidade de preço baratiado ou até mesmo gratuita , que seria um grande topo a se chegar e manter , como na época do dial-up de graça em meados de 1998.
Quero deixar expresso que a nossa vontade também depende da vontade dos políticos assalariados com 13 mil por mês que só trabalham 3x por semana, é deles que temos que cobrar resultados e garantia de qualidade.